Editorial | Da redação | 06/08/2006 13h36

Agosto: Quais os critérios?

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O Esporte Ágil posiciona-se a favor de tudo aquilo que venha de encontro aos interesses do esporte e da população de Mato Grosso do Sul. Assim, há meses este jornal tem insistido na questão do atraso no repasse das verbas do FIE (Fundo de Investimento Esportivo) para as Federações desportivas. Repudiamos o descaso com que o esporte tem sido tratado, problema que agora tem um agravante: algumas Federações Têm recebido a verba de direito, porém não foram explicitados quais estão sendo os critérios adotados pelo Governador, através de seu Secretário de Esportes, para liberar ou reter a verba, que já estava empenhada.

Infelizmente, não temos em mãos quais são os critérios que foram escolhidos para beneficiar as Federações que estão recebendo a verba do FIE; ninguém dentro do Governo faz questão de informar à população envolvida com esportes, de que forma estas Federações são "escolhidas", logo, nos sentimos à vontade em especular sobre quais podem ser os critérios adotados.

Podem existir pessoas dentro das Federações às quais o Governador ou o Secretário tenham mais apreço; que de repente, defendam as mesmas bandeiras políticas e/ou ideológicas. Neste caso, não teríamos nenhuma crítica à estas federações, pois estariam recebendo o que é de direito, o qual o próprio Governador empenhou e agora não quer cumprir. Repudiaríamos o fato de podermos estar diante de um cenário de acepção de Federações, onde algumas seriam dignas de receber sua verba e outras não, tudo conforme o bel-prazer de um governante.

A teia de interesses existentes nos meandros políticos de Mato Grosso do Sul é extensa e bem ramificada. Algumas vezes, o cidadão sul-mato-grossense, cumpridor de seus deveres, sente-se exausto em ser expropriado de seus direitos. Os jogos de interesses e poder quase sempre afetam diretamente a população, e por isso, este jornal não é apenas mais um simples veículo de notícias, mas sim, uma verdadeira bandeira de luta pelos direitos de todos os envolvidos com esporte no Estado.

É preciso saber que os beneficiados pela verba do FIE são os atletas federados, que tem assegurado seu direito à prática do esporte, em competições locais, regionais e nacionais, com a realização de eventos e viagens para competir em outros estados. Reter a verba do FIE, em um estado pouco industrializado e onde a iniciativa privada investe minimamente no esporte, é assinar o atestado de óbito de algumas modalidades.

Existem Federações que são autônomas, que se auto-sustentam, com patrocínios da iniciativa privada, o que é digno de aplausos.  Porém, não seria justo cobrar que todas as Federações consigam patrocínios e tenham autonomia financeira, em um Estado como Mato Grosso do Sul, pouco industrializado e não conscientizado dos benefícios que o marketing esportivo pode trazer para uma marca. Assim, a verba do FIE torna-se necessária para a manutenção de calendários e da prática esportiva no Estado.

Caso perguntemos a qualquer desportista de como o FIE foi importante para a prática esportiva, a resposta será unânime: ele ajudou muito a todos, e foi essencial desde a sua criação. Não sabemos se a retenção da verba é resultado de uma crise financeira geral, de uma má-administração ou de interesses políticos; porém, não podemos aceitar que qualquer um destes fatores justifique o descaso com o que o esporte tem sido tratado, como se a prática esportiva não trouxesse também muitos benefícios e fosse muito importante na vida de um cidadão.

Na edição deste mês do jornal Esporte Ágil, destacamos todos aqueles que persistem na realização de eventos e projetos para nossos atletas, tentando manter viva e acesa a chama do esporte, a mesma que brilha nas tochas olímpicas, alimentando o sonho de cada pequeno esportista na busca pelo lugar mais alto do pódio.

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