Diversos | (Com informações do CPB) | 24/09/2004 21h38

Paraolímpicos conquistaram mais seis medalhas

Compartilhe:

Paraolímpicos conquistaram mais seis medalhas

O ouro não saiu, mas quatro pratas e dois bronzes fecharam o dia dos brasileiros da competição dos paraolímpicos em Atenas. Abocanhar medalhas é o maior objetivo dos 98 atletas que estão participando desta 12ª edição dos Jogos Paraolímpicos. Ainda faltam quatro dias para o término dos Jogos e o Brasil faz a festa e conquista medalha atrás de medalha. O dia hoje foi do atletismo e da natação que, juntos conquistaram nada menos do que seis medalhas (quatro de prata e duas de bronze). O Brasil já tem vinte medalhas: oito de ouro, oito de prata e quatro de bronze. Além disso, já garantiu mais uma medalha, que só será definida no dia 28, quando a equipe de futebol de 5 (para cegos) luta pelo ouro contra os Argentinos. Ádria Santos, a maior medalhista do esporte paraolímpico brasileiro, conquistou a prata nos 200m da categoria T11 (cego), prova em que é a atual recordista com 24s99. A medalha desta tarde é a sua 11ª das cinco edições paraolímpicas que já participou. Ádria terminou a prova com 25s60. O primeiro lugar ficou com a chinesa, que cravou em 25s39 e a terceira colocação foi para Purificación Santamarta, com o tempo de 26s71. Assim como em Sydney, existe a suspeita, por parte dos dirigentes do Comitê Paraolímpico Brasileiro, de que a chinesa e seu guia tiveram momentos irregulares na prova, tão esperada por milhões de brasileiros. "Acredito que o tamanho da corda que une o guia a atleta estava menor e que o guia, em alguns momentos da prova correu na frente da atleta", afirmou Alberto Martins da Costa, chefe da delegação brasileira. Os dirigentes brasileiros entraram com recurso contra a chinesa, mas não foi aceito. Em Sydney, ocorreu a mesma coisa e na mesma prova, quando Purificación Santamarta foi desclassificada e Ádria Santos ficou com o ouro. "A vitória da chinesa me surpreendeu. Fico decepcionada com esse tipo de coisa. A corda realmente era menor, então ela levou vantagem. Mas, apesar de tudo, estou feliz, porque sei que dei o meu máximo", afirmou Ádria. Quem estava assistindo a prova de Ádria no Estádio Olímpico de Atenas, pôde presenciar um dos momentos mais emocionantes dos brasileiros em solo grego. Ádria Santos e Simone Camargo, que ficou com o 5º lugar, deram a volta paraolímpica na pista de atletismo. Demonstração de união. "Estou muito feliz porque fiz o melhor tempo da minha carreira", afirmou Simone, que participa pela primeira vez de uma edição paraolímpica. Depois dos 200m da categoria T11 (cegos) da mineira Ádria, foi a vez de Maria José (Zezé) conquistar a sua segunda medalha em Atenas nos 100m da categoria T12 (percepção de vulto). A cearense terminou a prova em terceiro lugar com 12s70. A primeira colocação ficou para francesa Assia el Hannouni, com 12s32 e a prata foi para bielorussa Volha Zinkech com o tempo de 12s46. "A prova foi muito linda. Eu senti uma câimbra no final da prova, mas pensei que a dor não seria mais forte do que a vontade de ganhar uma medalha", afirmou Zezé. O último a conquistar medalhas no atletismo foi Odair dos Santos nos 5mil metros da categoria T12 (percepção de vulto). Odair ficou com a prata e fez o tempo de 15min. O tunisiano Maher Bouallegue foi o vencedor com o tempo de 14min54s08. O queniano Emanuel Asinkal foi o terceiro colocado com 15min09s67. "Odair utilizou a inteligência para obter um bom resultado", afirmou Alberto Martins. "Dedico essa minha segunda medalha para meus avós, disse ao final da prova. O dia também foi positivo para a natação. Pódio duplo para o Brasil. Os atletas Ivanildo Vasconcelos e Francisco Avelino conquistaram prata e bronze nos 100m peito. O primeiro lugar da prova ficou com o francês Pascal Pinar, com o tempo de 1min40s22. Ivanildo fez em 1min48s33 e Avelino fechou com 1min49s37. Após a prova, Avelino, que fez o melhor tempo de sua carreira, beijou com muito carinho o rosto do amigo Ivanildo. "Agradeço a Deus e a minha técnica Iza Miná, que me treina há 15 anos. É a minha quarta paraolimpíada e eu vou para Pequim", diz Ivanildo Vasconcelos. Medalha também para o revezamento 4x50m. Clodoaldo Silva foi o brasileiro que abriu a prova e fechou os primeiros 50m com 35s41. Logo depois, veio Joon Sok Seo, seguido de Luís Silva. Adriano Lima fechou a prova. O Brasil terminou com o segundo melhor tempo com 2m32s34. A equipe chinesa nadou com três recordistas mundiais e ficou com a medalha de ouro com o tempo de 2min27s04. O terceiro colocado foi a equipe da Grã-Bretanha que fechou com 2min34s20. Mais uma vez no dia foi demonstrado a união da equipe. "Quando a equipe pensa em ser grande tem que haver união, raça e determinação", disse Clodoaldo Silva, que já soma quatro medalhas nesta edição dos jogos. "Foi o nosso melhor desempenho. Foi gratificante fazer parte dessa equipe e conseguir uma medalha", disse Joon. "Cada vez eu tenho que me entregar mais, porque o nível das paraolimpíadas têm aumentado cada vez mais", completou Adriano Lima. Destaque também para o halterofilista Alexander Whitacker, que conquistou a 4ª posição na categoria até 67,5kg. O resultado foi expressivo, mas Alexander sonhava com o ouro. Uma operação o tirou dos treinamentos durante quase um mês e prejudicou o rendimento do atleta. Lá a demonstração de solidariedade também reinou. Ao final da competição, Antônio Tenório, medalhista de ouro em Atenas, fez questão de colocar sua medalha no pescoço de Whitacker. Tal gesto arrancou lágrimas da platéia que estava assistindo os halterofilistas no Nikaia Olympic Hall, ginásio oficial da modalidade em Atenas. "Por problemas de saúde Alex não subiu no lugar mais alto do pódio, mas todos podem esperar porque até Pequim 2008 tenho certeza de que baterá o recorde mundial e ganharemos muitas medalhas para o Brasil", ressalta o técnico Antônio Augusto.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS