Diversos | Gabriel Sato | 02/09/2020 12h59

Campo-grandenses questionam volta do futebol, futsal e society

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O futebol, futsal e futebol society foram autorizados a retornarem suas atividades em Campo Grande, após a publicação da Portaria assinada pelo diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp), Rodrigo Terra, e publicada no Diário Oficial do município de terça-feira, 1 de setembro. O retorno das partidas deve seguir um intenso protocolo de segurança devido à proliferação da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19), mas a dúvida de muitos campo-grandenses é, por que alguns esportes estão liberados e outros não?

A fundação propôs, juntamente com os organizadores de competições e proprietários de estabelecimentos de lazer, adequações para o desenvolvimento dessas atividades esportivas neste momento de pandemia, buscando a prática segura, seguindo recomendações e normas técnicas alinhadas pelos órgãos de saúde e Conselho Regional de Educação Física de Mato Grosso do Sul - CREF/MS.

No caso do futebol, uma das medidas é a proibição da cobrança de lateral com as mãos, assim como o compartilhamento de materiais entre os participantes. Também está vedada o uso de bebedouros com água de pressão, ou seja, cada atleta deve ser responsável por levar a sua garrafa d’água, sendo esta de uso pessoal e intransferível, dentre outras normas.

Opiniões

Para o professor da Escolinha Leomar de Voleibol, Leomar Soares, a autorização e medidas desenvolvidas para o retorno do futebol, futsal e futebol society, também deveriam ser tomadas para a retomada de outras modalidades, como por exemplo o vôlei. "Se você for analisar que as academias foram liberadas, o futebol e os grupos de funcionais também, o voleibol é perfeitamente possível e viável fazer um trabalho com turmas reduzidas, com distanciamento social, e usando as medidas de segurança na prevenção da Covid-19, sem o compartilhamento de material."

Ainda de acordo com o treinador, academias são lugares fechados, e os treinos de voleibol podem ser realizados em locais abertos. "Nossa quadra não é toda fechada, possui ventilação. Então, eu vejo o voleibol muito mais seguro do que outras modalidades."

Escolinha do Leomar retoma treinos neste mês (Foto: Reprodução/Facebook)

O atleta de basquete master, Josemir Bispo, é contra o retorno das atividades físicas. Para ele, muitas ações acontecem de forma conveniente para algumas modalidades, e no Brasil, ninguém respeita as medidas de segurança. "Sou totalmente contra essa liberação, pois nada está funcionando como deveria. Ninguém segue a risca os protocolos de saúde, não sou a favor, independente do esporte."

Bispo inclusive é pai de uma atleta. Camille Geovana Sanches Bispo, sua filha, é jogadora de handebol e foi pré-convocada para a seleção brasileira da modalidade. A jovem campo-grandense atualmente joga no Rio de Janeiro, e no Campeonato Brasileiro Cadete 2019 foi eleita a melhor armadora esquerda da competição.

Na capital de Mato Grosso do Sul desde abril, a atleta treina em casa através dos exercícios que seus técnicos passam de forma virtual. Bispo também é contra o retorno dos treinos de sua filha, segundo ele, a equipe quer voltar, mas nada funciona de acordo. "Uma coisa é você ver o esporte voltar em locais com estrutura, como o basquete da National Basketball Association (NBA), outra é ver aqui, sem recursos, então não sou favorável."

Bispo e sua filha Camille Geovana (Foto: Reprodução)

O fato é que a prática da atividade física é fundamental para a saúde humana. No mundo, pessoas relatam sofrer de ansiedade e depressão devido a falta de se exercitarem. Mas, com a pandemia do Novo Coronavírus ainda incontrolada, a única certeza é que o desejo pela vacina só aumenta.

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