Bate-Bola | Rosália Silva | 01/06/2005 15h08

Paschoal fala sobre a atuação da Federação de Judô em MS

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Cesar Augusto Progetti Paschoal, 38 anos,

O advogado Cesar Augusto Progetti Paschoal foi eleito no  presidente da FJMS (Federação de Judô de Mato Grosso do Sul) no último dia 10 de abril. Natural de Presidente Prudente (SP), o dirigente pratica a modalidade há mais de vinte anos, é faixa preta 3º grau (san dan).  Árbitro do quadro nacional "A" da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Cesar Paschoal pretende chegar a árbitro internacional.

O presidente da FJMS também fala do apoio que recebe do Estado (Fundesporte) e do municipal (Funesp), para o crescimento da modalidade. Ele ainda mostra alguns dos destaques de MS, como:

*Professor Aron Barbosa de Oliveira, 3º Dan, campo-grandense que atualmente exerce a função de técnico da seleção de Judô de El Salvador;

*Professor Amadeu Dias de Moura Júnior, 5º Dan, corumbaense, que há poucos meses foi para o México, e atualmente é o técnico da seleção de Judô daquele País; 
  
*Professor Roberto Mitio Harada, 6º Dan, que já foi vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô, há alguns anos;

* Professor João Batista da Rocha, 7º Dan, presidente da Funesp, e que atualmente exerce um dos mais relevantes cargos na Confederação Brasileira de Judô, que é o de Coordenador Técnico do Judô Nacional;

* Professor Marcos Kiyotatsu Shimabukuro, 4º  Dan, árbitro do quadro internacional, que representa Mato Grosso do Sul nos principais eventos da Confederação  Brasileira, inclusive arbitrou as seletivas para as Olimpíadas de Atenas, e deve marcar presença nos próximos grandes eventos nacionais e internacionais;

* Professor Jonas Rodrigues de Souza, 5º Dan, hoje em Dourados, também é árbitro internacional, sempre representando bem o Estado em eventos nacionais e internacionais.

No próximo dia 4 de junho, Cesar Paschoal completa 39 anos. Casado com a professora Mônica Fuzetto, Cesar é pai de Giuliane Fuzetto Paschoal de 3 anos e nos próximos meses receberá mais um herdeiro, já que Mônica está grávida de quatro meses.  

 

Esporte Ágil - Você foi eleito recentemente para a Federação de Judô, depois de algum tempo atrás ter sido o vice. Quais os planos desta gestão para os próximos quatro anos?
César Paschoal - Minhas pretensões pessoais no esporte são de chegar a árbitro do internacional de judô e do desenvolvimento do desporto no geral, não só no judô, no que eu puder ajudar nas outras modalidades também. Na vida, preferencialmente, a minha família. E, no profissional, busco o cargo de juiz do trabalho há muitos anos e estou na fila para um dia ocupar este cargo. Como presidente da Federação de Judô, eu pretendo manter a organização que rege a entidade há mais de 25 anos, preparar o judô de MS para os próximos anos levando sempre os princípios que regem este notável esporte olímpico. Nós temos uma diretoria extremamente atuante, inclusive neste feriado (26/05), tivemos uma reunião das 13h30 às 18h30, onde decidimos o futuro pelo menos de 2005. Essa reunião chamamos de ordinária. Todo mês nos reunimos e juntos decidimos. Não é o presidente que decide, é uma diretoria. Tem um vice, o professor Jairo, e o segundo vice, que é o professor João Rocha. O que tem para ser decidido, colocamos em votação. Nós temos projetos sociais, hoje temos cinco deficientes visuais que estão em São Paulo disputando a seletiva do Pan-Americano. Estes mesmos cinco, foram campeões brasileiros há duas semanas. Este é um projeto que se iniciou com o professor Amadeu, agora está com o professor Luciano Carvalho e Janser Lorimer. Uma outra delegação de deficientes visuais está com a professora Ana Paula, do Clube Moura, participando em outro evento. Nós temos este projeto paraolímpico e o mais importante é ampliar isto, seja no paraolímpico ou para crianças carentes. O judô não é uma atividade barata em função das viagens para campeonatos, mas também não é cara. Porém o efeito que ele dá para criança é muito grande, perto do investimento que é feito com esta mensalidade. O principal, que estamos sempre falando em reunião, é que a partir do momento em que o atleta está lutando, está treinando em academia, está com o pensamento voltado para o esporte, no caso o judô, ele está saindo das drogas, do alcoolismo e da rua, que não é um ambiente propício para criança. Precisa ir para a escola e, principalmente, nossa diretoria tem como princípio  atacar as causas do problema. A sociedade tem como regra atacar os problemas, com a construção de presídios, hospitais e farmácias que se esparramam pela cidade. Isto significa que o poder público está investindo no efeito. Nós vemos diferente, vamos trazer estas crianças para a academia, não importa se é de karatê, judô, tae kwon-do, o importante é que as crianças, adultos e idosos estejam praticando esporte, porque a médio e longo prazo como efeito vai diminuir o número de gente em hospitais, praticando delitos.

Esporte Ágil - A Federação também tem um projeto visando os Jogos Pan-Americanos de 2007...
César Paschoal - O Pan 2007 deve iniciar os treinamentos neste início de junho, com o professor Reginaldo, Jairo, Marco Aguilera e Alessandro, todos da diretoria da Federação. Quem dava aulas era o professor Amadeu Dias de Moura Júnior, de Corumbá, só que ele assumiu o cargo de técnico da seleção mexicana e foi embora. Ele foi mais um que "exportamos", não conseguimos segura-lo. Não só ele como o Aron Barbosa de Oliveira que está hoje em El Salvador fazendo um excelente trabalho. Atletas também já foram exportados, como Jack Jamil Daouly, Roberto Vicente e a Paula Souza Rodrigues. Todos estão na Gama Filho, do Rio de Janeiro. Posso dizer que estes três exemplos saíram daqui para estudar custeados por universidades locais. O Roberto Vicente Gomes está em sua segunda faculdade, já fez Fisioterapia e agora faz Educação Física. Está é outra forma que o atleta carente tem de vencer na vida, fazer faculdade através do judô. Aqui em Campo Grande também temos bolsistas, na UCDB e Uniderp me parece que também tem bolsas para atletas, não só de judô.

Esporte Ágil - Quantos atletas estão hoje no projeto Pan 2007?

Cezar Paschoal - Entre 50 e 100 atletas. Mas que despontem mesmo e possam chegar até lá, são entre 15 e 20 atletas, já que atletas do Brasil inteiro pretendem uma vaga. Já existe uma seleção brasileira só para isso. Para entrar naquela seletiva precisa participar de vários campeonatos. Mas nós temos atletas aqui em plenas condições. Vou citar sem prejudicar os demais, a Michele no feminino, campeã agora dos JABs (Jogos Abertos Brasileiros), e Clayton Lima várias vezes campeão brasileiro e do último JABs, enfrentando atletas de nível quase olímpico, de São Paulo e Rio de Janeiro.

Esporte Ágil - E o nível do judô de Mato Groso do Sul, também vem crescendo?
César Paschoal - Cada vez mais. Embora não seja tão referencial para outros eventos de nível olímpico, ficamos em terceiro lugar nos JABs. Tivemos 15 medalhas no total e ficamos extremamente alegres com o resultado do pessoal. Está elevando o nível, estamos trocando também de geração, existe um foco direcionado para o júnior, que no Pan 2007, estarão no auge, uma vez que a vida de atleta vai até os 27 ou 30 anos. Daí se parte para técnico ou arbitragem. Exemplo disso é a própria Olimpíada, a cada edição temos um atleta novo renovando o quadro de medalhas.

Esporte Ágil - Tem algum evento nacional que vocês estejam tentando trazer para o Estado?
César Paschoal - Em outubro deste ano, não está sendo trazido pela Federação, mas haverá em Campo Grande o Campeonato Mundial dos Jogos Salesianos. Os padres católicos estão trazendo e, na parte de judô será a Federação que dará o suporte para a realização do evento. Vários atletas filiados à Federação de Judô irão estar lutando. Tivemos na semana passada, os Jogos Abertos Brasileiros, de nível nacional. Vão ter ainda algumas copas, alguns eventos de clubes e, talvez, envolva equipes nacionais e até internacionais. Para este ano, graças a Deus, o calendário está lotado, teremos bastante evento. Para o ano que vem, pretendemos trazer também uma fase final de Brasileiro. Os atletas participam do Estadual, depois vem o Brasileiro Regional, que neste ano Mato grosso do Sul foi campeão em Ji-Paraná (RO) e vários atletas nossos classificaram-se para as finais e agora vão competir no Nordeste, São Paulo, Santa Catarina. Estamos correndo atrás de verba para enviar estes atletas para cada uma dessas finais.

Esporte Ágil - Quantos clubes são filiados à Federação?
César Paschoal - São 33 clubes no Estado e em torno de 500 a 600 atletas filiados à Federação. Mas praticando judô, há o dobro. Muitos atletas do interior não se filiam por não ter condição de competir. A nossa meta é conseguir, nestes quatro anos, dobrar o número de filiados, não só para a competição, mas para formar cidadãos.

Esporte Ágil - Você também já atuou na justiça desportiva, não é?
César Paschoal - Por dez anos fui presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação de Judô. Fiz parte, como auditor, da Federação Universitária e atualmente sou presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação de Vôlei. Fiz parte também nos Jogos Brasileiros. Tenho projeto de publicar um livro de Justiça Desportiva, não digo que será inédito, tem duas obras só no Brasil, mas sobre o que vou escrever não tem.

Esporte Ágil - A Federação tem mais alguma novidade vindo por aí?
César Paschoal - Nós temos a idéia de pulverizar a modalidade de judô em MS, para isso, criamos o "Judô Mania" que, inclusive, é o nome de nossa chapa. A idéia não é só dobrar, mas ter muitos praticantes de judô. Não é fácil porque às vezes precisamos de verba para fazer a campanha de publicidade. Posso dizer que esta entrevista está desencadeando o "Judô Mania" e vamos tomar medidas para pulverizar isto no Estado.

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