Bate-Bola | Da redação | 17/10/2018 15h59

Em sua motorhome, douradense viaja pelo Brasil e já acumula 100 troféus em corridas de rua

Compartilhe:
Mesmo sendo especialista em corridas de rua, atleta é bicampeã da prova de trilha dos Jogos Urbanos. Mesmo sendo especialista em corridas de rua, atleta é bicampeã da prova de trilha dos Jogos Urbanos. (Foto: Divulgação/Acervo Pessoal)

Em uma Van Sprinter de sete metros, a jovem tem banheiro, cama de casal e uma sala, onde também fica a cozinha.

Ela já conheceu o Sul, Sudeste, Centro-Oeste e parte do Tocantins pessoalmente. E o melhor: sem sair de casa. A bordo de sua motorhome, a douradense Gabriela Letícia Rocha, 24 anos, vive praticamente na estrada e, por onde passa, disputa as principais corridas de rua do Brasil. As curtas temporadas em diferentes cidades já renderam, mais do que experiência e quilômetros rodados, em torno de 50 troféus de primeiro lugar - mais de 100 no total.

“Faz dois anos e meio que tenho o motorhome, e de um ano e meio para cá, quando terminei as aulas da faculdade, comecei a só viajar para competir e conhecer o Brasil. Nisso, vou conhecendo os lugares e, aos finais de semana, me programo para alguma corrida. Em novembro, devo ir para o Sul, faço uma programação não muito específica e vou decidindo. Geralmente fico uma semana em cada cidade, parada e treinando. De início, vou para o Sul, mas também não sei quando retorno, mas sempre com foco nas competições”, afirmou.

Em uma Van Sprinter de sete metros, a jovem tem banheiro, cama de casal e uma sala, onde também fica a cozinha. “Tem tudo, é como se fosse uma minicasa”, garante. É ela própria quem dirige o veículo, traça o itinerário e define as provas que irá disputar. Nos últimos dois meses, por exemplo, permaneceu em Dourados, sua cidade natal, apenas em treinamento.

Sábado, Gabriela venceu, pela segunda vez, a Corrida de Trilha dos Jogos Radicais Urbanos, prova de 7,8km realizada no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Em sua galeria, ainda um primeiro lugar da Tamarack Half Marathon, em Ottawa (CAN), um vice na etapa campo-grandense do Circuito Caixa, ambas neste ano, e o troféu de campeã da City of Oaks Half Marathon, em Raleigh (EUA), no ano passado.

Agora, ela se prepara para uma nova temporada, novamente pelo Sul, região que, segundo ela, oferece melhor estrutura para os corredores.

Confira a entrevista com a atleta:

Por que decidiu morar em uma motorhome e viajar pelo Brasil para correr?

Há uns seis anos que tinha isso em mente. Há dois anos e meio, a ideia se concretizou. Quando estou aqui, só treino. E quando viajo, estou competindo. Nisso, vou conhecendo os lugares e, aos finais de semana, me programo para alguma corrida. Em novembro, devo ir para o Sul, faço uma programação não muito específica e vou decidindo. Geralmente fico uma semana em cada cidade, parada e treinando. De início, vou para o Sul, mas também não sei quando retorno, mas sempre com foco nas competições.

Qual a vantagem, para uma atleta que viaja tanto, ter uma casa sobre rodas?

Não há grandes dificuldades, só pontos positivos. Posso estar onde eu quero, sempre em casa. Não tem esse negócio de ficar em hotel, pegar avião, coisa que não gostava de fazer. Assim, acho bem mais fácil. Dificuldades são poucas.

Já ganhou muitas provas?

Tenho mais de 50 troféus de primeiro lugar. Mas entre as provas mais importantes, estão a Tamarack Half Marathon, em Ottawa (CAN), um vice na etapa campo-grandense do Circuito Caixa, ano retrasado. Também fiquei em quarto na Meia Maratona Internacional de São Paulo em 2017 e em primeiro na City of Oaks Half Marathon 2017, em Raleigh (EUA).

Prefere corridas de trilha ou de rua?

Sempre corro rua. Em trilha, fui nessa ano passado, nos Jogos Radicais, ganhei e gostei bastante do percurso, me programei para voltar esse ano. Sempre corro rua mesmo. No Brasil, tem mais corrida de rua do que trilha. É difícil ter provas de trilha com boas premiações. Eu gosto muito de grama e terra, onde treino, então acho legal estar em contato com a natureza.

31749653-10160203173870012-3906211290435026944-o

Como avalia o incentivo à modalidade em Mato Grosso do Sul e no Brasil?

O principal problema é não incentivar a base para, quando chegar na idade adulta, estarem entre os melhores do Brasil. Algumas empresas privadas não dão tanto apoio justamente pelo nível ser baixo. Acredito que o erro está na base, que não forma atletas para ficarem entre os melhores. Minha equipe é de fora, nunca tive equipe aqui. Já corri por Maringá, São Paulo, e agora por Brasília (DF). Nunca tive nenhum patrocínio, nada, zero por aqui. Ninguém nunca entrou em contato comigo para patrocínio e sempre tive oportunidade para fora, não por escolha, e sim por falta de oportunidade.

Quais locais você já conheceu? Onde gostaria de correr?

Vou muito para o Sul, lá tem muita estrutura para o motorhome, tem camping, lugares bons para passar semanas ou mês, litoral principalmente. Já fiz o Sudeste também, Brasília (DF), Centro-Oeste todo, até Tocantins. Nunca fui para o Nordeste e para o Norte. Para o Nordeste, pretendo ir ano que vem.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS