Bate-Bola | Da redação | 30/04/2008 17h30

Bate-bola: Val Lopes

Compartilhe:

Val Lopes

Professora de educação física, a campo-grandense Valdinéia Lopes de Oliveira, voltou recentemente de Leipzig (Alemanha), onde cursou uma especialização em handebol. Ex-atleta, ela está envolvida como árbitra e técnica da modalidade há 10 anos, tempo em que tornou-se árbitra nacional, e agora comanda as equipes de handebol do Colégio Latino-Americano e da Escola Estadual Rui Barbosa.

Em entrevista ao Esporte Ágil, ela falou sobre sua experiência recente na Alemanha, sua carreira como atleta, árbitra e técnica de handebol, e também sobre o desenvolvimento da modalidade em Mato Grosso do Sul.

Esporte Ágil - Como foi a experiência da especialização em handebol na Alemanha?
Val Lopes -
A oportunidade surgiu no segundo semestre do ano passado, quando foi aberta uma vaga para uma brasileira e fui indicada. Viajei com ajuda do FAE, e lá na Alemanha, tive as despesas pagas, moradia, alimentação, mais uma bolsa. O curso durou cinco meses, de setembro/07 a fevereiro/08, e pude aprender muito sobre handebol. Na Alemanha, pude aprender sobre organização, como montar equipes de alto nível, com funcionam a Liga da Alemanha e o Campeonato Mundial e muitas outras coisas sobre o handebol.

Esporte Ágil - Como começou seu envolvimento com o handebol?
Val Lopes -
Comecei em projetos, treinei ginástica, vôlei e só depois cheguei ao handebol. Foi nessa modalidade que consegui uma bolsa para uma escola particular (ASE), e depois fui jogar em São Paulo, onde fiquei três anos. Minha carreira como atleta não deu tão certo e voltei para Campo Grande, começando a arbitrar partidas de handebol. Fui árbitra de 98 à 2007, tornei-me árbitra nacional em 2003, juntamente com a Andréia. Atualmente, não sou mais árbitra, pois tenho equipes em todas as categorias de base.

Esporte Ágil - Como é sua rotina de trabalho?
Val Lopes -
Trabalho na Escola Estadual Rui Barbosa e no Colégio Latino-Americano, com o Projeto Atleta do Futuro. A equipe de garotos mais velhos é do Latino. Trabalho 30 horas semanais apenas com handebol e, quando temos jogos, essa carga horária aumenta ainda mais. Porém, esse é meu trabalho e gosto disso, então nem percebo passar este tempo.

Esporte Ágil - Qual sua avaliação sobre o trabalho de Seleções Permanentes em MS?
Val Lopes -
Esta é a melhor maneira do Estado mostrar seu trabalho para o restante do País, pois não temos uma estrutura de clubes, como no Sul-Sudeste, os times que temos são de escolas. Não temos clubes nem empresas que invistam na modalidade, não temos uma mentalidade esportiva. Dessa forma, as Seleções Permanentes é uma maneira de mostrarmos trabalho, selecionando os melhores atletas, e depois cobrando da Confederação a realização de campeonatos que envolvam seleções estaduais. Isto é importante para mostrar o trabalho do handebol do Estado.

Esporte Ágil - Que atletas de MS estão despontando nas categorias de base?
Val Lopes -
O Vinícius de Araújo, atleta que foi do Latino-Americano, hoje está no Clube Pinheiros, um dos principais do País. Foi artilheiro do Brasileiro Zonal e, provavelmente, estará nas convocações para a Seleção Brasileira Cadete. Ainda temos outros atletas se destacando, como o Danilo, que já foi pré-convocado para a Seleção, temos o Vágner, o Reinaldo Augusto, toda uma galerinha que está crescendo, melhorando e com muito potencial para compor as Seleções Brasileiras.

Esporte Ágil - Como você vê o trabalho da Federação de Handebol de MS?
Val Lopes -
A Federação realiza os Campeonatos Metropolitanos, Campeonato Estadual e Campeonato de Mini-Handebol, e são estes que colocam as crianças para jogar. A Federação tem um trabalho muito bom de categorias de base, cumprindo sempre seu calendário, não tenho do que reclamar. Além disso, existe uma iniciativa muito boa, que é de permitir com que  os pólos de treinamento do Atleta do Futuro, como Rui Barbosa, Santos Dumont, Maria Tereza, Carlos Garcia, entrem nas competições da Federação de forma gratuita.

Esporte Ágil - No Campeonato Brasileiro Zonal, as equipes de MS jogam contra as equipes do Sul? Porquê não contra as do Centro-Oeste?
Val Lopes -
Por determinação da Confederação, que redivide o País em seis regiões. Nós acabamos prejudicados, pois os Estado do Sul possuem uma melhor estrutura no handebol, com clubes, universidades, equipes profissionais e investimentos, ganhando uma bagagem que ainda não temos, o que acaba nos prejudicando na briga por vagas no Brasileiro.

Esporte Ágil - Qual a expectativa de trabalho para o segundo semestre?
Val Lopes -
Estou com grandes expectativas com a equipe do Latino, de alcançar a vaga nas Olimpíadas Escolares JEBs. Temos praticamente a mesma equipe, perdemos o Vinícius, mas estamos confiantes em alcançar a vaga. No ano passado, MS caiu para a Série A, e agora queremos voltar à Divisão Especial. É uma equipe muito competitiva, para brigar de igual para igual com os primeiros colocados.

Esporte Ágil - Qual sua opinião sobre a Seleção Brasileira Adulta?
Val Lopes -
A Seleção Brasileira é muito bem vista na Europa, principalmente a feminina, que chegou muito forte para o Mundial, mas por um erro de nossos dirigentes, que não inscreveram as duas armadoras centrais na competição, o desempenho da equipe foi aquém do esperado, pois tiveram que ser improvisadas pontas como armadoras, mas ainda assim as garotas foram vice-campeãs da President Cup. Na partida contra a Rússia, campeã mundial, o Brasil perdeu por muito pouco, o que aumentou ainda mais nosso prestígio. A equipe masculina também ganhou respeito internacional, depois da boa apresentação contra a Alemanha, também campeã mundial, o que tem feito com que o Brasil seja cada vez mais bem visto lá fora.
Os técnicos da seleção brasileira, os espanhóis Juan Oliver (feminino) e Jordi Ribera (masculino) têm trabalhado com o mesmo parâmetro para todas as categorias, o que tem contribuído muito para o desenvolvimento do handebol no País.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS