Bate-Bola | Da redação | 17/01/2007 16h51

Bate-bola: Sílvia Echeverria

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Lance de ataque de uma partida de tchoukball no Belmar Fidalgo (Foto: L. C. Martins)

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Sílvia Echeverria

A professora de Educação Física Sílvia Echeverria é uma das precursoras de uma nova modalidade esportiva em Mato Grosso do Sul: o tchoukball. O esporte é derivado do handebol, mas possui menos contato físico e pode ser disputado por pessoas de todas as idades e do sexo masculino e feminino mesclados em uma mesma partida. A professora Sílvia também trabalha com a modalidade de bocha, atuando sempre em prol do esporte sul-mato-grossense.

Atualmente, há pólos de treinamento em Campo Grande, Cassilândia e Ponta Porã. Em processo de treinamentos e divulgação, os jogadores de Mato Grosso do Sul buscam viabilizar a participação nas etapas do primeiro Campeonato Brasileiro de Tchoukball, que será realizado em etapas. Segundo a professora Sílvia, caso MS participe da primeira etapa, a terceira etapa acontecerá aqui em Mato Grosso do Sul.

A equipe Esporte Ágil entrevistou a professora durante um treinamento da equipe de tchoukbol de Campo Grande, na Praça Esportiva Belmar Fidalgo. Ela esclareceu sobre as particularidades do esporte, sua história e sobre os planos para o tchoukball em 2007.

Esporte Ágil - No meio do ano passado, vocês realizaram um seminário sobre o esporte. Qual o avanço alcançado daquele seminário até hoje?
Sílvia Echeverria - Foi um avanço muito bom, pelo pouco tempo que tivemos. A partir desse seminário, montamos um grupo para jogar o tchoukball, para entender o esporte. Fui então para Cassilândia, ministrei uma palestra para os universitários lá, numa jornada de Educação Física. Eles ficaram muito interessados, mas faltam quadros para eles lá. Atualmente, no Estado, temos apenas um par de quadros. Em novembro, teve uma semana de Educação Física em Ponta Porã, quando eu viajei novamente e levei o material; eles também ficaram extremamente interessados. A partir disso, Ponta Porã está montando uma turma; nós já temos uma equipe masculina e agora estamos montando uma feminina. Em dezembro foi fundada Confederação Brasileira de Tchoukball. Eles já têm três federações filiadas e aguardam nossa filiação. Temos uma equipe pronta, que é a "Amo Tchoukball", e estamos formando outra que é a Associação Campo-grandense de Tchoukball; em Ponta Porã, estão com uma equipe também que ainda não tem nome, mas em janeiro, fundaremos essas duas equipes. Eu acredito que em fevereiro nós já teremos nos filiado à Confederação. O Campeonato Brasileiro será em etapas, sendo que a primeira será agora dia 6 de fevereiro. Se conseguirmos enviar nossa equipe, a terceira etapa será aqui em Mato Grosso do Sul.

Esporte Ágil - Existem vários esportes "populares" praticado por muitas pessoas. Qual o diferencial do tchoukball?
Silvia - Porque o tchoukball é o "esporte da paz", caracterizado pela não-violência. É um esporte sem contato físico, é um esporte de competição, mas não de oposição. Ele é muito inclusivo, podendo jogar crianças, mulheres, pessoas da terceira idade. Na areia ele é um pouco mais cansativo, mas ao mesmo tempo, ele tem menos impacto.

Esporte Ágil - O objetivo é também atingir as escolas?
Sílvia - Com certeza. Queremos neste ano trabalhar na capacitação de professores em seminários. No começo do ano, a rede municipal faz um curso de capacitação dos professores, então é um momento que a gente tem para trabalhar com palestras e oficinas para o treinamento deles.

Esporte Ágil - Pelo fato dos dois gêneros jogarem juntos, isso pode ajudar na inclusão desse esporte nas escolas?
Sílvia - Podemos também fazer a adaptação para mais pessoas. De repente a gente coloca 20 pessoas jogando, porque não? O esporte torna-se ainda mais interessante por causa disso.

Esporte Ágil - Quantas pessoas praticam o esporte em Mato Grosso do Sul?
Sílvia - Eu posso falar de Campo Grande e Ponta Porã. Temos praticamente cinqüenta pessoas já, o que é um resultado muito bom. Principalmente pela falta do material de jogo, que são os quadros.

Esporte Ágil - Como é a aceitação do público em geral. Não só aqueles que acompanham, mas também aqueles que não conhecem o esporte?
Sílvia - É interessante. Primeiro eles mexem com a gente, tiram sarro. Mas daí a gente convida eles para jogarem também, ai eles ficam interessados, acham bem legal. E é um esporte que pode ser jogado na quadra, na areia, na grama e até na água. Na água não experimentamos ainda, mas dá. È que a primeira etapa, do Rio será realizada na areia, então a gente está treinando aqui (Belmar). Inclusive estamos fazendo uma "Ação entre Amigos" para ver se conseguimos levar nossa equipe pra lá. Juntando dinheiro, buscando patrocínios, mas, por enquanto, não temos nada definido. Estamos buscando em secretarias de esporte também, apesar de ser um esporte que está se iniciando agora, as pessoas que estão à frente destas secretarias já tem conhecimento do esporte, então teremos uma provável participação deles para nossa ida ao campeonato.

Esporte Ágil - Mudando um pouco o foco da entrevista, como funciona basicamente o esporte?
Sílvia - São colocados dois quadros, um de cada lado da quadra. Em volta do quadro fica uma área de três metros. A gente pode dar, no máximo, três passes antes de arremessar para o quadro. Quando você faz o arremesso de um lado, a defesa tem que se posicionar do lado contrário ao do arremesso, para segurar a bola antes que ela caia no chão. Se meu time arremessar e a bola cair do lado de fora da área, ponto para minha equipe. Se, ao contrário, ela cair do lado de dentro da área, o ponto é da equipe adversária. Você pode fazer tanto um ponto para você, quanto para o adversário. E não existe um quadro para minha equipe e outro para a adversária. Eu posso tentar fazer ponto tanto em um, quanto no outro quadro.

Esporte Ágil - Então eu tenho que arremessar no quadro. Se cair para fora da área, ponto meu, se cair dentro, ponto contrário?
Sílvia - Isso. Nesse jogo, por exemplo, são cinco para cada equipe. Então a gente posiciona dois em volta da área, para pegar o rebota e os outros três ficam espalhados. Você não tem um lado que você joga, pode jogar dos dois lados. Então, o trabalho de defesa é cansativo, porque a pessoa que está no meio tem que correr para a área que a bola será arremessada, depois voltar para o meio. Na parte de ataque, é um jogo tranqüilo, mas na parte da defesa, é bem puxado.

Esporte Ágil - O esporte nasceu quando e onde?
Sílvia - Ele nasceu na Suíça, na década de 60. Foi criado por um médico esportivo, que estava indignado de ver as lesões graves que os jogadores sofriam no esporte. E ele pensava como que algo tão essencial pode fazer tão mal, principalmente devido ao contato físico. E o Tchoukball não tem esse tipo de contato, é um esporte bem mais leve.

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