Bate-Bola | Da redação | 29/11/2006 18h21

Bate-bola: Ricardo e Emanuel

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Ricardo/Emanuel foram entrevistados durante passagem por Campo Grande no dia 28 de novembro Ricardo/Emanuel foram entrevistados durante passagem por Campo Grande no dia 28 de novembro (Foto: Esporte Ágil/L.C.Martins)

Ricardo e Emanuel

A dupla de vôlei de praia formada pelo baiano Ricardo e pelo paranaense Emanuel é uma das duplas mais vitoriosas da história do vôlei de praia mundial. Campeã olímpica em Atenas-2004, eles estão certamente no auge de suas carreiras e visam o título do Pan-americano do Rio 2007 e as Olimpíadas de 2008 na China. Emanuel tem três participações em Jogos Olímpicos e Ricardo tem duas participações, sendo que em 2000, foi prata com Zé Marco e em 2004, ouro com Emanuel.

"A dupla dona da vaga ainda não está garantida; estamos na liderança, mas ainda virão três torneios para definir a representante do Brasil no Pan Rio-2007", lembra Emanuel, que já visualizou as dificuldades que enfrentarão os jogadores que se classificarem. "Quem for ao Pan, terá que jogar um Grand Slam na França, provavelmente até domingo, e chegará ao Brasil em uma segunda ou terça-feira, para iniciar o Pan na quarta-feira e seguir jogando até domingo. Então, logo depois, terá que jogar outro Grand Slam a partir da outra quarta-feira na Suíça. Quem se classificar terá que tomar muito cuidado com isso".

Durante passagem por Campo Grande, a equipe do Esporte Ágil entrevistou a dupla, que falou sobre os planos para o futuro, a temporada 2007, treinamentos e sobre toda sua trajetória no vôlei de praia. Tendo ganho todos os títulos possíveis no vôlei de praia, eles disseram que o Pan-americano é o único título de expressão que eles não possuem, e sabem que a trajetória não será fácil.

Esporte Ágil - A dupla Ricardo/Emanuel é campeã olímpica, tricampeã do Circuito Mundial e bicampeã do Circuito Nacional. Estando no topo, como vocês buscam manter a motivação para a vitória?
Emanuel -
A cada ano, existe uma evolução no vôlei de praia. O fato de jogarmos juntos faz com que nosso jogo evolua. Logo que formamos a parceira em 2002, fomos campeões brasileiros e percebemos que a dupla era boa individualmente. Agora faz quatro anos que estamos juntos, e temos muita coisa para melhorar e desenvolver. Em 2005 e 2006, o Ricardo começou a defender mais, aos poucos descobrimos novas formas, estratégias, para manter uma evolução. Acho que com as qualidades que os dois jogadores possuem, isso fica mais fácil, pois o Ricardo passa muito bem, bloqueia e ataca muito bem, e eu também tenho essa facilidade com os fundamentos, então, manter-se bem não é monótono.

Esporte Ágil - Como vocês avaliam o trabalho de base no vôlei de praia brasileiro?
Ricardo -
O vôlei de praia tem crescido muito em todo o país, mas nem todos estados têm a prática, então não existe uma base tão forte. Existem locais que estão se tornando celeiros: Rio de Janeiro, Fortaleza, João Pessoa, Salvador, são capitais que estão crescendo e investindo no esporte. O número de adeptos cresce a cada ano e isso vai fazer a base de cada estado. O crescimento e fortalecimento da base vão depender do futuro, do investimento em nosso esporte, que está se fortalecendo, ganhando títulos e sendo um esporte cada vez mais vitorioso.

Esporte Ágil - Que países poderão fazer frente ao Brasil na temporada 2007? Existe alguma surpresa?
Ricardo -
Os Estados Unidos tem dois os três times muito fortes; A Suíça sempre forma duas duplas muito fortes também, fazendo uma troca entre eles; e a Alemanha, que vem crescendo muito, fazendo pré-temporada no verão do Brasil. Creio que atualmente, estes são os adversários em nível mundial.

Esporte Ágil - Vocês já vieram a Campo Grande diversas vezes para competir. Deu para conhecer algo da cidade?
Emanuel -
O espaço é curto e todas as vezes, viemos só para jogar. Sei que é interessante a área das fazendas do estado, acho muito interessante. Sei que aqui muita gente vive em função do gado e eu gosto de fazendas, então gostaria de vir aqui um dia com tempo para ver isso.

Esporte Ágil - Vocês praticaram o vôlei de quadra. Como foi a transição para a praia?
Ricardo -
Minha mudança não foi tão complicada, porquê comecei a jogar vôlei com idade avançada, aos 17 anos. Aos 19 anos, meu primo Paulão jogava vôlei de praia com o Paulo Emílio e me chamou pra auxiliar no treinamento deles, sacando, buscando bolas. Então, peguei gosto e fui direto para a praia; minha passagem pela quadra foi muito rápida, onde aprendi apenas o essencial do voleibol.
Emanuel - Para mim foi mais difícil, disseram que eu tinha feito uma péssima escolha. Eu era considerado uma das promessas do vôlei paranaense, juntamente com mais três atletas, tínhamos condições de chegar a seleção brasileira. Eu já jogava na Superliga pelo Curitibano. Quando fiz a opção, meus amigos disseram que eu estava me precipitando, pois em 1991, quando fui para a praia, o Campeonato Brasileiro tinha apenas 5 etapas, estava no início, era uma época de testes. Eu escolhi e encarei. Quando eu jogava na quadra, eu era meio-de-rede. Com 1,90 eu era veloz, mas hoje em dia, com esse tamanho, não sou nada nessa posição. Quando fiz essa opção, muita gente ficou chateada, inclusive o pessoal da Federação Paranaense de Vôlei, que achava que eu deveria continuar na quadra, mas foi minha opção, e acho que fui abençoado nesta escolha.

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