Bate-Bola | Osvaldo Sato / Da Redação | 30/03/2007 17h34

Bate-bola: Marcos Borges Ortega

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Marcos Borges Ortega é presidente da Febicross (Federação de Bicicross de Mato Grosso do Sul). Marcos Borges Ortega é presidente da Febicross (Federação de Bicicross de Mato Grosso do Sul). (Foto: Esporte Ágil / Osvaldo Sato)

Marcos B. Ortega

O profissional de educação física Marcos Borges Ortega é mais um dos grandes exemplos que o esporte pode criar. Natural de Campo Grande-MS, aos 32 anos, ele é presidente da Federação de Bicicross de Mato Grosso do Sul (Febicross), e luta pelo fortalecimento de um esporte que não é de massa, mas que, como todos os outros, podem ter um importante papel na inclusão social e na melhoria da qualidade de ida da população.

Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre as dificuldades com a falta de apoio da iniciativa privada e também do verdadeiro "calote" dado pelo Governo do Estado em 2006, deixando as federações do Estado sem a verba empenhada do Fundo de Investimento Esportivo. No caso da Febicross, Marcos paga até hoje, de "seu próprio bolso", despesas que deveriam ter sido custeadas pelo FIE em 2006.

Esporte Ágil - Gostaria que você falasse sobre o bicicross e sua prática em Mato Grosso do Sul.
Marcos Borges Ortega -
Assumi a Federação de Bicicross de Mato Grosso do Sul (Febicross) em 2003 e a prática da modalidade estava meio apagada no estado. Nosso objetivo foi massificar o bicicross, realizando competições no interior, como nas cidades de Coxim, Sidrolândia, Sonora e Maracaju, com apoio das prefeituras locais e governo, através do Fundo de Investimento Esportivo (FIE). Hoje o Bicicross é bem divulgado no Estado e no Brasil. No Campeonato Brasileiro de 2006, atletas de MS conseguiram boas posições, como uma quinta e oitava posição, competindo contra pilotos dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, que tem estrutura muito melhor que a nossa.

Esporte Ágil - A Febicross não recebeu a verba do FIE em 2006?
Marcos Borges Ortega -
O FIE teve um grande problema em 2006. No início do ano passado, a comissão informou que a Febicross receberia 27 mil reais deste fundo, que de forma alguma, poderia ser desviado ou retiro. Infelizmente, muitas federações tomaram esse verdadeiro "calote" do Governo. O então secretário da Secretaria de Juventude Esporte e Lazer (Sejel), Carlinhos Cantor, prometeu que repassaria o fundo no mês de julho até novembro. Acabou a gestão do Zeca e esse repasse não foi feito.
Alem disso, algumas federações ligadas ao ex-governador ou ao ex-secretário da Sejel, conseguiram o repasse, enquanto outras federações que não tinham débito algum com o Governo ficaram na promessa e com o calote até hoje. Sobre a Febicross, não recebemos nenhum recurso e fizemos provas com apoio das prefeituras do interior, além de sempre contarmos com a ajuda da Gilmar Bicicletas.
Em 2006, fizemos uma reunião com o André e ele disse que caso fosse eleito, não acabaria com o FIE, que corresponde a 0,5% do ICMS recolhido pelo Governo do Estado. Infelizmente, estamos em abril e as federações não têm nenhuma posição do atual diretor-presidente da Fundesporte, Dirceu Lanzarini, e também do governador do Estado, André Puccinelli, sobre a continuidade ou não do FIE.

Esporte Ágil - Você acha que o governador e a Fundeporte devem tomar uma posição mais concreta?
Marcos Borges Ortega -
Acho importante eles tomarem uma posição, pois qualquer empresa deve ter um cronograma e o governo deve ser encarado como uma grande empresa. Caso o governo dissesse que a partir de julho, repassaria o FIE, via Fundesporte, as federações ficariam aliviadas e poderiam começar seus calendários esportivos em todo estado, com uma posição concreta. Em 2006, esperamos leite e tomamos apenas água.

Esporte Ágil - Qual a condição da pista de bicicross existente no Horto Florestal? Você acha que ela deveria ser administrada pela Funesp e não pela Fundac?
Marcos Borges Ortega -
Toda a área esportiva do Horto é administrada pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac). Cultura está ligada ao esporte sim, mas creio que a administração deveria ser da Fundação Municipal de Esporte (Funesp), pois ela está responsável, desde o desmembramento da Funcesp, por todo o esporte em Campo Grande.
Aquela pista do horto precisa também ser revitalizada, mas para que eu possa tratar algo sobre a pista do Horto, tenho que ir ao presidente da Funesp, João Rocha, para que ele trate com a presidente da Fundac e ela trate também com a administração do Sesc! Isso se torna muito burocrático! Estas dificuldades administrativas atrapalham o desenvolvimento do bicicross em Campo Grande, pois a pista do Horto é a única que temos na cidade, e ela é administrada pela Fundac e pelo Sesc.

Esporte Ágil - O bicicross tem um apelo popular?
Marcos Borges Ortega -
Em 1999 ou 2000, quando a pista do Horto ainda estava boa, realizamos provas com 250 atletas. Se olharmos para as ruas, veremos muitas pessoas, crianças e adultos, andando em BMX, que são as bicicletas usadas para o bicicross. Assim, a divulgação e massificação deste esporte tornam-se importantes, pelos fatores inclusivos deste esporte, que pode ser acessível a todas as pessoas. Alem de ser um transporte, pode ser um bom esporte.

Esporte Ágil - Deixe uma mensagem para os leitores, esportistas e incentivadores do esporte.
Marcos Borges Ortega -
Não só o bicicross, mas todos os esportes, tem carência de apoio financeiro, principalmente esportes que não são de massa. Se o empresário olhasse para o retorno disso e as federações administrassem bem, haveria um bom retorno em mídia. O empresariado precisa ver como o esporte é importante na sociedade. Assim, conseguiríamos grandes apoios e nossa sociedade teria menos violência, mais saúde, mais crianças nas escolas, menos crianças na ruas e muitas crianças no bicicross também!

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