Bate-Bola | Jeozadaque Garcia/Da redação | 08/09/2010 14h30

Bate-bola: Marcelo Humberto

Compartilhe:
“O esporte de rendimento de Dourados perdeu e irá perder espaço enquanto o prefeito de Dourados não olhar com carinho para esse setor”. “O esporte de rendimento de Dourados perdeu e irá perder espaço enquanto o prefeito de Dourados não olhar com carinho para esse setor”. (Foto: Foto: Divulgação)

Marcelo Humberto

Fã de esportes radicais, o jornalista Marcelo Humberto, de 43 anos, tem participação ativa na divulgação do esporte douradense. Desde o início da carreira, iniciada há pouco mais de 10 anos, escreve para o jornal O Progresso, onde seu tio cuidava da editoria de esportes. "Paralelo ao jornal, fiz programas esportivos em rádio onde tinha horário e também em TV onde produzia um programa", conta.

No Bate-bola, ele fala sobre sua carreira, sobre o esporte em Dourados e critica abertamente a atual administração da cidade, que, segundo ele, trata o esporte como "um nada".

Esporte Ágil - Como começou seu interesse pelos esportes? Praticava ou ainda pratica algum? Quais?
Marcelo Humberto
- Na realidade o esporte veio cedo, no tempo de escola. Em todas as atividades esportivas estava por lá. Joguei muito o futsal. Hoje, ainda pratico com um grupo de amigos. O futebol society também. Porém, hoje o boliche é um esporte que pratico muito assim como o paintball.  Na realidade, eu gosto muito de esporte de adrenalina. Só não sou fá de altura, isso nem pensar...

Esporte Ágil - E por que decidiu seguir o jornalismo esportivo?
Marcelo Humberto
- Eu sempre fui ligado ao esporte e gostei sempre de escrever. O meu tio Prudêncio Campos, funcionário do Jornal O Progresso era, antes de mim o editor do caderno de esporte e policia. Quando ele faleceu, há 11 anos atrás, surgiu a oportunidade de entrar no meio jornalístico. fiz o teste no O Progresso e fui aprovado. Comecei fazendo matérias para o caderno Dia-a-Dia, com conteúdo do cotidiano de Dourados. E em pouco tempo, coincidentemente, estava sendo transferido para ajudar um colega no esporte que cobria o espaço deixado pela morte de meu tio. Eu fazia o trabalho de campo. Buscava a informação dos clubes e esportes do momento. E em pouco menos de um ano, já era o editor do Caderno Esporte onde estou até o momento. Mas o destino, me pregou mais uma peça. Na mesma editoria que o meu tio Prudêncio fazia, a Policia, eu fui designado a assumir também. Fiquei por mais de um ano nessas duas editorias. Mas a paixão pelo esporte prevaleceu e deixei a Policia para ficar apenas no esporte. Com isso, houve uma evolução muito positiva na divulgação do esporte amador douradense com uma nova postura de mostrar o que Dourados e região tem de melhor. É claro que não dá para mostrar tudo numa página de jornal, mas faço o que posso e tenho a convicção que tem agradado o nosso leitor.

Esporte Ágil - Por quais veículos já passou?
Marcelo Humberto
- Por mais que eu gostasse de escrever e ter o jornalismo na veia, O Progresso é o primeiro meio de comunicação que atuo. E paralelo ao jornal, fiz programas esportivos em rádio onde tinha horário e também em TV onde produzia um programa.

Esporte Ágil - Quais eventos marcantes você já cobriu? Algum que ficou em sua memória? Por quê?
Marcelo Humberto
- Como sou um apaixonado pelo esporte num todo, eu vejo em cada um deles, características marcantes. Como sou  louco por velocidade, o barulho de motor me deixa fascinado. E por essa razão, o automobilismo em geral assim como o motocross me instigam. O futebol tem suas particularidades que emocionam, mas o esporte de adrenalina não tem igual. Tudo o que se refere a adrenalina, estou por perto. Dizer que um evento me marcou, seria ir contra o que estou dizendo da paixão pelo esporte. Mas posso dizer que um me marcou que foi a Copa Brasil de Basquete onde uma equipe daqui de Dourados competiu com grandes clubes. Por mais que eu estivesse lá (Goiânia) para cobrir o evento, não tem como não ser um torcedor.

Esporte Ágil - Em sua opinião, o esporte é bem tratado pelo poder público em Dourados? Por quê?
Marcelo Humberto
- Dourados, por ser a segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul e ter uma rica economia, o esporte é visto pelo poder público como um nada. Não existe incentivo pela atual administração. O esporte de rendimento de Dourados perdeu e irá perder espaço enquanto o prefeito de Dourados não olhar com carinho para esse setor. Houve uma pequena melhora no esporte escolar. Mas a Funced, que deveria ter o poder de administrar esse setor, trabalha com as mãos atadas pelo prefeito. A palavra final sempre é do prefeito Ari Artuzi em tudo o que a Funced faz, ou seja, quase nada. Os clubes profissionais que deveriam ter respaldo do poder público para bem representar Dourados, vivem no dilema de montar uma estrutura medíocre por falta de incentivo. Com isso, Dourados é visto no Estado como uma grande piada. Tudo por falta de comprometimento do poder público. E exemplo para isso não falta: Estádio Douradão, o segundo maior do Estado está interditado pelo Ministério Publico Estadual (MPE) e a Leda (não é liberado para jogos oficiais e também pode ser interditado); Ginásio Municipal Ulisses Guimarães, também corre o risco de ser interditado. Onde está o comprometimento do poder público? Dourados é rico de talentos em todos os setores. E muitos deles deixam Dourados para representar outras cidades e Estados, justamente por não encontrar no poder público o apoio necessário para se manter no esporte. E esses que saem, estão corretíssimos.

Esporte Ágil - Qual sua avaliação do Estadual de Futebol? Temos que melhorar em sua opinião?
Marcelo Humberto
- Tem muito que melhorar, muito mesmo. Só uma ilustração. A taça de campeão que a Federação dá para o campeão, nós aqui em Dourados oferecemos melhor para competição amadora. É claro que o campeão vai para a Copa do Brasil, mas e daí? E onde estão os incentivos para os clubes? Eu confio muito no esporte do Estado. Mas é dificil olhar o nosso rico Estado e se ver em meio a piadas. Quando que o nome do futebol do estado foi citado positivamente na mídia nacional? Muito pelo contrário. Tira-se, por exemplo, o Ivinhemense, Naviraiense... Por que tudo isso acontece? Por falta de comprometimento da própria Federação. E aliado a isso, os próprios diretores dos clubes do Estado trabalham com pensamento pequeno por falta de dinheiro para montar uma estrutura. E quem tem estrutura, verba, não conseguem sair do chão. Porque isso? Por falta desse comprometimento. Soube de equipe que esse ano montou um elenco profissional com R$ 400 mil e ficou no meio do caminho. E dirigentes me dizem que se tivessem pelo menos R$ 50 mil/mês, montaria um grande elenco. Se tivéssemos dirigentes, empresas e o poder público comprometido realmente com o futebol profissional do Estado, hoje estaríamos na mídia nacional. Vamos continuar acreditando no futebol profissional do Estado.

Esporte Ágil - Você acha que os esportes aqui de Mato Grosso do Sul pecam nessa questão de assessoria de imprensa?
Marcelo Humberto
- E muito. Quando disse acima da falta de comprometimento dos dirigentes, engloba-se a Assessoria de Imprensa. Os dirigentes não sabem o poder da assessoria para a marca do seu clube e muito menos de sua força. Qual empresário não gostaria de ver a sua marca sendo citado por algum meio de comunicação? Isso também não contribuiria para novos parceiros para o clube? O profissional da imprensa tem esse poder de unir. Mas os cartolas do Estado não tem essa visão. E essa é mais uma razão para que o esporte do Estado não seja visto como merece pela população.

Esporte Ágil - O que os jornalistas têm que fazer para mudar essa visão que os clubes tem da assessoria?
Marcelo Humberto
- Apenas um trabalho de conscientização. Aqui em Dourados, já existem clubes profissionais com suas assessorias. E pergunte a ele se estão contentes? Pergunte a eles os resultados obtidos?

Esporte Ágil -  Desde que começou a atuar na área, o que mudou no cenário esportivo de MS?
Marcelo Humberto
- Se me perguntar o que mudou em Dourados, te digo que o esporte amador, principalmente, está muito bem organizado, muito mais que o profissional. O esporte escolar também ganhou em organização e o de rendimento está tendo acompanhamento que muito se pecou no passado E o futebol profissional, com uma mídia forte, evoluiu também. É claro que falta muito. E muito mais por parte dos dirigentes que vêem em nós profissionais da imprensa um canal de dialogo para melhorar. E isso é muito bom. No Estado, houve um comprometimento de mostrar o que Mato Grosso do Sul tem de melhor. E se olharmos em todas as modalidades, houve um crescimento fantástico de talentos.

Esporte Ágil - Para finalizar, que dica você dá a quem deseja seguir carreira como jornalista esportivo?
Marcelo Humberto
- Paixão. Essa é a dica. O esporte é rico em se construir amizades saudáveis.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS