Bate-Bola | Da Redação | 18/10/2005 16h51

Bate-Bola: Josimário Derbli

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Josimário Derbli

Na época em que Josimário Derbli foi atleta de handebol, sentia falta de uma Federação estruturada e foi isso que o motivou a se tornar presidente da Federação de Handebol de Mato Grosso do Sul. Apaixonado por handebol, Josimário está há seis anos à frente da Federação e se diz satisfeito com o trabalho que vem desempenhando. Comenta que conseguiu realizar tudo aquilo que havia projetado.

Depois de ser atleta, árbitro, dirigente e dirigente nacional, Josimário se tornou vice-presidente da Confederação Brasileira de Handebol. Foi nomeado este ano como delegado da Confederação e afirma que Mato Grosso do Sul possui grande respeitabilidade a nível nacional.

A Federação realizou semana passada, em Campo Grande, o Campeonato Brasileiro Cadete Masculino. Este foi quarto campeonato nacional que a Federação trouxe a Campo Grande e, segundo Josimário, nosso Estado possui uma qualidade muito próxima do que é o melhor no handebol nacional.


Esporte Ágil - A Federação já havia realizado outros eventos nacionais em Mato Grosso do Sul?

Josimário - Quando assumimos a Federação precisávamos fazer com que ela se tornasse forte em nosso Estado. A partir daí estabelecemos algumas metas e dentro delas estavam os eventos nacionais como prioridade, para que pudéssemos criar um intercâmbio maior e estabelecer uma certa respeitabilidade fora do Estado. Nosso handebol sempre foi forte a nível nacional, porém, estávamos meio "apagadinhos", por isso achamos importante sediar eventos nacionais. E o legal foi que até ultrapassamos nossas metas, já que chagamos as competições internacionais. Em 2000 realizamos dois campeonatos nacionais, no masculino e no feminino cadete, de forma inédita na cidade e em 2004 tivemos outro nacional cadete feminino. Nosso Estado sediou treinamentos das seleções olímpicas em 2000 e 2004 e recebeu a Argentina, também em 2004, para realizar uma série de amistosos. Em 2003 recebemos atletas de uma equipe totalmente estruturada da Alemanha, com um potencial altíssimo, que veio fazer um intercâmbio com o pessoal daqui. Sempre trabalhamos muito com esses eventos nacionais, estabelecendo uma estrutura na base, mas nunca esquecendo do alto rendimento. Agora estamos focando em um novo objetivo, que é o de montar uma equipe adulta aqui no Estado, que visa, em 2007, estar na Liga Nacional. Temos certeza que nosso handebol tem chances de entrar em uma Liga, já que existe iniciativa privada interessada nessa modalidade e possuímos uma estrutura local muito boa. Podemos dizer que o handebol teria mais possibilidades do que as outras modalidades, porque temos um trabalho muito mais nivelado com as equipes de outros Estados. Já revelamos atletas para seleção brasileira e até o ano passado tínhamos dois técnicos sul-mato-grossenses na seleção brasileira. Neste ano temos um, que é o Paulo da seleção brasileira feminina. Temos um trabalho muito forte, nacionalmente somos muito respeitados. Na categoria cadete estamos em sexto lugar no ranking nacional, o que é uma excelente colocação, comparada à estrutura que outros Estados possuem.

Esporte Ágil - É complicado trazer competições nacionais para Mato Grosso do Sul?

Josimário - O difícil é organizar e mobilizar toda uma estrutura para isso, além, é claro, de conseguir recursos. Estamos fazendo a competição nacional deste ano basicamente com dinheiro da Federação. Só a prefeitura nos apoiou financeiramente, e com um valor significativo. Agora, em virtude de a Federação ter uma respeitabilidade a nível nacional, agente tem créditos e quando demonstramos interesse em sediar determinado evento, a Confederação dá prioridade para gente. Eu fiquei muito feliz com a participação da seleção olímpica em nosso Estado. Eles ficaram aqui 30 dias e eu percebi que a população é muito carente de eventos esportivos. A resposta do público foi muito legal, o ginásio ficou lotado. E isso foi gratificante, até porque o handebol ainda não é um esporte popular.

Esporte Ágil - Campo Grande tem uma estrutura adequada para sediar as competições e receber as equipes de fora?

Josimário - Eu acho que Campo Grande é carente de um Centro de Excelência Esportiva, que é algo que os grandes centros possuem. Na minha tese de monografia eu apresentei uma proposta de transformar o Mercado do Produtor nesse Centro. Ali existiria um investimento pequeno em relação à construção, porque a estrutura física está praticamente pronta. Lá existe uma grande área coberta, que poderia ser transformada em quadras esportivas. Em alguma área deste Centro seria construída uma área que poderia ser transformada em um alojamento, um hotel de trânsito para os atletas de fora. Nessas competições geralmente se alojam as equipes e nós não temos alojamentos. Se existisse um Cento, poderíamos utiliza-lo também para preparar nossas seleções, trazer atletas do interiro. Temos quadras excelentes para prática de handebol, mas em questão de alojamento estamos necessitados.

Esporte Ágil - Os atletas daqui estavam bem preparados o Campeonato Brasileiro? 

Josimário - Nossos atletas não deixam a desejar, tanto que fomos vice-campeões nos JEBS. A qualidade daqui é muito próxima do que é o melhor no handebol nacional. O Campeonato Brasileiro feminino será realizado em Natal - RG, onde MS será representado pela equipe do colégio Dom Bosco, que tem muita chance de conquistar resultados excelentes. O time feminino está mais preparado que o masculino.

Esporte Ágil - Atletas do interior também compõem a equipe de MS?

Josimário - Estamos com um atleta de Ponta Porã, um de São Gabriel d'Oeste, dois de Dourados e um de Três Lagoas.

Esporte Ágil - As competiçõs foram árbitradas por profissionais de MS?

Josimário - Um campeonato desse porte deve contar com árbitros nacionais ou internacionais. Tivemos uma dupla de MS e outras três de outros Estados.

Esporte Ágil - Quais são as maiores vantagens que essa competição trará ao nosso Estado?

Josimário - A integração, a competitividade saudável, a busca das equipes por um congraçamento. O fato de possibilitar que pessoas novas se conheçam e valorizem isso. Sem falar no intercambio grande oferecido aos nossos atletas, que estarão jogando com jovens de outros Estados. E o reconhecimento nacional de MS, que poderá ser divulgado através do turismo.

 

 


 

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