Bate-Bola | Da redação | 28/10/2005 19h45

Bate-Bola: Jairo Rodrigues

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Jairo Rodrigues

Depois de realizar uma carreira como atleta de destaque no judô sul-mato-gorossense, chegando a representar o Brasil em várias seleções, Jairo Rodrigues se tornou professor e técnico da modalidade e hoje é vice-presidente da Federação de Judô de Mato Grosso do Sul, chefe de divisão do desporto de rendimento da Funesp e técnico da seleção brasileira.

Jairo elogia o judô de MS dizendo que a modalidade se encontra em uma de suas melhores fases e conta com bons representantes, como Gabriel Pantoja, ouro no Sul-Americano deste ano. Segundo o técnico, Campo Grande sedia hoje diversas competições de judô e a modalidade é a primeira colocada no ranking do FIE há dois anos.

Nesta entrevista ele fala também como surgiu o convite para treinar a seleção brasileira e quais foram suas principais conquistas como técnico.

Esporte Ágil - Como começou a se envolver com o esporte?

Jairo - Fui assistir uma aula de judô do meu irmão, gostei e comecei a praticar. Na escola eu participei e competi em outras modalidades, mas nunca deixei o judô de lado. A partir dos 14 anos optei em praticar somente judô e comecei a competir visando resultados. Fiz uma carreira como esportista, representei o Brasil em várias seleções. Depois, fiz faculdade de Educação Física e hoje sou técnico de judô da Funlec, dou aula em duas escolas, sou chefe de divisão do desporto de rendimento da Funesp e dou aula para o curso superior de Educação Física. Minha vida toda é relacionada ao esporte.

Esporte Ágil - Como está o nível dos atletas que praticam judô em nosso Estado?

Jairo - O nível melhorou bastante. De uns cinco anos pra cá agente tem conseguido excelentes resultados. O judô no Mato Grosso do Sul passou por dois momentos de bons resultados, que foi na minha geração, há uns 15 anos atrás, e atualmente. Entre estas fases ele deu uma esfriada, mas hoje podemos dizer que nosso judô está numa boa fase, com bons resultados tanto no masculino quanto no feminino e em várias idades. Nós temos atletas representando a seleção brasileira e outros classificados para Campeonatos Brasileiros em diversas categorias.

Esporte Ágil - Os atletas daqui têm recebido apoio necessário?

Jairo - Tem sim. O maior apoio que nós conseguimos vem do FIE, que é o Fundo de Investimento Esportivo do governo do Estado, que viabiliza as viagens dos atletas. No último brasileiro que MS participou este ano, que aconteceu na Bahia, praticamente toda despesa com passagens de avião da delegação foi paga pelo Fie. Sendo que alimentação e hospedagem ficaram por conta dos atletas. O Fae, da prefeitura de Campo Grande, também tem ajudado vários atletas, mas em menor escala.

Esporte Ágil - Quais os principais títulos que seus atletas conquistaram?

Jairo - Ganhamos durante quatro anos consecutivos os Jogos Escolares de Campo Grande e fomos campeãs estaduais em diversas categorias. Individualmente temos muitos valores a nível nacional, nosso maior destaque hoje é o Gabriel Pantoja, que é bi-campeão sul-americano e é atleta da seleção juvenil, sendo que ano passado era da pré-juvenil. Um atleta permanecer na seleção por dois anos é um feito inédito em Campo Grande. Tivemos também outros atletas medalistas brasileiros.

Esporte Ágil - Como Gabriel foi para a seleção?

Jairo - Ele luta campeonatos nacionais e os atletas classificados em primeiro e segundo lugar nestas competições já estão praticamente na seleção brasileira. Para Gabriel garantir sua vaga deste ano na seleção ele participou de uma seletiva no Piauí, um campeonato específico para isso, onde ele foi campeão e permaneceu na seleção para disputar o sul-americano.

Esporte Ágil - Como foi escalado para dirigir a seleção brasileira no Sul-Americano?  

Jairo - Como estou colocando atleta há dois anos na seleção, a Confederação reconheceu nosso trabalho e me convidou para ser técnico da seleção juvenil brasileira, que conta com oito atletas do país. O resultado que conquistamos no Sul-Americano foi, talvez, um dos melhores do país, já que, dos oito atletas que dirigi, sete foram campeões e um pegou segundo lugar.

Esporte Ágil - É a primeira vez que você trabalha com a seleção?

Jairo - Como técnico sim. Eu já havia representado o Brasil como atleta.

Esporte Ágil - O que representa para você ser técnico da seleção?

Jairo - O fato de ser reconhecido por um trabalho feito em um Estado que não tem uma tradição muito grande em esporte, que é o caso de Mato Grosso do Sul, é muito gratificante. Você estar fora dos grandes centros e ser o escolhido entre vários técnicos do Brasil é ótimo. Sou grato pelo reconhecimento do trabalho que eu tenho feito no judô do Estado, que não é um trabalho só meu, mas da Federação e de outros clubes. 

Esporte Ágil - A Federação vem desempenhando um bom trabalho em nosso Estado?

Jairo - Com certeza. A Federação de Judô é a primeira do ranking do FIE há dois anos consecutivos. É uma Federação que trabalha muito unida e faz um excelente trabalho. Nunca teve uma chapa de oposição nas eleições da Federação de Judô de mato Grosso do Sul, sempre houve um consenso.

Esporte Ágil - Você já pensou em presidi-la?

Jairo - Atualmente sou vice-presidente. Eu ainda quero trabalhar na parte técnica e se eu assumir como presidente, vou ter que deixar essa área um pouco de lado, senão, poderá haver conflitos. Se eu for presidente e delegar alguma coisa para o meu próprio clube, onde eu dou aula, poderá haver problemas.

Esporte Ágil - O número de competições que acontecem em Campo Grande está satisfatório?

Jairo - Nosso calendário é muito rico, tem finais de semana que acontecem duas competições de judô e temos que optar em qual vamos competir. Além das competições promovidas pela Federação, existem as que são promovidas pelos órgãos do governo e da prefeitura, no caso a Sejel e a Funesp, e pelos clubes que também promovem eventos. Raramente um final de semana fica sem competição de judô.


 

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