Bate-Bola | Da Redação | 02/09/2005 17h20

Bate-Bola: Fernando Oliveira

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Fernando Oliveira

Fernando Oliveira é presidente da Associação de Pilotos e Preparadores do Mato Grosso do Sul, a APP/MS, que realiza anualmente, desde 2004, o Campeonato Sul-mato-grossense de Arrancada. O evento acontece no Autódromo Internacional de Campo Grande e conta também com disputas de racha entre amadores.

A APP/MS promove a disputa de racha associada ao tema: Não faça racha nas ruas, seja piloto de arrancadas no autódromo. O objetivo deste evento é tirar os racheiros das ruas, onde eles oferecem risco a população, e leva-los ao autódromo, onde tudo é feito de forma organizada e segura. Através dessas disputas, os racheiros podem se tornar pilotos profissionais de arrancada.

Fernando nos fala da importância do crescimento do setor automobilístico em nosso estado, como gerador de emprego e de recursos financeiros. Define também a organização e regulamentação deste evento que, segundo ele, é por diversas vezes relacionado com imprudência.

Esporte Ágil - Como a APP/MS transformou disputas de racha em competições profissionais?

Fernando - Este evento foi criado este ano, em forma de campanha, com o tema: "Não faça racha nas ruas e venha para o autódromo!". Queremos que os racheiros se tornem pilotos de arrancadas. Muitas pessoas vão para rua tirar racha, colocando a vida delas e de outras pessoas em risco. Nosso objetivo é tirar estes racheiros das ruas e leva-los para o autódromo. O evento oficial é o de arrancadas, supervisionado pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) e praticado por profissionais que correm 303 metros em linha reta. Os racheiros, considerados amadores, percorrem este mesmo percurso, que é cronometrado e quanto menor for o tempo que levar para percorrer estes 303 metros, mas a frente estará o competidor. Quando estes pilotos estiverem preparados, eles passam a disputar o evento oficial. No começo desta competição de rachas, muitas pessoas eram imprudentes, dando cavalinho de pau ou passando correndo dentro do boxe, por exemplo. Mas agente segue regras e desde a segunda edição

Esporte Ágil - O que é necessário fazer para participar das disputas de racha?

Fernando - O participante assina um termo de responsabilidade. Depois acontece à vistoria de segurança, que analisa o uso de equipamentos como capacete, sinto de segurança, pneus em condições, etc. O carro é do próprio competidor e a inscrição custa R$ 30,00. O legal é que depois do piloto ter visto em que tempo finalizou a prova, ele pode desafiar outro participante que se encontra em um nível parecido com o seu.

Esporte Ágil - De onde são os competidores do racha e da arrancada?

Fernando - Estão participando do racha pessoas de Campo Grande e do interior. Do campeonato de arrancadas, participam pessoas de Cuiabá, Prudente, Campo Grande, Três Lagoas, Dourados e Maracaju. Cerca de 35 carros vêm participar do campeonato.

Esporte Ágil - Desde quando a APP/MS realiza o campeonato de arrancada?

Fernando - A Associação foi criada em janeiro de 2004 e em maio do mesmo ano, já promoveu a primeira etapa do primeiro campeonato de arrancadas.

Esporte Ágil - Em um ano de competição, deu para notar uma evolução no nível dos pilotos e no número de participantes?

Fernando - O nível melhora a cada edição e sempre aparecem novas pessoas participando, o que é muito importante. Agora estamos com a esperança de que esses racheiros se tornem pilotos profissionais. Este campeonato atende uma necessidade de Campo Grande, que é o funcionamento do autódromo. A arrancada é um segmento profissional do automobilismo. Muitas pessoas acham que arrancada é coisa de moleque, mas não é. Os pilotos correm dentro de um regulamento, supervisionado pela CBA. É como se fosse uma stock car ou uma fórmula truck.

Esporte Ágil - Vocês contam com patrocínio para realização destes eventos?

Fernando - Agente tem o patrocínio da Funesp, Ciptran e Agetran. Temos também uma parceria com o Senai, onde ministramos um curso de alta performance, o que gera emprego dentro do automobilismo.

Esporte Ágil - Os pilotos contam com patrocínios?

Fernando - O interesse maior dos pilotos nessa competição é a conquista de patrocínio. Além de eles gostarem de correr, estão aparecendo na mídia, o que torna mais fácil a conquista de patrocínio.

Esporte Ágil - O que você acha da atual situação do automobilismo aqui no estado?

Fernando - O automobilismo é muito importante dentro do estado, pois é um grande gerador de emprego. Nós temos um autódromo e devemos colocar ele para funcionar em competições de dentro do Estado. Campeonatos nacionais vem aqui, realizam suas provas, geram empregos momentâneos e levam muito dinheiro do publico. Nos campeonatos estaduais, esse dinheiro fica aqui e gera emprego aqui. Se o automobilismo estiver em ascensão, gera empregos para as pessoas que trabalham desde na limpeza do autódromo, até na preparação dos carros, que envolve vestuário dos pilotos, preparação dos motores, das autopeças, etc. Esse é um mercado muito grande no Brasil e Campo Grande está começando a evoluir agora. Estamos dando curso para 16 pessoas que vão se tornar preparadores de carro.

 

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