Bate-Bola | Osvaldo Sato / Da redação | 26/02/2007 20h10

Bate-bola: Carlos Alberto de Assis

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Carlos Alberto mostra a camisa do Comercial, que também trocou de mascote, do diabo para o Saci Carlos Alberto mostra a camisa do Comercial, que também trocou de mascote, do diabo para o Saci (Foto: Esporte Ágil / Osvaldo Sato)

Carlos Alberto Assis

O presidente do Esporte Clube Comercial, Carlos Alberto Assis, tem dado um exemplo de organização, juntamente com a diretoria do clube, na reestruturação do clube, que andava desprestigiado junto à sociedade e diante de sua própria torcida. O dirigente é nascido em Marília-SP e chegou a Campo Grande no ano de 1978, onde fixou moradia e escolheu o Comercial como time de coração em Mato Grosso do Sul. Carlos Alberto viveu a época de glórias da equipe comercialina, mas acredita que o atual momento seja de reestruturação.

Em entrevista ao Esporte Ágil, na Vila Olímpica do Comercial, ele falou sobre o momento de reestruturação que o clube vive atualmente, assim como os novos desafios da diretoria. Ele também convoca toda a torcida comercialina a participar desta nova fase do Esporte Clube Comercial. No mês de março, o time estréia no Campeonato Estadual da Série B, no dia dezoito, às 10 horas, no Estádio das Moreninhas, em Campo Grande-MS.

Esporte Ágil - Quais ações tomadas pela nova diretoria para reerguer o Esporte Clube Comercial?
Carlos Alberto Assis -
Desde que fomos eleitos, procuramos passar a imagem de que o Comercial iria mudar, tanto nas áreas administrativas, como financeira e no futebol. Começamos a trabalhar para trazer dividendos para o clube e elencamos o que poderia trazer rendimentos. Colocamos então em prática os projetos de Sócio-torcedor, com colaboração de 5 a 49 reais, para que o torcedor ajude o clube e também obtenha benefícios. Com uma contribuição acima de 50 reais, ele se torna sócio-conselheiro, com direito a voto no clube. Em um ano, queremos filiar 150 sócios conselheiros e 1000 sócio-torcedores. Decretamos moratória de 120 dias, para um levantamento administrativo, para saber o que o clube realmente deve, e para quem deve, para assim pensarmos em como vamos pagar. Não contraímos dívidas também, administrando apenas com o que temos. Assim fizemos no primeiro mês, fechando com saldo positivo, arrumando o clube, campo e organizando a área administrativa, secretaria e alojamentos. Queremos ainda reformar o salão social, para fazermos as promoções e trazermos mais recursos para o clube.

Esporte Ágil - O que foi feito na busca por patrocínios?
Carlos Alberto Assis -
Já conversamos com várias empresas, pois o Comercial é sempre bem aceito. Até o primeiro jogo, não sei se teremos todos os contatos acertados, mas já teremos alguns patrocinadores para o início deste campeonato. A faixa foi tirada da camisa, pois não consta no estatuto do clube e assim abriríamos mais espaços para publicidade. O Comercial jogará todo de vermelho para abrirmos estes espaços. Caso não consigamos todos os patrocínios que desejamos em 2007, sabemos que estamos plantando para 2008, que vislumbramos como o grande ano do Comercial. Tiramos o diabo como mascote do clube e colocamos o saci, criamos novos departamentos, como de cultura, feminino e de marketing, pois hoje o Comercial não tem um dono, não é o "clube do presidente". Todas as decisões são tomadas por uma diretoria. E esta diretoria ainda está aberta, pois procuro as pessoas certas para os cargos certos, para que cada um atue dentro de sua área, resolva as questões e descentralize o trabalho do presidente.

Esporte Ágil - Onde está a torcida comercialina?
Carlos Alberto Assis -
O comercialino é fanático, ele existe, mas está adormecido. A Brasa existe, estamos soprando devagarzinho, para que ela se inflame novamente. O torcedor já vem ao clube. Com menos de 60 dias, temos um grande retorno de torcedores, além do que esperávamos. Várias pessoas ilustres de nossa sociedade estão ligando, vindo até aqui e se propondo a participar da nova administração. Temos muitos torcedores mais simples também, sócio-torcedores que estão contribuindo com cinco reais por mês. Aliás, queremos estreitar esses laços com o torcedor. Instalamos o telefone na sede do clube (3331-3524), que estava sem linha há cinco anos. A recuperação é lenta, mas gradual. A torcida é um paciente que estava na U.T.I, então não podemos dar um grande choque. Trabalhamos com tranqüilidade, na medida do possível, para que ele retorne devagar, mas firme e forte.

Esporte Ágil - A Vila Olímpica vem sendo reestruturada?
Carlos Alberto Assis -
Foi realizada uma limpeza geral do terreno, uma área com mais de 24 mil metros quadrados para cuidarmos. Temos o diretor-gerente do clube, que só tem feito isso, o tempo todo no clube para arrumar a Vila. Foi realizada também uma recuperação na secretaria, na sala do presidente, melhoramos a entrada, que ainda não é a ideal, mas já está melhor. Recuperamos o alojamento dos jogadores, onde já se encontram 8 atletas. Recuperamos a cozinha, além de água, luz e telefone.

Esporte Ágil - E como andam os testes de jogadores para compor o elenco comercialino?
Carlos Alberto Assis -
Já temos o novo técnico, preparador físico, preparador de goleiros, massagista e um grupo de jogadores, que estão trabalhando há uma semana. Ainda resta chegar nosso médico, um fisioterapeuta e um nutricionista. Na apresentação do elenco, vieram 50 jogadores, mas nossa intenção e trabalhar com 25 atletas. Ainda estamos recebendo jogadores o dia 28 de fevereiro, quando fecharemos o elenco e receberemos a palavra do treinador, sobre as necessidades do time e para avaliarmos possíveis contratações. No domingo (04/03), programamos um amistoso, que será realizado provavelmente em Sidrolândia, para o time começar a tomar forma. Nossa equipe não será a favorita, mas a torcida pode ter certeza que verá um grupo empenhado em vitórias e com muita disposição. Espero que o torcedor não seja muito exigente no inicio, pois tivemos muito pouco tempo de preparação e uma boa equipe precisa de entrosamento, o que requer tempo. Por outro lado, o torcedor para cobrar e exigir craque deve ir ao estádio e fazer sua parte, torcer, pagar ingresso, ou vir aqui na sede trazer sua colaboração. Não adianta ficar do lado de fora do muro, pois se tiver uma pedrada, esteja do nosso lado e divida a pedrada conosco. Estamos dando nossa cara para bater e estamos colhendo bons frutos, com vários parceiros e doações. Se não tiver nada para dar, venha com uma palavra amiga e de incentivo. Aceitamos todas as críticas, desde que construtivas e juntamente com as possíveis soluções.

Esporte Ágil - Que mensagem você deixa para o torcedor comercialino?
Carlos Alberto Assis -
Primeiro quero convocar o torcedor para que venha assistir nossos treinos e jogos. O grande momento do Comercial será dia 18 de março, às 10 horas, no Estádio das Moreninhas, contra a Portuguesa de Campo Grande. Faremos uma grande festa, com homenagens a grandes comercialinos que fizeram a história de nosso clube. Homenagearemos, entre outros, o Dr. Nelson Trad, que foi jogador e presidente do clube, e também os ex-jogadores que passaram pelo nosso clube, como Nelson Trad Filho, Fuad Sáter, Cícero de Souza, presidente do Tribunal de Contas, assim como vários outros. Não temos uma corrente dentro do clube, pois hoje ele é um todo. Nesse dia, lançaremos a "família colorada", que, como toda família comum, terá brigas, desavenças, mas o resultado será sempre em prol do novo Comercial. Convoco todos que gostam do futebol, não precisa ser comercialino, mas prestigie o Comercial no dia 18 de março.
A mensagem que deixo para os torcedores é algo que encontrei em uma das antigas atas do clube, pois estou fazendo questão de ler todas elas. O Dr. Nelson Trad, em uma das atas, disse: "o Comercial só vai acabar o dia que Deus morrer". O comercial não vai acabar, esteve adormecido, acordou e é a nova força que nasce no nosso futebol. Pode escrever e pode me cobrar! O Comercial será a grande força do futebol sul-mato-grossense. E não será o presidente que fará isso, é toda a diretoria e todos os torcedores, desde o mais humilde até o mais ilustre. O torcedor está convocado para vir nos ajudar, para ir ao estádio torcer. Pode vaiar, pode falar que está errado, desde que pague ingresso e venha nos ajudar. Digo novamente: o Comercial renasceu, é um novo clube. Venha para o Comercial, pois foi o que fizemos. Esquecemos o que se passou, os erros ou acertos do passado, pois estamos olhando apenas para a frente, para construir o futuro do nosso Esporte Clube Comercial.

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