Bate-Bola | Da redação | 02/07/2007 19h34

Bate-bola: Aristides Cordeiro

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Aristides é o organizador da Copa Mercosul, que acontece em julho na Capital. Aristides é o organizador da Copa Mercosul, que acontece em julho na Capital. (Foto: Esporte Ágil/Osvaldo Sato)

Aristides Cordeiro

O campo-grandense Aristides Cordeiro foi um dos fundadores da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) e hoje se divide entre as diversas funções que exerce, todas dentro do meio futebolístico do Estado. Atualmente, ele é vice-presidente executivo da FFMS, presidente da Liga Campo-grandense de Futebol Amador e diretor-executivo do Ceintre (Centro de Iniciação e Treinamento). Ele organiza também a Copa Mercosul, a maior competição de futebol de campo nas categorias de base em MS, reunindo equipes de todo o Brasil e também dos países vizinhos na América do Sul. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre a realidade do futebol no Estado, nas categorias de base, feminino e também sobre o profissional.

Esporte Ágil - Você acha que o futebol esteja desanimado em Mato Grosso do Sul?
Aristides Cordeiro -
O futebol nunca este desanimado. Quem está desanimado são os dirigentes. Há pouco tempo houve uma manifestação chamando o futebol de "paixão adormecida", e não entendo o porquê a paixão está adormecida. Em Rio Brilhante tivemos 7 mil pessoas no estádio, em Ivinhema teve um público de 6 mil pessoas. Adormecido pode estar na Capital. O torcedor campo-grandense está devendo, mas o futebol está em alta, em todas as categorias, no profissional e principalmente nas categorias de base. Você não tem dimensão de quantos atletas saíram este ano daqui para o futebol profissional.

Esporte Ágil - Qual a importância da Copa Mercosul no contexto das categorias de base?
Aristides Cordeiro -
Estamos na nona edição da Copa Mercosul, graças a Deus, surgiu de uma idéia tão pequena e tomou uma dimensão grandiosa, inclusive temos uma equipe de Angola chegando para a disputa. A Copa Mercosul abre as portas para os atletas das categorias de base. A competição começa dia 13 de julho, e temos 5 ou 6 reservas de hotéis pra empresários que vem da Europa, fora os olheiros dos grandes clubes do Brasil que ficam 10 dias aqui observando essa gurizada. Hoje, o empresariado e os clubes profissionais, de modo geral, estão investindo mais em garotos de 12 a 15 anos. A Copa Mercosul é uma grande oportunidade de mostrarmos os grandes talentos que temos no estado para estes empresários que vem de fora. Reafirmo que temos revelado grandes jogadores, que estão atuando na Espanha, Portugal e clubes brasileiros.

Esporte Ágil - Qual o papel e as ações da Liga Campo-grandense de Futebol?
Aristides Cordeiro -
A Liga Campo-grandense de Futebol é uma liga independente, não é filiada à Federação de Futebol apesar de ter todo o apoio dela. A Liga realiza campeonatos paralelos aos da Federação. Terminamos o campeonato metropolitano infantil e juvenil, começamos agora a Mercosul e terminando esta, começa o campeonato da federação, no sub-16 e sub-18. Ela é um laboratório para os clubes conhecerem mais seus atletas, também para os clubes se manterem em atividade durante todo o ano. A Liga realiza campeonatos em cinco categorias: pré-mirim, mirim, infantil, juvenil e máster.

Esporte Ágil - A equipe do Ceintre, o qual você é presidente, vai disputar vaga para a Copa SP 2008?
Aristides Cordeiro -
A equipe do Ceintre vai participar da seguinte maneira. O Ceintre é uma equipe legalizada junto à federação, mas sempre tem uma ou outra equipe boa, não filiada à Federação, que não poderiam ficar de fora. Então, no sub-18, o Ceintre vai participar com a equipe do 18 de Abril, treinado pelo Laércio, ex-técnico do Corinthians. Ele tem um centro de treinamento aqui e um plantel muito bom. Como o 18 de abril ainda não é filiado à federação, então vai utilizar o nome do Ceintre, formando a equipe Ceintre/18 de Abril, que vai entrar na disputa para brigar pelo título.

Esporte Ágil - Aparentemente, o torcedor está querendo voltar ao estádio. O que acha disso?
Aristides Cordeiro -
Tomara. Creio que está querendo voltar, porque o futebol profissional, de forma geral, está ganhando uma dimensão diferente em Mato Grosso do Sul, principalmente na Capital. Tivemos a primeira partida da final do Estadual, Cene e Águia Negra, com 4 mil pessoas, um belo espetáculo, com futebol de primeira linha. No segundo jogo, em Rio Brilhante, mais de 7 mil pessoas, um "jogão de bola". O espetáculo está acontecendo, falta o público voltar ao hábito de ir ao estádio, porque o público campo-grandense é adepto dos grandes espetáculos, participa, mas precisamos de um pouco mais de motivação para que o público volte. Creio que no ano que vem, o Estadual da Série A vai "pegar fogo", porquê será ano político e as prefeituras do interior vão investir, com times fortes para a disputa.

Esporte Ágil - E qual a situação do futebol feminino no Estado?
Aristides Cordeiro -
Este sim está adormecido. Falando como vice-presidente da Federação e responsável pelo departamento amador, tenho procurado insistentemente todos os segmentos do futebol feminino para revivermos este espetáculo. A Federação precisa fazer anualmente, um campeonato estadual de futebol feminino, mas não temos três ou quatro equipes para isto. Se conseguíssemos realizar este campeonato, poderíamos reivindicar à CBF, um campeonato de nível nacional, com Campo grande como uma das sedes. Mas o futebol feminino está adormecido, e precisa que os empresários e dirigentes de clubes venham à Federação ou à Liga, para vermos o que precisamos fazer, quais as necessidades desta categoria. Já tivemos vários talentos, como a Cidinha, seleção brasileira, atualmente, temos a Juliana, filha do José Carlos, que é reconhecida nacionalmente. Talentos nós temos, precisamos organizar as competições, acender esta chama que foi acesa pela Nelly Bacha, a primeira mulher que montou um time de futebol feminino em Campo Grande. Hoje estamos carentes disso, de clubes, de equipes. No interior, existem times nas cidades, em Aquidauana, Bela Vista, Coxim, Rio Verde; precisamos reunir estas equipes com as de Campo Grande. Há um tempo, o futsal feminino estava em alta, porque as universidades investiam, como a Uniderp, Dom Bosco, ABC, e isso precisa voltar, não só as instituições de ensino, como também as empresas, enfim, precisamos reativar a prática da modalidade de futebol feminino em Mato Grosso do Sul.

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