Bate-Bola | Da redação | 29/09/2006 17h50

Bate-bola: André Cunha

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O ex-atleta do Dom Bosco hoje mora em São Carlos, onde faz pós-graduação e lidera o Paulista de Maratonas Aquáticas O ex-atleta do Dom Bosco hoje mora em São Carlos, onde faz pós-graduação e lidera o Paulista de Maratonas Aquáticas (Foto: Divulgação)

André Cunha

O campo-grandense André Cunha viveu até dois anos atrás na cidade, quando se mudou para a cidade de São Carlos, interior de São Paulo para fazer sua pós-graduação na área da Engenharia Civil. Quando aparentemente as competições de natação já não mais fariam parte de sua rotina, ele encontrou as maratonas aquáticas e hoje lidera o Campeonato Paulista da modalidade.

O atleta pratica natação desde os 3 anos de idade, tendo 22 anos no esporte. Defendeu a equipe do Dom Bosco, que o ajudou com bolsas de estudo. Parou de competir para fazer sua graduação em engenharia civil pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), mas nunca deixou a natação de lado.

Em São Carlos, nova vida e nova modalidade. As maratonas aquáticas estão sendo amplamente difundidas e André já está n elite do esporte, buscando agora uma vaga para os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007. A modalidade estará presente também nos Jogos Olímpicos da China, em 2008.

Durante sua breve passagem por Campo Grande, em razão do pleito eleitoral, o atleta visitou a redação do Esporte Ágil e concedeu uma entrevista para que nosso leitor conheça um pouco mais sobre sua carreira e sobre o que são as maratonas aquáticas.

Esporte Ágil - Qual seu resultado mais expressivo na natação sul-mato-grossense?
André Cunha -
Enquanto estive em Campo Grande, sempre nadei as provas de 400 e 1500 metros livres, e algumas  medley. Meu melhor resultado foi um terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de 1999, em Fortaleza, na prova dos 1500 metros livres. Além disso, sou heptacampeão estadual, bi-campeão do Centro-oeste e nadei em todas as outras competições oficiais do Estado.

Esporte Ágil - Como você começou a nadar as maratonas aquáticas?
André Cunha -
Quando cheguei a São Carlos (SP), para fazer minha pós-graduação, não conhecia ninguém e comecei a treinar sozinho na USP. Logo, fui convidado para competir em piscina pelo São Carlos Clube, mas já estava cansado de nadar em piscinas.
No final de 2004, experimentei competir na Travessia do Guarujá de Maratonas Aquáticas e me identifiquei muito com o esporte. Em 2005, estava animado com a modalidade e comecei a disputar o Campeonato Paulista, que estava em seu início. Fui vice-campeão paulista, mesmo não tendo participado de três etapas. Isso me deixou muito animado.
Neste ano, participei de todas as etapas e já sou o campeão virtual de minha categoria. Venci seis etapas e fiquei duas vezes em segundo, além de ficar sempre entre os cinco primeiros na categoria Elite, onde estão todos os melhores atletas.

Esporte Ágil - Como são as maratonas aquáticas?
André Cunha -
São provas de natação de longa distância, em águas abertas, sejam rios, represas ou mar. Na categoria principal, tem de 5 a 12 quilômetros. Em São Paulo, o esporte tem boa aceitação, pelo contato com a natureza. As provas têm atraído aproximadamente 500 nadadores. É interessante nadar em águas abertas, pois existem outros fatores que influenciam muito a prova, como a correnteza, o vento; se for no mar, tem as ondas e as águas-vivas que podem atrapalhar, sem contar com a orientação: em duas etapas eu literalmente me perdi, mas acabei ficando na segunda posição. Tem toda uma estrutura, mas mesmo assim, é muito difícil orientar-se.
Outro atrativo é a volta para as competições, de ex-nadadores de piscina que estão indo para as maratonas, como é o caso do olímpico Luis Lima, que já é campeão brasileiro de maratonas aquáticas.

Esporte Ágil - Como são os percursos?
André Cunha -
Existem provas realizadas em Circuitos ou Percursos. No circuito, são colocadas bóias que determinam por onde iremos nadar e um número de voltas é estipulado para a etapa. No percurso, saímos de um ponto e vamos diretamente para outro. Uma prova que achei interessante foi realizada na cidade de Fartura, divisa com o estado do Paraná. Largamos na margem paranaense e chegamos à margem paulista, completando sete quilômetros e meio.


Esporte Ágil - Mato Grosso do Sul tem suporte para esse tipo de competição?
André Cunha -
Claro, até por ser o estado do Pantanal, existem muitos lugares adequados para este esporte. Precisamos apenas de infra-estrutura. Começa assim devagar, existem provas em São Paulo que acontecem em fazendas, que acabam virando pontos turísticos, com bares e pontos de pesca e passeios. Acho que nosso estado tem condições, tomara que o esporte seja bem aceito aqui um dia também.

Esporte Ágil - Você irá competir na XII Travessia a Nado do Rio Paraguai, em Corumbá? 
André Cunha -
Gostaria de competir, representar e mostrar ao estado meu trabalho. Competir em casa, Mato Grosso do Sul, seria muito bom.

Esporte Ágil - Disputar o Pan-americano é um sonho?
André Cunha -
Quando eu nadava em piscina, eu sonhava, mas chegou uma hora que estressei. Não agüentava mais, pois estava cansado. Agora comecei nas maratonas e apareceu esta chance. Estou participando da travessia Roberto Agoni, em 3 etapas, que são eliminatórias para a Seletiva do Pan. Existe apenas uma vaga, mas cogita-se aumentar este número para dois. Participei da primeira eliminatória e fui qualificado para a segunda, que acontece em Santos, dia sete de outubro, paralelamente ao Campeonato Paulista e ao Brasileiro. A terceira prova acontece dia 15 de janeiro, paralelo ao Campeonato Mundial. Já em maio, os 10 melhores atletas classificados ao final destas três etapas disputam a Seletiva para o Pan e, quem chegar primeiro, fica com a vaga.

Esporte Ágil - Quais são seus melhores adversários nesta luta por uma vaga no Pan?
André Cunha -
Na categoria Elite, o paulista Glauco Rangel, o olímpico Luis Lima, Raul Porto (que tem 40 anos, mas nada muito bem). Estou entre os cinco melhores, e também estou na briga por esta vaga no Pan.

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