“Comecei a gostar de futsal desde muito cedo, mal sabia andar e já ficava chutando as bolas e fugia escondido para o ginásio”, conta Yonnan dos Santos Medeiros, atleta de futsal nascido em 26 de abril de 2004, em Mato Grosso do Sul. Filho de uma família que sempre esteve envolvida com esportes, ele lembra que “meus pais, irmãos, primos e tios sempre jogaram, então o fruto caiu perto do pé”.
Desde pequeno, Yonnan demonstrava interesse e habilidade com a bola, mas encontrou obstáculos típicos de cidades pequenas. “Os principais desafios foram a falta de oportunidade na cidade onde moro, que é muito pequena e não tem muitos recursos. Fui para São Paulo jogar futebol de campo e sabia apenas os fundamentos de futsal, então foi meio difícil a adaptação”, relata.
Apesar das dificuldades, ele continuou investindo na carreira. Um dos momentos mais marcantes, segundo o próprio atleta, foi durante a Liga Sul-Mato-Grossense de Futsal 2023, quando enfrentou uma lesão grave no joelho. “Passei por uma fase muito difícil, vários atletas do time vinham de lesão e ainda conseguimos sair campeões”, lembra. O episódio reforçou não apenas sua resiliência, mas também a importância de trabalhar em equipe e superar adversidades.
Yonnan também comenta sobre o potencial do futsal em Mato Grosso do Sul. “Acredito que o futsal de MS tem muito potencial perdido por falta de oportunidades. Vejo muitos jovens com muito talento desperdiçado”, afirma. Para ele, parte de sua motivação hoje vem da possibilidade de inspirar a nova geração. “O que mais me inspira dentro do esporte hoje é ser uma referência para a gurizada mais nova, não cometer alguns erros que tive e tentar fazer o possível para deixá-los no caminho certo. Ver a consideração da criançada é minha maior força”, explica.
Ao longo da trajetória, o atleta teve experiências em diferentes modalidades. “Sempre gostei de jogar futebol, sendo campo, futsal, terrão e suíço. Acho que onde mais aprendi a ‘jogar’ foi jogando bola na rua com os mais velhos quando era novinho”, comenta Yonnan. Essa vivência prática contribuiu para a construção de seu estilo de jogo, marcado pela garra e dedicação, especialmente com a perna esquerda, que ele considera seu ponto forte. “Acho que meu ponto forte é minha perna esquerda, habilidade que perdi um pouco com as lesões, e por sempre acreditar até o último minuto de jogo. Acredito muito em energia positiva”, detalha.
Sobre os objetivos futuros, Yonnan mantém o foco na realização pessoal e na valorização de quem esteve ao seu lado. “Meu principal objetivo sempre foi conseguir realizar meu sonho e poder orgulhar todos aqueles que acreditaram em mim ao longo do tempo. Sonho em poder dar uma vida melhor à minha família e poder ajudar a criançada mais nova”, afirma. Ele também compartilha um conselho para os jovens que desejam seguir carreira no futsal: “Nunca deixar de sonhar, sempre fazer tudo que estiver ao alcance porque sempre terá outros querendo também. Meu pai sempre falou que nota 7/8 haverá vários, mas o nota 10 são poucos, e que disciplina fora de quadra é muito importante. Hoje eu me arrependo por alguns erros que cometi quando mais novo, achando que era só jogar futsal”.
Além da determinação individual, Yonnan reconhece a importância do apoio familiar e de pessoas que o acompanharam na trajetória esportiva. “Meu pai sempre me apoiou desde pequeno, sempre gravou meus jogos e assistia na arquibancada. Minha família e amigos torcendo por mim sempre foi minha maior força. A confiança do Gustavo Guerra por sempre acreditar e me ensinar muitas coisas foi uma das que mais me ajudou durante esse tempo”, relata. “Eu queria agradecer ao Dakila, por dar oportunidades ao nosso time e apoiar o esporte.”