Com apenas 18 anos, Willian Tiago Teixeira de Carvalho Junior já reúne conquistas expressivas no jiu-jitsu, mas o caminho até os pódios não foi simples. Nascido em Bebedouro (SP) em 20 de junho de 2007, Willian se mudou ainda pequeno para Chapadão do Sul, onde construiu sua trajetória nas artes marciais. Começou pelo judô e, mais recentemente, migrou para o jiu-jitsu, modalidade em que vem se destacando nacional e internacionalmente.
A entrada no jiu-jitsu aconteceu de forma inesperada, em julho de 2023. “Fui fazer um treino de judô como sempre e acabei vendo um pessoal de jiu-jitsu treinando antes do nosso treino. Aí acabamos fazendo um treino em conjunto, judô e jiu-jitsu, para repassarmos ensinamentos uns aos outros. Depois disso eu gostei e comecei a ir mais no jiu-jitsu”, relembra. Menos de dois anos depois, Willian já ostenta a faixa azul no jiu-jitsu, além da faixa laranja no judô.
Apesar dos bons resultados recentes, a caminhada exigiu superação. Ainda adolescente, ele precisou lidar com a responsabilidade de bancar seus próprios custos de competição, dividindo seu tempo entre os treinos, a escola e o trabalho. “Conseguir conciliar escola, trabalho e treinos, principalmente trabalho para conseguir dinheiro para as competições, foi a parte mais difícil, principalmente no início”, conta.
Mesmo com os obstáculos, os resultados vieram. Representando Chapadão do Sul, cidade onde vive desde 2015, Willian conquistou 16 medalhas em um único ano competindo pelo jiu-jitsu. “Desde 2016 já vinha representando a cidade no judô, e a partir de 2024 no jiu-jitsu, no qual obtive grandes resultados em nome da cidade”, afirma.
Entre suas conquistas mais importantes, ele destaca os campeonatos internacionais promovidos pela PBJJF (Professional Brazilian Jiu-Jitsu Federation). “Fui quatro vezes campeão no Grand Slam em Goiânia, Gi e No-Gi, e quatro vezes campeão Gi e No-Gi em Uberlândia, além de campeão centro-oeste brasileiro Gi”, enumera. Ele também conquistou o 3º lugar no Campeonato Brasileiro da CBJJE, tanto na categoria Gi quanto No-Gi.
A rotina de treinos é intensa e envolve diferentes modalidades, todas voltadas para seu desempenho no jiu-jitsu. “Pratico outras modalidades: wrestling, judô e academia, mas todas com foco voltado para melhorar no jiu-jitsu”, explica. O judô, aliás, foi a porta de entrada para o mundo das artes marciais. “Judô eu já treino desde criança, antes mesmo do jiu-jitsu”, completa.
Mesmo com a rotina puxada e a pouca idade, Willian demonstra maturidade ao falar sobre os valores que carrega dos tatames para a vida. “As artes marciais sempre me ensinaram a respeitar os outros”, resume. Ele ainda não atua como professor ou em projetos sociais, mas já se posiciona como exemplo para outros jovens que buscam uma trajetória no esporte.
As inspirações vêm de perto. “Meus professores e alguns parentes que também praticam ou praticavam esportes, e também meus mestres sempre me apoiaram desde minha iniciação no jiu-jitsu até hoje”, diz. É com essa rede de apoio que Willian continua planejando seus próximos passos, que incluem o Campeonato Sul-Americano, em Itapema (SC), e o Open Internacional em Ribeirão Preto (SP).
Mesmo diante de um cenário esportivo em que os recursos são escassos e o reconhecimento muitas vezes tardio, ele mantém os pés no chão e o olhar no futuro. Para os que estão começando, deixa um conselho direto, fruto de sua própria vivência: “Não desistir, pois não é fácil, principalmente em um país no qual nosso esporte é totalmente desvalorizado, e principalmente se você mora no interior”.