Terça-feira, 16 de setembro de 2025, 05:18

Voleibol como instrumento de superação: Cearela superou depressão com o esporte

da redação - 15 de set de 2025 às 16:07 27 Views 0 Comentários
Voleibol como instrumento de superação: Cearela superou depressão com o esporte Da Redação

“Em 2015 iniciei minha trajetória no voleibol, no intuito de distrair a minha mente, pois desde muito novo eu tenho depressão; então pode-se dizer que o voleibol salvou minha vida.” A afirmação é de Wellder Santos de Souza, mais conhecido como Cearela, atleta de voleibol nascido em Porto Alegre do Norte. Para ele, o esporte foi mais do que uma atividade física: foi uma forma de reencontrar equilíbrio, lidar com desafios pessoais e construir uma trajetória marcada pelo esforço, dedicação e superação.

 

Desde o início, Cearela contou com apoio constante de sua mãe, que nunca mediu esforços para que ele pudesse participar de treinos e campeonatos. “A maior influenciadora que eu tive foi minha mãe. Não posso esquecer também que dois professores, Prof Mara e Prof Daniel, foram grandes propulsores que fizeram eu me apaixonar pelo esporte. Sempre me tratavam bem e me ajudavam nos treinamentos.” Esses primeiros incentivos foram decisivos para que ele continuasse no voleibol, mesmo diante das dificuldades que surgiram ao longo da carreira.

 

A maior delas aconteceu logo após ser aprovado na primeira seletiva significativa de sua trajetória, realizada pela Unigran. Morador do interior, Cearela precisou se mudar para Campo Grande, enfrentando os desafios de conciliar trabalho, estudo e treinos, sem contar com alojamento ou estrutura de apoio da instituição. “Foi quando comecei a ter crises novamente [depressão]”, recorda. Apesar das dificuldades, ele persistiu, reforçando a importância do esporte como elemento de estabilidade e desenvolvimento pessoal.

 

Ao longo da carreira, Cearela vivenciou momentos que marcaram sua trajetória de forma significativa. Ele destaca duas competições que tiveram impacto especial. A primeira foi a final da LIVIM (Liga Independente de Voleibol Intermunicipal) em Dois Irmãos do Buriti. “Passamos anos batendo na trave, chegando a ficar em segundo lugar, terceiro lugar, e ao conquistar o primeiro lugar pela primeira vez, a emoção tomou de conta, não teve quem não chorou. Ali teve pedidos de desculpa, lágrimas de alegria e muito mais.” O segundo momento marcante foi a terceira edição da Copa Piri, na qual ele teve a oportunidade de jogar ao lado de atletas que admira e considera exemplos dentro do voleibol sul-mato-grossense.

 

Sobre o cenário do voleibol em Mato Grosso do Sul, Cearela destaca que o estado tem uma geração de atletas talentosos, tanto na quadra quanto na areia. “Temos uma leva de excelentes jogadores no MS, alguns atletas de alto rendimento já estão jogando por times conceituados dentro do voleibol.” Entre os fundamentos do jogo, ele ressalta a importância da recepção, considerado um de seus pontos fortes: “Não existe coisa melhor para mim do que dar um passe A para que o levantador tenha todas as bolas para trabalhar.”

 

Apesar das habilidades já consolidadas, Cearela mantém o foco no aprimoramento constante. Ele reconhece que o condicionamento físico é um aspecto em que ainda precisa evoluir para alcançar o máximo desempenho em quadra. “Sem sombra de dúvidas é algo que estou trabalhando para melhorar, para que eu tenha sempre a melhor performance dentro da quadra.” Sua rotina de treinos é intensa, com atividades de segunda a sábado e horários alternados, incluindo treinos específicos para aperfeiçoar os fundamentos do voleibol.

 

Além das habilidades técnicas e físicas, Cearela valoriza o impacto humano do esporte. Para ele, o voleibol foi transformador, não apenas em termos de desempenho, mas também na construção de vínculos e no desenvolvimento pessoal. “O voleibol salvou a minha vida, sem ele eu não poderia ser quem eu sou hoje. Aprendi muita coisa dentro da quadra, uma delas é ser uma pessoa melhor.” Ele também destaca a dimensão social do esporte, que proporcionou amizades duradouras e uma sensação de pertencimento: “O voleibol me proporcionou amigos que hoje eu tenho como irmãos ou irmãs, pessoas que eu nunca pensei que era possível ter algum vínculo. O voleibol me deu uma segunda família.”

Comentários

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos com * são obrigatórios.

Parceiros

Enquete

O Governo de MS investe o suficiente no esporte sul-mato-grossense?