A 11ª e penúltima etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8 trará um desafio extra aos 35 pilotos participantes. Tudo indica que a prova de domingo no Autódromo Internacional de Campo Grande será a mais acalorada do ano. A corrida terá largada às 10h30 (de MS), horário próximo do pico da temperatura em uma das capitais mais quentes do País. Essa situação exige cuidados especiais na preparação física dos pilotos. Numa prova de 50 minutos, como as da Stock, o piloto chega a ficar sob a alta temperatura do cockpit por quase uma hora e meia. "Alguns pilotos param no grid e saem do carro. É uma coisa que eu não gosto, prefiro me amarrar ao carro com muita calma, cuidando dos detalhes, antes de deixar o box. E ali eu fico até a corrida terminar. O calor em alguns casos é insuportável", depõe o carioca Sandro Tannuri, que compete pela JF-Filipaper Racing. Sandro, que cumpre sua quarta temporada na Stock Car V8, reconhece estar "um pouco acima do peso". "Mas eu tenho uma boa residência, sempre vou inteiro até o final das corridas", diz o piloto, que leva no carro número 10 as cores e logomarcas de Filipaper, Filicoat, Kalunga, Suprimac e Serilon Brasil. "De três quartos da corrida para a frente, o cansaço pega um pouco e os erros começam a aparecer, mas eu consigo lidar bem com essa situação", garante. As temperaturas elevadas no cockpit constituem um fator a que poderia haver uma maior atenção, na opinião de Tannuri. "Bem, eu não sou engenheiro de aerodinâmica, mas imagino que a questão não é levar ar para dentro do carro, e sim fazer o ar que está lá dentro sair. Se houvesse circulação do ar, aí sim a gente teria um pouco de ventilação. Não sei se esse fluxo seria ruim para o desempenho do carro, mas para nós, pilotos, seria interessante", opina. Segundo o doutor Dino Altmann, médico oficial da Stock Car e também do GP do Brasil de Fórmula 1, estudos feitos em competições de rali mostram, a título de referência, que a temperatura interna de 40 graus centígrados, num período de 20 minutos, faz com que a temperatura corpórea do piloto atinja 38 graus, estado tecnicamente febril, capaz de elevar a 30% a probabilidade de erros. Em 60 graus, no mesmo período, o corpo do piloto chega a 39 graus. Caso a temperatura corpórea chegue à casa dos 40 graus, o piloto pode entrar em colapso, sofrendo desidratação, taquicardia ou hipotensão. "É muito importante o piloto ter um bom preparo físico, ingerir calorias, como massas, e repousar bem na véspera da corrida. No dia, precisa de um bom café da manhã, à base de sucos e frutas, ingerir um litro e meio de água antes da corrida e ingerir líquido, também, durante a prova", ensina o doutor Altmann. Os treinos para a penúltima etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8 em Campo Grande terão início nesta sexta-feira. Faltando duas corridas para o término da temporada, a classificação completa é a seguinte:
1º) Giuliano Losacco (SP/Itupetro-RC Competições), 165
2º) Antonio Jorge Neto (SP/A. Mattheis Motorsport), 125
3º) Cacá Bueno (RJ/Action Power), 114
4º) Thiago Camilo (SP/Vogel-Golden Cross), 83
5º) Guto Negrão (SP/A. Mattheis Motorsport), 80
28º) Hoover Orsi (MS/Avallone Motorsports), 9