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Será o jovem Thiago um novo Careca no São Paulo Futebol Clube?

ge.net (fernando narazaki) - 7 de fev de 2006 às 02:42 182 Views 0 Comentários
Será o jovem Thiago um novo Careca no São Paulo Futebol Clube? Com sete gols em 18 jogos, Thiago vai ganhando respeito no Tricolor

Nos anos 80, o São Paulo brilhou com uma geração de ouro armada por Cilinho. Em meio a nomes como Pita, Silas, Müller, Gilmar e Nelsinho, quem chamava mesmo a atenção do torcedor era o camisa nove. Careca foi o grande artilheiro da equipe e conduziu o Tricolor aos títulos paulista em 1985 e brasileiro em 1986.

Sete anos antes, ele havia despontado para o futebol com o Guarani. Em seu primeiro dérbi contra a Ponte Preta, o jovem atacante marcou dois, conquistou a torcida e se consagrou com o título brasileiro em 1978. Nesse domingo, outro jovem roubou a cena em outro clássico. Em seu primeiro grande duelo, Thiago marcou duas vezes na vitória do São Paulo sobre o Palmeiras por 4 a 2.

As comparações entre Thiago e Careca não se restringem a coincidências históricas. Há duas semanas, o próprio técnico do Tricolor, Muricy Ramalho, revelou que o atual camisa 19 são-paulino lembrava o ex-atacante. "Ele lembra o Careca em início de carreira. O biotipo dele e a capacidade de finalização que ele tem lembram mesmo, mas é lógico que o Thiago ainda é jovem e tem muito a melhorar", comentou.

Em Campinas, onde mora e administra o Campinas, time da Série B do Campeonato Paulista, Careca deu o seu aval ao jovem de 19 anos. "Vi alguns jogos dele e realmente me chamou a atenção. Ele realmente lembra o meu início e o Muricy deve saber muito bem o que está falando", apontou em entrevista à GE.Net.

O ex-atacante ressaltou que a maior semelhança entre ele e Thiago é a capacidade de finalização. "Ele se destaca nisso. Sabe finalizar muito bem, tem visão de jogo e um potencial incrível. Tem tudo para ser um grande jogador", explicou Careca, que marcou 115 gols em 191 jogos pelo time do Morumbi.

Companheiro de Careca no início da carreira no Guarani, o meia Zenon ressaltou outra virtude comum dos dois atacantes. "No primeiro dérbi, o Careca foi o destaque, marcou dois gols e parecia que já tinha uma baita experiência. Ontem (segunda), o Thiago também foi destaque e mostrou muita tranqüilidade. Isso é muito importante e faz a diferença", avaliou.

Segundo o ex-jogador e hoje comentarista de uma rádio em Campinas, esta calma na hora de finalizar pode precipitar o estrelato do são-paulino. "Isso é um dom. Ajuda na precocidade do jogador. Ele não sente pressão, rende muito mais e desponta cedo", explicou.

Apesar disso, Zenon afirmou que há uma diferença crucial entre Thiago e o Careca de 1978. "O Careca sempre foi um centroavante nato, ele era uma referência e era muito rápido dentro da área. O Thiago é mais um segundo atacante, joga muito fora da área e define mais fora da área. São características diferentes e não dá para comparar", disse.

Cauteloso, Thiago seguiu a mesma linha após o clássico contra o Palmeiras e recusou comparações. "O Careca é um dos maiores ídolos do futebol brasileiro e eu estou começando. O Thiago é outra pessoa e não gosto de comparação. Espero apenas fazer o meu trabalho e ir conquistando meu espaço aos poucos", afirmou.

Com sete gols em apenas 18 jogos no Tricolor, Thiago teve o nome gritado pela torcida no clássico e terá um importante aliado para evitar a badalação, rival costumeiro de jovens promissores. "Tenho que abaixar a bola do Thiago. Ele vai ser um bom jogador, mas ainda não é. Precisa trabalhar muito e não vou deixar isso acontecer com ele", alertou o técnico Muricy Ramalho.

Fora do campo, o São Paulo já trabalha para segurar a revelação, que tem contrato até o final deste ano. "É um cuidado que temos de ter e vamos discutir", disse o superintendente de futebol, Marco Aurélio Cunha. Para o atacante, a renovação é uma questão de tempo. "É só o São Paulo conversar que eu acerto. Quero ficar", garantiu o atleta, um novo diamante bruto, mas que ainda precisa de muita lapidação.
 
"Se será o Careca, só o tempo dirá", encerrou o ídolo são-paulino nos anos 80 e titular da seleção brasileira em duas Copas.

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