Com uma rotina intensa de treinos e objetivos bem definidos, Ricardo de Oliveira, nascido em 27 de fevereiro de 1986, em Campo Grande (MS), encontrou no jiu-jitsu um novo rumo de vida a partir de 2020. Aos 34 anos, foi convidado por um amigo a conhecer a arte suave. O convite virou prática e a prática, paixão. “Comecei a treinar jiu-jitsu em 2020, a convite de um amigo. Com seis meses treinando, já fui para minha primeira competição, ganhei, e me apaixonei pelas competições”, lembra.
Desde então, Ricardo construiu um caminho acelerado no esporte. Mesmo começando relativamente tarde, não demorou a alcançar resultados expressivos. Em seu currículo estão conquistas como o título mundial e o sul-americano, disputas marcadas por superação física e rivalidade técnica. Ele afirma que a conquista do Sul-Americano teve um peso simbólico ainda maior. “Cheguei como o atual campeão e líder do ranking. Estava uma rivalidade imensa em cima de mim, então foi muito legal o clima, e foi top as lutas, uma guerra”, relata.
O caminho até essas vitórias, no entanto, não foi livre de obstáculos. Ricardo enfrentou uma lesão no ombro justamente antes do campeonato mundial. Ainda assim, decidiu competir. “Foi difícil a recuperação. Fui para o campeonato com essa lesão”, revela. No Sul-Americano, a preparação foi motivada por um revés anterior: “Eu tinha acabado de perder na semifinal do Brasileiro 2024. Sabia que iria enfrentar praticamente os mesmos adversários, então me preparei muito para esse campeonato.”
Sua rotina hoje reflete o foco e a disciplina que o esporte exige. Os treinos começam ainda de madrugada. “Faço preparação física às 5h, treino jiu-jitsu às 11h30 e 19h30, de segunda a sexta-feira.” O esforço não é apenas pela vitória nos tatames, mas por um processo contínuo de evolução. Para Ricardo, o jiu-jitsu ensina mais do que técnicas de luta. “No jiu-jitsu, não importa o cargo que você ocupa. Lá vai ter alguém que, na vida profissional, não seja como você, mas você vai ter que respeitá-lo porque ele é o mais graduado.” Ele destaca o respeito como um dos valores centrais que aprendeu com a modalidade.
A referência no esporte é clara. “Minha inspiração é o Leandro Lo”, diz, mencionando um dos nomes mais respeitados do jiu-jitsu mundial. Mas é fora do tatame que está sua maior motivação: a filha, que também é praticante da modalidade. “Converso muito com Deus e lembro a todo instante da minha filha, que também treina jiu-jitsu comigo.”
Ricardo observa com atenção o cenário do jiu-jitsu em sua região. Segundo ele, a modalidade sofreu impactos recentes. “Na minha região, o jiu-jitsu deu uma enfraquecida com a divisão das federações. Ficou mais difícil de aparecer adversários. Em 2024, por exemplo, lutei uma categoria inteira abaixo porque não tinha ninguém na minha categoria. Para nós, competidores, essa divisão não foi boa.”
Apesar disso, ele se mantém ativo também como incentivador do esporte. Há quase dois anos, Ricardo desenvolve um projeto social voltado à formação de novos atletas. “Dou aulas para crianças de 5 a 16 anos e já temos bastante competidores para os próximos campeonatos.”
Além das aulas e dos treinos, ele também se dedica à sua atividade como empresário no ramo agrícola, sem deixar de lado as metas esportivas. O foco agora está no Mundial Master, que será realizado em agosto de 2025, em Las Vegas (EUA). “Meu próximo objetivo agora é disputar o Mundial Master em Las Vegas. Já estou me preparando para trazer esse título para o MS.”