Aos 18 anos, Renan Vitor Domingues Alves vive uma rotina intensa de treinos e dedicação dentro do Fluminense, um dos clubes mais tradicionais do voleibol nacional. Natural de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, ele traça uma trajetória construída em pouco tempo, mas já repleta de transições, aprendizados e metas ousadas.
Renan começou a praticar vôlei em 2021, em sua cidade natal. O ponto de partida foi a equipe da A.D.V.S., onde teve como técnico Jhone, que foi fundamental para os primeiros passos. “Aprendi muita coisa que fui aperfeiçoando minha habilidade”, lembra. A vontade de seguir evoluindo levou o jovem a uma seletiva em Nova Esperança, no Paraná, onde passou por sua principal transformação: a mudança de posição.
“Meu maior desafio foi nesse time, foi onde eu mais evoluí”, afirma. Até então central, Renan teve que se adaptar à posição de ponteiro. “Foi uma transição difícil, mas com muito treino eu consegui me acostumar com a mudança.” A vivência em diferentes estados também trouxe novas perspectivas sobre o esporte. “Cada estado tem suas diferenças”, observa o jogador, citando principalmente a diferença no estilo de jogo, na visão de quadra e no método de treinamento.
A oportunidade de vestir a camisa do Fluminense surgiu por meio da Total Esportes, empresa que agencia a carreira do atleta. A partir de vídeos de jogos, a comissão técnica do clube carioca observou o potencial do sul-mato-grossense e oficializou a contratação. A adaptação, no entanto, não foi imediata. “Foi um pouco difícil no começo pelo meu estilo de jogo que aprendi no Paraná”, afirma. Mesmo assim, a evolução técnica não tardou a aparecer. “O aspecto que eu mais evoluí desde minha chegada no Fluminense foi minha força em si. Tô com mais visão de ataque e mais potência.”
A rotina de Renan no Rio de Janeiro é dividida em duas etapas: academia pela manhã, às 9h30, e treinos com bola à noite, às 19h. A equipe costuma folgar nas quartas-feiras e domingos, para garantir recuperação adequada. A intensidade é encarada com seriedade, mas também com equilíbrio. “Ainda pretendo evoluir muito minha impulsão e psicológico”, projeta.
Renan tem como principal inspiração sua mãe, ex-jogadora de vôlei, que atuou até os 50 anos. “Sempre gostei do estilo de jogo dela, sempre comemorar com muita emoção e jogar com calma e feliz. Isso contagia o time inteiro e faz com que fique uma partida com a pressão um pouco menor.” O exemplo dentro de casa serviu como motivação e referência para encarar com serenidade o crescimento em uma modalidade altamente competitiva.
Entre os momentos marcantes da curta carreira até aqui, ele cita com entusiasmo a vitória no Campeonato Paranaense Sub-19, quando sua equipe superou o favorito Círculo Militar do Paraná. “A energia nesse dia foi incrível. Tanto eu quanto os meninos estávamos no nosso auge.”
Agora, no Fluminense, o sentimento de pertencimento cresce a cada treino e a cada partida. “Desde que cheguei aqui, eu fui criando um grande apego pelo time e pelas pessoas. Me sinto muito alegre em representar esse timão.” A torcida, segundo ele, exerce um papel importante nesse processo. “A torcida sempre conosco faz a gente sempre querer mais e mais.”
As metas de Renan não param no ambiente dos clubes. Ele mira alto. “Meu objetivo no vôlei é ir mais além, jogar uma Superliga A, VNL, Mundial e com toda certeza jogar para fora do país.” E mesmo com o foco em grandes palcos nacionais e internacionais, ele não esquece suas raízes. “Tenho planos ainda de representar o MS mais pra frente. Vejo que o cenário do vôlei está crescendo cada vez mais e vejo que com certeza pode se tornar uma das potências no futuro, pelo nosso estilo e raça.”