Aos 18 anos, Renan Fernandes Melo, conhecido nas quadras como “The Bob”, tem organizado a vida entre trabalho, treinos físicos e prática esportiva com um objetivo claro: se destacar no cenário nacional do vôlei de praia. Nascido em 11 de novembro de 2006, o atleta representa o CT Calepes, em Campo Grande, e já começa a traçar metas mais ambiciosas para os próximos anos.
Renan conta que o apelido surgiu antes mesmo de ele imaginar que seguiria no esporte. “O apelido surgiu porque eu usava o cabelo grande, e o pessoal começou a me chamar de Bob Marley. Com o tempo, virou ‘The Bob’”, explica. O nome pegou e hoje é usado até nos torneios.
A trajetória na areia começou de forma espontânea, em 2022, na Associação dos Engenheiros. Foi lá que ele teve o primeiro contato com o vôlei de praia. “Me apaixonei pelo esporte”, resume. Desde então, não parou mais.
A paixão foi estimulada dentro de casa. Renan revela que a motivação principal veio do pai. “Ele jogava vôlei e sempre me incentivou a praticar esportes. Com o tempo, percebi que o vôlei de praia era o que eu realmente amava fazer.” A escolha por essa vertente do esporte veio naturalmente, à medida que o atleta foi se familiarizando com a areia.
O Centro de Treinamento Calepes passou a ser o ponto de apoio técnico e emocional nessa jornada. Foi no CT que Renan começou a competir de maneira mais estruturada. “O CT Calepes teve uma importância gigantesca na minha formação. Foi lá que eu aprendi a ‘andar’ dentro de quadra e tive apoio para disputar minhas primeiras competições. Eles acreditaram em mim desde o início”, afirma.
A rotina, mesmo intensa, não é encarada como sacrifício. Ele divide os períodos do dia entre trabalho e treino. “Os treinos com bola acontecem de manhã, a partir das 9h30 com a equipe. Já os treinos físicos são realizados à noite, por volta das 20h ou 21h. Durante a tarde, das 13h até esse horário, estou trabalhando.” Apesar do ritmo puxado, o que o motiva é a evolução constante. “O que eu mais gosto na rotina é a sensação de evolução a cada treino, mesmo que seja só 1%. Isso me motiva a continuar.”
As referências no esporte também fazem parte da construção da identidade do atleta. Renan cita o nome de Saymon Barbosa como alguém que representa um modelo a ser seguido. “Ele treinou com a gente em 2024 e hoje está disputando o circuito mundial. É uma grande inspiração para mim, tanto como atleta quanto como pessoa.”
Entre os momentos marcantes da breve, mas promissora carreira, um episódio se destaca. “Foi quando ganhei meu primeiro campeonato estadual e pude entregar a medalha para minha mãe. Foi uma sensação inesquecível e muito especial.” A cena reforça o papel da família como base do caminho que ele escolheu trilhar.
Nem sempre, porém, os resultados são positivos. Renan reconhece os altos e baixos do esporte e tenta encarar as derrotas com naturalidade. “Acredito que ninguém nasce ganhando. Uma frase que levo comigo é: ‘O vencedor é apenas um perdedor que tentou mais uma vez’. Cada derrota é uma oportunidade de aprendizado e crescimento.”
Com foco nas categorias de base, o jovem projeta metas para o futuro. “Meu foco agora é me destacar nas competições nacionais Sub-21. Mais pra frente, sonho em disputar grandes torneios como o Top 16 e até mesmo campeonatos mundiais. Mas sei que tudo acontece no seu tempo.” A fala revela consciência sobre o processo de amadurecimento e a paciência necessária para alcançar níveis mais altos da modalidade.
Para quem deseja seguir um caminho parecido, Renan tem um conselho direto: “Tudo depende exclusivamente de você. Não existe essa de ‘na próxima vida eu consigo’. Você só fracassa quando decide parar de tentar. Então vá, insista e acredite no seu potencial.”