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Quarterback mira o tricampeonato nacional de flag football com os Predadores

da redação - 2 de jul de 2025 às 15:51 44 Views 0 Comentários
Quarterback mira o tricampeonato nacional de flag football com os Predadores Da Redação

Conciliar a função de técnico principal com a de quarterback em um esporte tão estratégico quanto o flag football pode parecer missão para dois profissionais. No entanto, Edson Silva de Albuquerque Melo, de 37 anos, natural do Rio de Janeiro e radicado em Mato Grosso do Sul, cumpre esse papel duplo com dedicação no Campo Grande Predadores, equipe que já conquistou dois títulos nacionais e sete regionais.

“Não é fácil, mas é extremamente gratificante”, afirma. “Dentro de campo, tenho que manter a calma e liderar o time tecnicamente, tomando decisões rápidas como quarterback. Fora dele, preciso analisar jogos, desenvolver o playbook e pensar na evolução de cada atleta”. Segundo ele, o segredo está na organização e na confiança na equipe. “O foco é sempre o coletivo.”

Fundado em Campo Grande, o Predadores construiu uma das trajetórias mais sólidas do flag football brasileiro fora dos grandes centros. Além dos títulos, a equipe se consolidou por sua regularidade. Para Edson, a longevidade do elenco é parte importante do sucesso. “Conseguimos manter a mesma base de atletas jogando juntos há anos. O trabalho contínuo é fundamental para o desenvolvimento do time.”

Além disso, ele destaca a cultura criada dentro do grupo. “A gente construiu uma cultura forte, baseada em disciplina, comprometimento e muita resenha. Mesmo com poucos recursos, somos organizados, e cada jogador entende seu papel dentro de um sistema maior.”

O flag football ainda é pouco difundido em Mato Grosso do Sul, embora tenha avançado nos últimos anos. “Tem evoluído bastante, porém, ainda são poucos times: dois masculinos e um feminino”, explica. “Quando começamos, quase ninguém sabia o que era flag. Hoje, vemos cada vez mais pessoas que conhecem o esporte e até apoio institucional em algumas situações, como transporte e eventos.”

Apesar do crescimento, os obstáculos permanecem. “A logística e o investimento são os principais desafios. Viajar para outras regiões do Brasil é caro, e nem sempre conseguimos apoio. Além disso, temos que lidar com a rotatividade de atletas e conciliar a vida pessoal de cada um com o esporte.”

Mesmo diante dessas limitações, Edson e o Predadores acumulam histórias marcantes. Uma das mais significativas ocorreu em 2017, quando ele atuou em duas frentes: “Fui campeão como técnico do time feminino do Jacarés do Pantanal e, no masculino, como jogador e técnico do Campo Grande Predadores. Tudo isso no mesmo final de semana, alternando jogos entre técnico e jogador.”

A rotina do time é intensa. Os treinos acontecem duas a três vezes por semana. O elenco é composto por atletas experientes e jovens em formação. “Temos um grupo bem equilibrado. Essa mistura é excelente, porque os mais experientes servem de referência e os mais novos trazem intensidade.”

Ao longo dos anos, o esporte também evoluiu. “O esporte ficou mais técnico, os adversários mais preparados, e o nível de exigência aumentou”, afirma Edson. “Hoje não dá mais pra ganhar só na vontade – é preciso inteligência tática e preparo em todos os sentidos.”

Os planos para o futuro já estão traçados. “Nosso foco agora é a Super Final 2025. Vamos em busca do tricampeonato nacional”, projeta. Além disso, o treinador quer estruturar o time para o longo prazo. “Queremos fortalecer o elenco, ampliar nosso alcance e preparar o time para o futuro, com novas lideranças e estrutura mais sólida.”

O Predadores também pretende retomar projetos de base e de cunho social. “Pensamos em retornar com os trabalhos sociais e iniciar a formação de um time de base no próximo ano.”

Para quem nunca assistiu a uma partida, Edson explica de forma direta: “O flag football é uma versão do futebol americano sem contato físico – em vez de tackle, os jogadores tiram fitas do adversário. É dinâmico, estratégico e acessível. Quem assiste pela primeira vez se surpreende com a velocidade e a inteligência envolvida.”

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