Nascido em Campo Grande, em 11 de janeiro de 1991, o professor de jiu-jitsu Nilton Lima dedica a rotina à promoção da arte suave em diferentes espaços da cidade, com foco no esporte como ferramenta educacional e de transformação social. Formado em Educação Física e pós-graduado em Educação Especial e Inclusiva, ele divide seu tempo entre escolas públicas, projetos sociais e o Centro de Treinamento Cafezais, onde é sócio-proprietário.
Nilton começou no jiu-jitsu em 2014, após um convite de Bruno Bezerra. “Comecei a treinar no ano de 2014 com o professor Fábio Rocha, convidado pelo Bruno Bezerra, que hoje, além de meu professor, é um dos meus sócios no CT Cafezais.” A conexão com a modalidade foi imediata: “Logo me apaixonei pela arte suave. Em duas semanas, já estava disputando meu primeiro campeonato.”
Durante quase uma década, Nilton acumulou experiências como competidor e membro da Federação Sul-Mato-Grossense de Jiu-Jitsu (FSMJJ). “Ao longo de 9 anos, trabalhei nos eventos da federação, sendo que, nos últimos 4 anos, estive à frente da equipe de staff da FSMJJ.”
A trajetória como educador o levou a atuar em projetos voltados para pessoas com deficiência. Um dos marcos foi o trabalho na escola Juliano Varela, voltado para alunos com síndrome de Down. “Trabalhei, durante 3 anos, em um projeto de jiu-jitsu para pessoas com síndrome de Down. Nesse projeto, pudemos ajudar no desenvolvimento cognitivo, coordenação motora e na inclusão no esporte de crianças e adultos com síndrome de Down.” A experiência foi determinante para a escolha da pós-graduação: “O desejo pela pós-graduação surgiu após esse trabalho, mostrando que o jiu-jitsu é para todos.”
A visão que Nilton carrega sobre o papel do jiu-jitsu vai além do esporte de rendimento. Para ele, a modalidade deve servir como complemento à formação dos alunos. “Acredito que o jiu-jitsu deve ser usado como ferramenta para mudar a vida das pessoas, e é isso que levo como filosofia.” Essa abordagem também se reflete nas orientações que transmite às crianças e adolescentes com quem trabalha: “Sempre deixo claro que o jiu-jitsu deve ser o plano B na vida de cada um, mantendo o plano A como sendo os estudos e a educação.”
Essa filosofia também está presente no CT Cafezais, academia da qual Nilton é sócio ao lado de Bruno Bezerra e Jeferson Carmona. “O CT Cafezais surgiu de uma ideia do meu professor e sócio Bruno Bezerra, que me convidou, juntamente com meu irmão de tatame e de vida, Jeferson Carmona.” Segundo ele, o espaço foi idealizado para atender diferentes públicos e vem ganhando espaço na região sul de Campo Grande. “O CT Cafezais tem apenas 1 ano, mas vem crescendo a cada dia, o que nos alegra e motiva diariamente.”
A rotina na academia é compartilhada entre os sócios e uma equipe que envolve também a família. “Cada um tem uma função. Também contamos com a ajuda da esposa do Bruno, Carol Borges, que cuida de toda a parte administrativa da academia e também ministra as aulas infantis juntamente comigo.” As aulas da noite ficam sob responsabilidade de Carmona, enquanto Bruno conduz as atividades da manhã.
Além das atividades no CT, Nilton está presente em várias frentes educacionais. “Desde o início deste ano, me dedico exclusivamente a dar minhas aulas na rede municipal de educação (SEMED), no projeto DEAC (Divisão de Esporte, Cultura e Lazer), com aulas de jiu-jitsu na Escola Dr. Eduardo Olímpio Machado.” Ele também leciona na Escola Municipal Ana Lúcia e na Escolinha de Futebol Vila Nova, na região das Moreninhas. “São dias bem corridos, mas com muita alegria.”
Mesmo com a agenda cheia, Nilton afirma que encontrou um propósito no ensino. Para ele, a realização não vem da ausência de trabalho, mas do sentido que o trabalho carrega. “Existe uma frase que diz: ‘Trabalhe com o que se ama e nunca terá que trabalhar na vida.’ Na minha opinião, essa frase deveria ser: ‘Trabalhe com o que se ama, pois terá que trabalhar muito, mas terá uma vida mais feliz.’”