O presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Estevão Petrallás, negou que tenha dado um ‘golpe’ para assumir a presidência da entidade após a prisão de Francisco Cezário de Oliveira. Ele participou, nesta sexta-feira (07), de audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores para discutir os rumos do futebol sul-mato-grossense.
“A CBF me intimou. Ninguém deu golpe, não me interpretem assim. Chego aqui, e os companheiros acharam ruim, falando que o Estevão deu golpe. De repente, eu não sirvo. Começaram a me atacar no lado pessoal. Me deem a chance para que eu trabalhe 90 dias. Faço um compromisso de vir aqui e mostrar o que eu fiz. Eu vou fazer o que sei fazer, que é trabalhar. Estou muito certo que vou poder ajudar”, garantiu.
Petrallás foi nomeado interventor na FFMS pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no dia 27 de maio, seis dias após a prisão do eterno presidente, Francisco Cezário, que ocupou o cargo por 27 anos.
A nomeação do ex-presidente do Operário não foi bem aceita entre os dirigentes de clubes, que o acusaram de viajar ao Rio de Janeiro para conseguir a nomeação enquanto os times discutiam os próximos passos na FFMS.
Durante a audiência, ele defendeu a união dos dirigentes para tirar o futebol sul-mato-grossense do buraco. “Temos que arrumar agora, com todos ajudando. Tem que começar pela união dos dirigentes. Se acharmos que um é melhor que o outro, morreremos juntos, e seremos responsáveis pelos dias tristes que virão”, alertou.
Suspeitas de corrupção - Cezário foi preso no último dia 21 por suspeitas de corrupção na Federação. Ele foi solto nesta quinta-feira (06), mas será monitorado por tornozeleira eletrônica.
A FFMS foi alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que levou para a prisão o então presidente da entidade. Desde então, a Federação está sob intervenção da CBF, com a presidência interina de Estevão Petrallás.
A operação “Cartão Vermelho” foi desencadeada no dia 21 de maio e investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS. A entidade recebe recursos do Estado e da CBF e há 27 anos era chefiada por Cezário, que acabou preso.
Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou na entidade uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação, em benefício próprio e de terceiros.