Aos 30 anos, Sean Clair Di Mito Lupo encontrou no futevôlei mais do que uma atividade física ou forma de lazer. Natural de Cuiabá (MT), nascido em 13 de fevereiro de 1995, ele vive em Mato Grosso do Sul e tem conquistado espaço nas competições mais importantes do estado. Mesmo conciliando a rotina de empresário com os treinos, Sean decidiu levar o futevôlei a sério — não como carreira profissional, mas como uma paixão praticada com intensidade e compromisso.
“Meus amigos do futebol jogavam futevôlei e me convidaram para jogar a primeira vez. Nessa brincadeira gostei, e procurei uma arena para fazer uma aula experimental, e nunca mais parei”, lembra Sean. O início foi despretensioso, mas a identificação com o esporte foi imediata. A partir dali, ele não quis apenas participar: decidiu evoluir tecnicamente e competir com qualidade.
Embora não se considere um atleta profissional no sentido formal, a dedicação é evidente. “Seguir carreira não sei se é a frase certa, não tenho nem idade pra isso mais, kkk. Tenho uma empresa pra administrar. Porém tive uma paixão muito grande por esse esporte, e sempre quis jogar em um nível muito bom, não só ser mediano. Então levo como um hobby, porém quero ser muito bom nesse hobby”, explica.
Esse “hobby levado a sério” já rendeu quase 40 troféus acumulados em diferentes categorias. Entre eles, títulos nas classes iniciante, mista, intermediária e, mais recentemente, na open — considerada a mais forte entre as categorias. Um dos momentos mais emblemáticos da trajetória de Sean aconteceu no torneio Pantanal Open, considerado o maior e mais difícil do estado. “Fiz uma dobradinha. Na sexta fui campeão do intermediário, sendo eleito o melhor jogador da competição, e no sábado campeão da categoria open”, destaca.
O futevôlei exige resistência física, técnica refinada e domínio da movimentação em um terreno instável: a areia. Por isso, a preparação exige esforço constante. “Duas vezes por semana tem treino na areia, e mais duas vezes com um personal para o treino de força, fora os finais de semana, que são dias de jogos”, detalha Sean. O ritmo é intenso e exige organização para manter o equilíbrio entre os compromissos profissionais e a performance esportiva.
Na construção de sua trajetória, Sean buscou referências dentro e fora das quadras. “No estilo de jogo, me espelho muito no Paraná e no Raffael Longo. Fora de quadra, com certeza na sabedoria e inteligência do Jonathan e na humildade e forma de tratar as pessoas do Bruninho de Goiânia.”
Com o crescimento do esporte no estado, novas arenas têm surgido e o número de praticantes tem aumentado. “É nítido o tanto de gente nova que começou a jogar, arenas novas pelo estado inteiro”, observa. A popularização do futevôlei em Mato Grosso do Sul, no entanto, ainda esbarra em limitações estruturais e de incentivo. “Sinceramente, a nível nacional acho muito bom. Vejo os maiores torneios do Brasil sendo apoiados pelas prefeituras e governos de estado. Porém, aqui no nosso estado isso não acontece. Os torneios que são realizados são poucos, e esses poucos sem estrutura ou valores que incentivam os atletas a irem.”
A motivação de Sean vem da vontade de superação e da busca por excelência, mesmo em meio aos desafios. “Acho que ter constância e persistência é o maior desafio, pois o futevôlei é um esporte muito difícil. Você precisa de muita repetição e tempo jogado pra aprender. Isso leva um tempo, e nisso você tem seus altos e baixos: de animação, desânimo, superação.”
O próximo passo é seguir evoluindo. “Meu principal objetivo é aumentar meu nível do último torneio jogado, assim poder disputar campeonatos cada vez mais fortes e estar entre os melhores”, afirma. Para quem está começando, o conselho é direto: “Não desistir, ter persistência e dedicação, que as coisas vão acontecer. Todo mundo começa mal nesse esporte, mas com o tempo e treinos, a evolução é certa. Dê tempo ao tempo.”