Da Redação
A trajetória de Ana Paula Goes no voleibol começou cedo, aos 11 anos, em Campo Grande. Foi ali, ainda menina, que ela deu os primeiros passos na modalidade sob a orientação dos professores Genilson (UCDB) e Vagno (SESI), durante um projeto no Frutilla do Hotel Campo Grande. Com talento e dedicação, passou por seleções de Mato Grosso do Sul e construiu uma história marcada por conquistas, desafios e superação pessoal.
“Minha trajetória começou aos 11 anos de idade, com a iniciação junto ao professor Genilson e ao Vagno, no Frutilla do Hotel Campo Grande, e com algumas passagens pela seleção de MS”, relembra. Desde então, o esporte se tornou parte essencial de sua vida, mesmo em meio às dificuldades enfrentadas ao longo dos anos.
Hoje, além de atleta, Ana Paula é mãe, avó, manicure e dona de casa. A rotina é intensa, mas ela não abre mão daquilo que considera fundamental para seu equilíbrio e felicidade. “A rotina é muito cansativa devido a todas as minhas funções, mas o vôlei é o que me mantém firme”, explica.
A falta de incentivo ao esporte é um dos pontos que mais incomodam a atleta. Ela destaca que as condições de treino em Mato Grosso do Sul ainda são um obstáculo para quem deseja se dedicar de forma mais estruturada. “As dificuldades de não ter incentivo do governo em relação às quadras, para viabilizar os treinos, a estrutura física e mental, bem como os próprios professores que não são ressarcidos como deveriam, são grandes. Só com muito esforço desses mestres e professores ainda temos essa paixão que se chama voleibol”, afirma.
Ana Paula cita com gratidão os nomes de profissionais que foram fundamentais em sua trajetória e que continuam contribuindo para o esporte no Estado: “Meu muito obrigado ao Genilson, Pezão, Vagno, Will Mascarenhas e Leomar, por fazerem acontecer e acreditarem.”
Entre suas conquistas mais significativas está a convocação para a seleção de Mato Grosso do Sul, um momento que guarda com carinho até hoje. “Minha maior conquista na época foi ser convocada para a seleção do Estado e poder representar nossa terra”, lembra.
Ao longo dos anos, acumulou títulos expressivos, mas para ela, mais importante que o troféu é o que o voleibol representa. “O que me motiva são as parcerias de pessoas que levamos para o resto da vida, sabendo que podemos contar dentro e fora de quadra”, diz. Entre os torneios marcantes, ela destaca a Copa Pantanal, onde sempre esteve entre os pódios, independentemente da colocação. “Os títulos mais gratificantes foram as conquistas da Copa Pantanal, estando em todos os pódios, seja no primeiro, segundo ou terceiro lugar, com o Morena Vôlei.”
Outra experiência que Ana Paula valoriza é a participação nos Jogos Internacionais Master 40+, realizados em Águas de São Pedro (SP), onde representou Mato Grosso do Sul pela Escolinha do Pezão. “Essa competição acontece todos os anos, dando a oportunidade de conhecer atletas que um dia já passaram pelos clubes de vôlei e pela seleção brasileira”, explica. O evento, além do caráter esportivo, tem uma importância social e emocional. “É um campeonato da categoria master, com tantas mulheres de 65 a 70 anos jogando e praticando voleibol, se curando de depressão e outras doenças. Os jogos são um acontecimento. Já na abertura, a alegria é contagiante. A resiliência de ver jogadoras de 50, 60, 70 anos tendo com o vôlei, a superação e a vontade de estar ali”, acrescenta.
A fala de Ana Paula revela o quanto o esporte pode ser transformador. Ela própria viveu essa experiência na pele. “Fiquei afastada por motivo de uma união tóxica e depressão, e o vôlei me curou, me deu força com a ajuda dos amigos do vôlei para superar essa etapa tão conturbada que enfrentei na vida”, conta. “O vôlei me deu a chance de sorrir novamente e estar aqui para contar a minha história com um final de felicidade, graças a esse esporte.”