Da Redação
“Seguir carreira no handebol exige talento, disciplina e paixão pelo jogo. Valorize sua equipe, aprenda com os erros e lute por seus sonhos todos os dias. O futuro do handebol pode estar nas suas mãos.” É com essas palavras que o campo-grandense Augusto César Jahn de Lima, de 22 anos, resume o que aprendeu em mais de uma década dedicada ao esporte.
Nascido em 8 de março de 2003, Augusto conheceu o handebol ainda criança, durante o ensino fundamental, na Escola Municipal Múcio Teixeira Júnior, em Campo Grande. Ele tinha apenas oito anos quando recebeu o convite do professor Erivaldo Benedito para conhecer a modalidade. Até então, dividia-se entre o futsal e o karatê. “No começo eu achei bem diferente, com uma outra dinâmica, eu não entendia muito bem, mas olhando os garotos das categorias acima jogar e ver como funcionava me chamou muito atenção”, lembra.
Essa primeira impressão virou conexão. A intensidade e o contato físico do handebol, muitas vezes vistos como agressividade, se transformaram em diferencial. “Muitos falam que é agressivo, realmente pode ser um pouco, mas isso não passa da dinâmica do jogo. Existe muito contato e isso é o diferencial de outros esportes em quadra”, explica.
A decisão de seguir pelo handebol significou abrir mão de outras modalidades. “No começo eu ainda participava do futsal e do karatê, mas começou a dar conflito em questão das competições e deixei os dois esportes de lado para focar apenas no handebol”, conta. Além da escolha, houve desafios típicos de quem começa cedo no esporte competitivo. “Teve as questões emocionais, controlar a ansiedade em jogos, lidar com pressão de treinos e competições, superar a insegurança inicial, conciliar escola, estudos, notas boas e dedicação ao esporte.”
Hoje, a rotina de Augusto é marcada por treinos intensos. “Os treinos ocorrem de três a quatro vezes na semana. Quando não tem treino, e eu não estou na faculdade, procuro correr para fazer mais uma preparação física, incluir a academia junto e fazer treinos específicos de mobilidade e musculação.” A disciplina fora da quadra se soma ao esforço dentro dela para mantê-lo competitivo.
As experiências acumuladas em viagens e torneios ajudaram a moldar sua visão de jogo e de vida. Uma das primeiras competições marcantes aconteceu no Paraná. “Foi quando viajei pela primeira vez para uma competição em outro estado, ocorreu em São José dos Pinhais, no Handebol Curitiba Cup. Acabei ficando em segundo lugar, mas a experiência e o aprendizado que trouxe de volta mudaram muito. Ouvir as outras categorias mais velhas te elogiando e apoiando é incrível.”
Outra lembrança forte são os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), nos quais Augusto já participou em diferentes formatos: quadra, praia e atlética. “É uma estrutura surreal, um nível de competência altíssimo. A experiência que tu vive lá, só quem viveu sabe como é perfeita. E esse ano vou viver essa experiência de novo em Natal e em João Pessoa representando o nosso MS.”
O jovem atleta também observa o crescimento da modalidade em Mato Grosso do Sul. Para ele, a Federação de Handebol tem desempenhado papel importante ao incentivar as categorias de base. “Têm várias competições importantes, como os jogos escolares e o JEMS/JOJUMS, que sempre concentram atletas de várias regiões do nosso estado e com isso movimentam e envolvem diferentes regiões. Isso fortalece também as outras categorias, como o adulto e o universitário, que vêm tendo uma crescente no handebol, com representatividade a nível nacional.”
Na caminhada, Augusto se inspira em grandes nomes internacionais e também dentro de casa. “Eu sempre admirei o Mikkel Hansen, armador esquerdo, considerado um dos melhores jogadores. Fora de quadra, minha base e inspiração são meus pais e minhas irmãs, que sempre me ajudam e dão força para continuar.”
Apoio que se mostra fundamental em todos os momentos. “Sempre tive um apoio muito grande da minha família, sempre me ajudando com os valores de viagem, apoiando emocionalmente, desde a base até agora na parte universitária. Só tenho a agradecer meu pai e minha mãe, que sempre me ensinaram o primordial. Com as amizades também sempre tive muito apoio, a torcida, mesmo estando longe, sempre me manda mensagens dedicando boa sorte.”
Com os pés no presente, mas de olho no futuro, Augusto traça metas claras. “Quero chegar a representar o nosso estado na liga nacional e conquistar a primeira divisão no JUBs.”
Ao falar com jovens que sonham em seguir a mesma trilha, ele não vende ilusões. Para ele, o caminho é exigente, mas recompensador. “Não existe caminho fácil, mas existe o caminho certo: dedicação, respeito e amor pelo jogo. Nunca esqueça que o esporte transforma vidas. Acredite que cada gota de suor no treino vale a pena.”