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“Nunca é tarde pra se sentir viva, forte e capaz”: a história de superação de Ana Cristina Greghi

da redação - 31 de out de 2025 às 14:59 81 Views 0 Comentários
“Nunca é tarde pra se sentir viva, forte e capaz”: a história de superação de Ana Cristina Greghi Da Redação

Com 57 anos, Ana Cristina Ramos Greghi encontrou no esporte um novo modo de enxergar a vida. Natural de Tatuí (SP), ela começou a praticar atividades físicas aos 36 anos, depois do nascimento do terceiro filho. O início foi tímido, mas acabou se transformando em um estilo de vida. “Fui para a academia sem grandes objetivos, apenas cumpria um ritual. No início de 2015 fui para o crossfit com o objetivo de conseguir ficar de cabeça para baixo. Desde o começo gostei das atividades, voltava pra casa animada, e estou lá até hoje”, conta.

 

O crossfit acabou abrindo caminho para outro desafio: a corrida. “Iniciei há três anos com o objetivo de diminuir as celulites da perna”, brinca. “Também foi outro processo em que fui entrando, e assim surgiram os passeios e as corridas. Meu marido me acompanha, e isso também trabalha muito a mente, a sensação de superação e bem-estar.”

 

Para Ana Cristina, o esporte não tem idade. “Eu enxergo o crossfit como uma prática para todas as idades. O que muda é a intensidade, não a vontade de se superar”, afirma. O lema do box que frequenta resume bem sua visão: “Você é mais forte do que pensa”. Segundo ela, o crossfit é sobre evolução pessoal, não sobre idade. “A gente adapta, aprende, se diverte e segue ficando mais forte, por dentro e por fora.”

 

O impacto da rotina esportiva foi além do físico. “O esporte mudou completamente minha vida. Fisicamente, me sinto mais forte e com mais energia. Mas o maior ganho foi mental: aprendi a ter disciplina, paciência e a acreditar mais em mim. Cada treino é uma superação, e isso reflete em todas as áreas da vida”, relata. Ela conta que, às vezes, é vista como atleta por pessoas que pedem dicas e conselhos, e se surpreende com isso. “Às vezes me olho no espelho pra tentar enxergar o que as pessoas veem em mim.”

 

A rotina de Ana é intensa. “Treino crossfit três vezes por semana — segunda, quarta e sexta — e corro outras três — terça, quinta e no fim de semana. E um dia na semana eu não faço nada... quer dizer, fora de casa, porque dona de casa nunca fica sem fazer nada”, ri.

 

Mesmo com disposição e foco, os desafios existem. “O maior desafio é entender que o corpo muda com o tempo, e tudo bem. Às vezes é preciso respeitar limites, mas o importante é não parar e não se comparar com ninguém. Eu adoro me inspirar em pessoas ainda mais velhas pra ver onde posso chegar.” Para ela, mais importante que a disciplina é a constância. “Tem dia que dá vontade de ficar debaixo da coberta, mas o benefício de sair pra correr é muito maior. Então miro sempre no bem-estar que sinto.”

 

As conquistas vieram naturalmente. “No início eu só não queria ser gorda, esse era meu objetivo”, diz, rindo. “Mas com o tempo os benefícios ultrapassaram essa vontade. A gente vai se superando e, às vezes, até esquece do objetivo inicial.” Hoje, ela soma experiências marcantes. “Exercícios que eu nem imaginava fazer, como subir corda ou levantar 100 quilos no deadlift. Participar de campeonatos com pessoas mais jovens e ser bem recebida me faz muito bem.”

 

Na corrida, o caminho foi semelhante. “Comecei querendo correr 10 km e, em seis meses, já estava fazendo provas e pegando pódio na minha categoria. Aí fiquei mais animada ainda. Depois vieram as meias maratonas. Já fiz 24 entre trilha, asfalto e montanha, e este ano ainda farei mais duas.”

 

Sobre motivação, Ana é direta. “O que me motiva é essa superação, saber que você pode mais. É uma satisfação pessoal, entre você e você, sabe?”

 

O cuidado com o corpo vai além do treino. “Cuido bem da alimentação. Sou comilona, mas como de verdade: muita proteína, legumes e frutas. Não sou de doce nem bebida alcoólica. Nos fins de semana como pizza com o marido e amigos, mas não exagero.” Ela rebate quem critica seu estilo de vida. “Alguns dizem: ‘isso não é vida’. Eu penso que cada um coloca prazer no que lhe dá prazer. Pra mim, o prazer é ter disposição pra tudo, cuidar da casa, dos filhos e trabalhar bem. A maioria dos que criticam vive reclamando de dor, mal-estar, cansaço — e eu não tenho nada disso.”

 

Para outras mulheres que ainda têm receio de começar, ela deixa uma mensagem simples. “Não deixem a idade ser um motivo pra desistir, e sim uma razão pra começar. O crossfit e a corrida são adaptáveis. Cada uma faz no seu ritmo. O importante é dar o primeiro passo, porque o corpo e a mente agradecem. Nunca é tarde pra se sentir viva, forte e capaz.”

 

Os planos continuam ambiciosos. “Meu próximo grande desafio é agora em novembro: 25 km na montanha, em Santa Catarina. Depois tenho 21 km em Bonito, em dezembro.” E ela já pensa além. “Já estou inscrita em uma prova de montanha pra março de 2026 e quero fazer dez meias maratonas ao longo do ano. O plano é seguir me movimentando, crescendo e curtindo cada conquista.”

 

Para Ana Cristina, o mais importante é o movimento. “Mais do que as provas, meu objetivo é me manter ativa pra viver o mundo aqui fora, com energia e prazer. O crossfit me preparou pra tudo isso, me deu base, força e confiança pra encarar distâncias e desafios que antes pareciam impossíveis.”

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