Desde cedo, o judoca José Demarco se interessou por esportes. Incentivado pelos pais, passou por modalidades como natação e futsal antes de conhecer o judô em uma aula experimental na escola, em 2010. "Logo comecei a me destacar e, um ano depois, minha sensei me levou para o Judô Moura, que é a academia onde estou até hoje", conta o atleta. A paixão pelo esporte e a vontade de vencer o motivam a seguir competindo. "Eu amo o judô."

Ao longo da carreira, conquistou títulos expressivos, como medalhas no Campeonato Brasileiro, no Pan-Americano e na European Cup. Ele destaca que cada conquista tem um significado especial, mas uma das que mais o marcaram foi o circuito europeu. "Foi meu auge como atleta. Uma competição de nível mundial, com atletas do mundo todo e um grau de dificuldade altíssimo. Lembro desse dia como se fosse hoje. Foi mágico, fiz sete lutas muito duras e minha performance foi absurda. Cheguei muito bem nessa competição."

Apesar dos resultados, ele aponta desafios na modalidade, como a falta de visibilidade e investimentos. "Somos o esporte mais vencedor do país, o que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil, e muitas vezes não somos reconhecidos." Além disso, ressalta a exigência do alto rendimento. "É muita dedicação, tem que abrir mão de muitas coisas. O alto rendimento não é saudável, é muito sofrido. A competitividade no Brasil é muito alta, é muito difícil chegar ao alto nível."

A rotina de treinos é intensa, com sessões diárias em dois períodos. "Treino de segunda a sexta-feira. De tarde, faço parte física ou técnico/tático, e à noite, treino de judô. Nos sábados que não há competição, faço uma sessão de judô ou de físico pela manhã."

Ao longo da carreira, enfrentou momentos de superação, incluindo quatro cirurgias. "Acho que é a parte mais difícil de ser atleta. É um processo muito doloroso, mas me fez ser mais resiliente e crescer muito como atleta e pessoa."

Antes de uma luta decisiva, a preparação mental é fundamental. "Fora o nervosismo, que é normal, eu mentalizo a luta, o que posso fazer, minhas estratégias. Penso na minha família, no processo que passei para estar ali. Passa um ‘filme’ na cabeça."

Ele destaca a importância dos valores transmitidos pelo judô. "O judô me proporcionou muitas coisas na vida. Tudo que sou hoje, eu devo ao judô."

Entre seus objetivos, busca manter-se competitivo no cenário nacional. "Quero estar entre os melhores do Brasil na minha categoria e medalhar nos campeonatos nacionais."

Sobre o desenvolvimento da modalidade em Mato Grosso do Sul, ele vê potencial e bons resultados. "Aqui já formamos muitos atletas que passaram pela seleção brasileira e conquistaram medalhas internacionais. Nosso estado sempre está entre os melhores nos resultados gerais dos campeonatos brasileiros." Ele também elogia os investimentos locais. "O governo do estado do MS é um dos que mais investem no esporte no Brasil, através do programa Bolsa Atleta. No geral, vejo o judô daqui se desenvolvendo cada vez mais."

Aos jovens que sonham em seguir carreira no judô, o conselho é claro. "Dedique-se desde a hora que acorda até a hora que dorme. E no outro dia, repita a dose. Muita paciência, muito treino e muita constância."