Joycy Mary Amorim Nascimento Souza nasceu em 23 de julho de 2006, na cidade de Costa Rica, interior de Mato Grosso do Sul. Com apenas 18 anos, já soma títulos importantes no ciclismo estadual, sendo tricampeã sul-mato-grossense nas modalidades de estrada, maratona (XCM), contrarrelógio individual (CRI) e meio fundo. Com passagens por competições nacionais, como os Jogos da Juventude e o Campeonato Brasileiro, ela construiu um percurso baseado na versatilidade e no enfrentamento de novos desafios.
A ciclista vê com naturalidade sua adaptação a diferentes provas e terrenos. Participar de diversas modalidades, segundo ela, foi um fator de crescimento técnico e emocional. “Essa diversidade teve um impacto muito positivo tanto no meu desenvolvimento como atleta quanto no meu crescimento pessoal. Cada modalidade me ensinou algo diferente; como ter mais foco, disciplina, resiliência e saber lidar com os meus próprios limites.” Ao falar da importância de sair da zona de conforto, ela reforça a ideia de que o esporte exige mais do que preparo físico: “Essa vivência me proporcionou uma visão mais completa do esporte. Me fez enxergar o quanto é importante estar aberto a novos desafios.”
Entre tantas conquistas, Joycy destaca dois momentos que marcaram sua jornada: disputar o Campeonato Brasileiro de Estrada e representar o Mato Grosso do Sul nos Jogos da Juventude por dois anos consecutivos. “Foi muito gratificante viver a experiência de competir com meninas de alto nível de todo o Brasil e desafiar os meus próprios limites. Era um dos meus maiores objetivos no ciclismo e também a realização de um sonho.”
Para manter o desempenho em alta nas competições, Joycy organiza sua rotina de treinos intercalando as sessões de ciclismo com a musculação, ajustando a intensidade conforme a prova-alvo. A estratégia é manter o equilíbrio físico, respeitando os ciclos de preparação para provas de estrada, resistência ou contrarrelógio. “Sempre intercalando os treinos de acordo com a prova-alvo e conciliando a musculação.”
Apesar da trajetória de conquistas, Joycy reconhece os obstáculos enfrentados por mulheres no ciclismo competitivo. “Um dos maiores desafios é a desigualdade entre homens e mulheres no esporte, tanto na premiação quanto na visibilidade.” A fala reflete uma realidade comum a diversas atletas, que ainda lutam por igualdade nas competições, acesso a incentivos e reconhecimento.
A relação de Joycy com o esporte vem de longa data. Antes da bicicleta, ela praticou várias modalidades coletivas. “Desde pequena, sempre estive praticando esportes, como vôlei, handebol e futsal. Mas o basquete era o que eu mais gostava, era meu esporte favorito antes de conhecer o ciclismo.” O contato com a bike veio através de seu pai, ciclista amador. “Ele já pedalava e foi quem me levou e incentivou a entrar para o mundo do ciclismo.”
A bicicleta, no entanto, não se tornou apenas uma ferramenta de competição. Para Joycy, o esporte é também um espaço de equilíbrio emocional e construção pessoal. “O ciclismo foi muito importante na minha vida. Me trouxe felicidade e muitos aprendizados. Sair para treinar era a melhor parte do dia. Era onde eu descontava todo o meu estresse e tudo virava calmaria. A adrenalina do ciclismo é algo que só quem pedala entende.”
Embora atualmente não acompanhe de perto todas as competições, ela observa um crescimento do número de mulheres participando das provas no estado. “Vejo que teve um aumento significativo em questão de mulheres competindo.” Ainda assim, reconhece que há espaço para avanços, principalmente em relação ao incentivo e estrutura para o ciclismo feminino em Mato Grosso do Sul.
Com os olhos no futuro, Joycy busca conciliar o esporte com outras responsabilidades. Hoje, divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade, sem abandonar os objetivos no ciclismo. “Um dos meus objetivos por agora é conseguir conciliar o trabalho e a faculdade com as competições. Uma das principais provas seria o Campeonato Brasileiro de Estrada.”
Para meninas que estão começando no ciclismo, ela deixa uma mensagem baseada em sua própria experiência. “Treinem bastante, saiam da zona de conforto, buscando sempre evoluir, e não desistam dos seus objetivos. Mas, acima de tudo, não esqueçam de ser felizes e aproveitar os momentos e lugares que só a bike pode nos proporcionar.”