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Jovem de Bodoquena inicia no ciclismo por hobby e conquista dois vices estaduais de XCO

da redação - 4 de jul de 2025 às 16:33 63 Views 0 Comentários
Jovem de Bodoquena inicia no ciclismo por hobby e conquista dois vices estaduais de XCO

Aos 17 anos, Glauciely Vieira dos Santos, conhecida como "Tomatinha", já soma dois vice-campeonatos estaduais consecutivos na modalidade XCO (Cross Country Olímpico), uma das mais exigentes do mountain bike. Natural de Bodoquena, cidade do interior de Mato Grosso do Sul, ela começou no esporte ainda criança, acompanhando os pais em pedais matinais e descobriu nas trilhas a paixão pelas competições.

“O ciclismo entrou na minha vida por influência dos meus pais. Eles começaram a pedalar por hobby no final de 2019, e eu ia junto com uma turma que saía às 4 da manhã. Comecei com uma Caloi Canguru”, relembra. A convivência com outros atletas e o ambiente de superação acabou despertando o interesse pelas competições. “No ano seguinte, meus pais começaram a competir. Eu ficava vendo e admirando, até que um dia quis experimentar também. Na minha primeira competição, em 2022, aqui mesmo em Bodoquena, já peguei pódio. Meus pais viram que eu tinha potencial e começaram a me incentivar ainda mais.”

Com resultados expressivos nas temporadas de 2023 e 2024, a ciclista destaca o quanto a constância e a disciplina fizeram a diferença. “Essas conquistas foram muito importantes para mim. Só de estar participando já era incrível. Lá atrás eu nunca tinha imaginado que seria vice-campeã.” O reconhecimento no pódio também abriu portas. “Ganhei uma bicicleta, patrocínios e outros equipamentos. Eu almejava muito uma bike nova e outras coisas. Agradeço muito a Deus pelas oportunidades.”

O apelido “Tomatinha” surgiu da própria família. “Veio do meu pai, o apelido dele é Tomate. O da minha mãe virou Tomatona. Certo dia, inventaram o Tomatinha. Foi a galera da associação que teve a ideia. Tem gente que me conhece mais pelo apelido do que pelo nome.”

Apesar da pouca idade, Glauciely já vivenciou obstáculos típicos do esporte de alto rendimento. Além do desgaste físico, ela destaca os desafios técnicos do XCO. “Tenho dificuldades com técnicas em lugares mais arriscados, como o salto (drop). E também há a luta contra a mente. Às vezes vejo um trecho técnico e penso que não vou conseguir passar, mas acabo passando. Na hora, dou uma travada.”

Outro obstáculo surgiu com uma lesão, que quase a fez desistir. “Teve uma época que pensei em parar por causa disso. Mas isso me deixou mais forte. Serviu de lição para eu me cuidar mais. Não é só treinar, o descanso também é extremamente importante.”

Morando em uma cidade pequena, a rotina de treinos nem sempre é fácil. “Treino cinco ou seis vezes por semana. Às vezes não tenho companhia para pedais longos, então acabo indo sozinha ou com meu pai.” Mesmo com limitações, ela mantém o foco. “Quero muito o título de campeã estadual. Estou em busca dele. Vou continuar treinando incansavelmente para chegar lá. Já pensei em participar do Brasileiro, mas está longe ainda pra mim. Deus sabe de todas as coisas.”

Além da dedicação pessoal, Glauciely procura influenciar positivamente a comunidade local. “Aqui tem muita gente com potencial para ir além. Busco incentivar, ajudar. Esporte é isso: apoiar e motivar, independente das circunstâncias.”

Na avaliação da atleta, a presença feminina no mountain bike tem crescido. “Com certeza, as mulheres estão ganhando mais espaço no mountain bike. Ainda temos desafios, mas é inegável o quanto temos avançado. O que mais me inspira é ver mulheres se apoiando, formando grupos, incentivando umas às outras. A participação feminina é essencial para o crescimento do esporte.”

Entre os momentos marcantes da jovem ciclista, dois têm lugar especial na memória. “Minha primeira prova foi cheia de emoções. Estava ansiosa, com medo, e meus pais me apoiaram muito. Outra prova que marcou foi da nossa associação ACPB deste ano. Eu almejava o primeiro lugar na categoria Sport e consegui. Chorei de emoção, fui recebida pelos meus pais. Foi emocionante.”

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