Com apenas 13 anos, Giovana Vargas de Oliveira já acumula uma trajetória sólida no jiu-jitsu. Faixa-laranja, ela começou no esporte aos nove anos de idade, influenciada pelo pai e pelo tio, ambos praticantes da modalidade. Antes disso, já tinha experiência nos tatames, praticando judô desde os cinco anos. “Fui numa aula experimental com meu pai e meu tio e gostei muito”, lembra.
Atualmente, Giovana mora em Itaporã (MS), mas treina em Dourados, na academia TM Team. A rotina exige deslocamentos e organização para conciliar os treinos com os estudos. “Estudo de manhã. Treino dois dias da semana na cidade vizinha, nas terças e quintas. Também treino em casa com meu pai nas segundas, quartas e sextas”, detalha.
Em pouco tempo de dedicação ao jiu-jitsu, Giovana já participou de 18 campeonatos e acumula um currículo expressivo: são 17 medalhas de ouro, quatro de prata, duas de bronze e três cinturões. Entre as competições mais marcantes, ela destaca o Campeonato Mundial de 2022, no Rio de Janeiro, e o Campeonato Brasileiro de 2025, realizado em São Paulo. “Tive conhecimento, amizade e muita experiência”, conta sobre a disputa mais recente, realizada em junho.
Além dos desafios dentro do tatame, ela também enfrentou obstáculos fora dele. Um dos momentos mais difíceis, segundo Giovana, foi o deslocamento para o Campeonato Brasileiro. “Foi desafiador voar de avião para ir para o campeonato em São Paulo”, relata.
A faixa-laranja, que carrega no jiu-jitsu uma simbologia de responsabilidade e evolução técnica, representa mais um passo importante na caminhada da jovem atleta. “Ser faixa-laranja significa ter grande responsabilidade, treinar muito e se dedicar mais”, afirma. A conquista da graduação, segundo ela, veio como resultado direto de sua rotina de esforço e disciplina: “Não foi difícil porque me dediquei muito nos treinos”.
A formação de Giovana vai além das técnicas do esporte. Para ela, o jiu-jitsu tem papel direto na construção do seu caráter. “Aprendi a ser uma pessoa educada, dedicada, a ter respeito, ser humilde e ter autoconfiança”, diz. Os valores que carrega da arte suave se refletem também fora do tatame: “Levo para a vida disciplina, respeito, muito desenvolvimento e humildade sempre”.
O apoio familiar é um dos pilares da sua jornada. Tanto o pai quanto a mãe praticam jiu-jitsu, e a relação próxima com os professores fortalece sua caminhada. “As pessoas que mais me inspiram são minha família, meus pais e meus professores que me treinam”, afirma.
Com o foco voltado para o futuro, Giovana tem um objetivo claro para a atual temporada: “Quero competir as nove etapas do campeonato estadual”. A meta integra o planejamento de quem deseja ir além: “Meu sonho é ser uma atleta profissional e, algum dia, poder passar meus conhecimentos adiante”.
Para outras meninas que pensam em começar no esporte, ela deixa um recado direto e encorajador: “Não tenham medo de dar o primeiro passo. Façam jiu-jitsu para aprender a se defender, fazer atividade física, amizades e ter autoconfiança. O jiu-jitsu é capaz de transformar uma pessoa”.