Aos 18 anos, a ginasta campo-grandense Eduarda Nantes Carneiro, mais conhecida como Duda Nantes, vive a ginástica rítmica com dedicação e constância. Com uma rotina de treinos que chega a quatro horas por dia, ela representa Mato Grosso do Sul em competições nacionais e já projeta voos mais altos. Entre a faculdade, a família e as dificuldades comuns da trajetória esportiva, a jovem atleta tem um objetivo claro: disputar competições internacionais e continuar crescendo dentro da modalidade.
Duda nasceu em 19 de maio de 2007, em Campo Grande, e deu os primeiros passos na ginástica rítmica por influência indireta da própria rotina familiar. “Minha babá tinha duas filhas que faziam parte do projeto. Minha mãe achou legal e conversou com ela e colocou eu e a minha irmã para fazermos ginástica rítmica no projeto”, conta. A partir dali, o esporte entrou de vez na vida da jovem, que hoje treina de segunda a sexta-feira, cerca de quatro horas por dia, e eventualmente também aos sábados.
Com o tempo, Duda foi desenvolvendo afinidade com dois dos cinco aparelhos utilizados na ginástica rítmica: arco e maças. “Gosto bastante de arco e maças, eu tenho mais facilidade com eles”, explica. É justamente com o arco que ela guarda uma de suas principais lembranças em competições: o Campeonato Brasileiro Adulto, realizado em junho de 2025. “Fiquei em 18º no aparelho arco, entre muitas e muitas meninas. E estar representando a minha equipe e também Mato Grosso do Sul, Campo Grande, se torna mais especial”, relembra.
A trajetória da atleta também é marcada por boas lembranças desde os primeiros passos nas competições. “Meu primeiro torneio foi uma competição marcante. Eu consegui o terceiro lugar do pódio no aparelho corda. Foi um dia incrível pra mim”, diz. As conquistas, no entanto, não vieram sem dificuldades.
Como em diversas outras modalidades esportivas, a ginástica rítmica exige concentração, controle emocional e, principalmente, uma rotina disciplinada e repetitiva. Nem sempre é fácil manter o ânimo diante da exigência. “Teve momentos que já pensei em desistir várias vezes por conta do cansaço e da rotina, mas a ginástica sempre foi algo que eu sempre gostei de praticar e de estar lá”, afirma Duda, que desenvolveu alguns rituais para lidar com a tensão nos dias de competição. “Eu apenas tento me manter calma e concentrada. Gosto de escutar umas músicas legais e ficar tranquila.”
Mesmo enfrentando essas dificuldades, Duda acredita que a modalidade tem avançado em visibilidade dentro de Mato Grosso do Sul. “Acredito que sim, na minha visão eu vejo que a ginástica rítmica de Campo Grande tem muito potencial”, afirma. Apesar disso, a atleta ainda vê espaço para o fortalecimento da modalidade na região. O acesso a competições, estrutura e apoio técnico ainda são obstáculos recorrentes para atletas locais.
A conciliação entre esporte e faculdade também é uma parte importante da rotina da ginasta, que se esforça para manter o foco em todas as áreas. “Sempre com bastante foco em cada um. Querendo ou não, os treinos são bem cansativos, mas sempre procuro me empenhar em tudo”, diz. A rotina exige equilíbrio e apoio familiar constante, algo que Duda valoriza. Para ela, a mãe é um dos maiores exemplos. “Vejo que ela é uma mulher incrível, muito batalhadora e paciente”, afirma.
A atleta também enxerga como fundamentais as figuras que acompanham seu dia a dia no esporte. “Minhas professoras sempre tentam trazer o melhor trabalho possível”, destaca. No plano internacional, Duda tem como referência a italiana Sofia Raffaeli, uma das principais atletas da ginástica rítmica na atualidade, e a brasileira Maria Eduarda Alexandre, jovem promessa que tem se destacado no cenário mundial.
O futuro, para Duda, está traçado com clareza. A ideia de representar o Brasil em uma competição internacional já deixou de ser um sonho distante. “Competir em outros países seria maravilhoso. Poder participar de competições internacionais com certeza está nos meus planos”, afirma.