Londres (Inglaterra) - Lewis Hamilton eximiu a McLaren de qualquer culpa ao afirmar que foi um erro seu que causou sua parada no meio da pista de Interlagos. O inglês, em entrevista ao jornal La Presse, admitiu que apertou um botão errado, que acabou reiniciando o sistema de seu carro.
Pensava-se que, ao sair da pista no momento em que tentava ultrapassar Fernando Alonso no começo do GP Brasil, Hamilton houvesse sujado o aparato mecânico de sua McLaren, que teve a temperatura da caixa de câmbio elevada, fato que teria causado a pane. No entanto, o inglês deu uma versão diferente para o caso.
"Meu dedo resvalou de forma acidental e pressionei o botão que reinicia o carro. Assim, fiquei em ponto morto e tive que reiniciar o sistema, no qual contém o programa que controla a caixa de câmbio", reconheceu Hamilton, que depois disso foi obrigado a fazer uma corrida de recuperação que lhe levou ao sétimo lugar, que foi insuficiente para conferir-lhe o título desta temporada.
O inglês também mostrou nesta segunda-feira ter pouco interesse tentar conquistar judicialmente o título da temporada de 2007 da Fórmula 1. O piloto seria o principal beneficiado pelo recurso pedido pela McLaren neste domingo, no qual a equipe pede a desclassificação da BMW-Sauber e da Williams. Mesmo assim, Hamilton garante que prefere se consagrar campeão nas pistas, e não nos tribunais.
"Não acredito que isso (a vitória na Justiça) irá acontecer. Quero ser campeão nas pistas, com estilo, vencendo corridas ou lutando pela liderança", afirmou Hamilton. "Ser proclamado campeão depois de outra pessoa não seria do jeito que eu quero. Se eu for campeão deste jeito, sentiria-me estranho."
Sétimo colocado no Grande Prêmio do Brasil deste domingo, o jovem estreante da McLaren poderia terminar a corrida legalmente como quarto, o que lhe daria mais três pontos na temporada, indo a 112 e assegurando o título sobre os 110 de Kimi Raikkonen.
Isso porque os comissários da prova descobriram uma irregularidade na Williams de Nico Rosberg (quarto colocado) e nas BMW-Sauber de Robert Kubica (quinto) e Nick Heidfeld (sexto). Os três carros tinham o combustível em temperatura abaixo da permitida e estavam sob investigação.
Porém, depois de uma investigação de três horas, o trio foi isentado de responsabilidade e teve seu resultado mantido. A McLaren ainda tenta reverter a decisão e obterá sua resposta no dia 10 de novembro, quando a FIA dá o veredicto oficial sobre o caso.
Mesmo assim, Hamilton espera não tirar o título de Raikkonen por vias legais. "Depois do trabalho fantástico de Kimi, ganhando as duas últimas corridas, ter o título tirado seria cruel e ruim para o esporte", alegou o piloto da McLaren.