"Eu sempre gostei muito de esporte desde pequeno e ingressei na faculdade de Educação Física porque sabia que abriria portas no quesito de trabalhar com o esporte, dar aulas para crianças. E o vôlei sempre comigo, sou atleta e também já fui professor de escolinha ensinando", conta Samuel Gilberto de Oliveira e Silva, 25 anos, natural de Campo Grande, que atua tanto como atleta de vôlei quanto como profissional de educação física em Mato Grosso do Sul.

A trajetória de Samuel no vôlei começou na faculdade, em 2017/2018, quando treinou pela Unigran e integrou o time da instituição. Desde então, o esporte tem sido uma constante em sua vida. "O que me motiva demais são meus amigos, em especial o Paullo Camargo, que joga comigo, sempre me apoiando e me ajudando nos treinos, Pedro Mota, Henrique, Guilherme Lopes, entre outros", acrescenta.

Conciliar a rotina de atleta com o trabalho como educador físico não é tarefa simples. Samuel destaca que os principais desafios estão no tempo e na logística de compromissos: "Às vezes deixo de ir viajar com o time porque tinha que estar no trabalho, deixando de ir no treino porque tinha atividade na escola onde eu dava aula". A experiência mostra que o equilíbrio entre os dois papéis exige organização e dedicação, mas também oferece oportunidades de aprendizado em diferentes contextos.

Entre os momentos mais marcantes da carreira, ele lembra da experiência de jogar a abertura da Superliga no Guanandizão. "O mais legal foi jogar com meu time na abertura da Superliga, cheio de pessoas, e estar com os amigos juntos não tem preço", afirma. Para Samuel, cada etapa da carreira tem sua importância, mas a convivência com os colegas e o contato com o público são experiências que ficam guardadas.

Sobre o cenário do voleibol em Mato Grosso do Sul, Samuel reconhece que há espaço para melhorias. "Poderia ser melhor, em questão de auxílio para atletas, locais públicos com quadras novas. Mas tem uma pessoa que está tentando mudar isso e dando a vida para isso em Campo Grande: o dono do meu time, Bruno Gonçalves, da UVC União. Ele, na maioria das vezes, tira do bolso para conseguir algo, uma competição, material, cria formas de ajudar não só o nosso time, mas outros, para ter visibilidade no meio", comenta.

Para ele, o esporte é mais do que uma prática física: é transformação pessoal. "O esporte sempre esteve presente, então eu sou mais feliz praticando esporte, me sinto vivo, alegre e rodeado de pessoas importantes, tudo fica melhor. Já sofri lesões que achei que teria que parar de jogar, mas, graças a Deus, estou firme e forte", relata. Essa relação com o esporte, segundo Samuel, é também pedagógica: ele já teve alunos que foram disputar competições estudantis e foram chamados para testes em clubes de futebol. "O incentivo na escola é primordial para os alunos, eles amam o esporte como nós", afirma.

Entre as dificuldades enfrentadas pelos atletas sul-mato-grossenses, Samuel aponta a falta de incentivo do governo e de apoio estrutural. "Com certeza o incentivo do governo com os atletas, incentivo nas escolas. Sem isso, praticamente fica impossível ter acesso a algumas coisas", observa. Mesmo assim, ele busca inspirar os alunos e atletas a persistirem.

Quanto aos próximos objetivos, Samuel mantém planos claros tanto na carreira profissional quanto na esportiva. "Meu objetivo como profissional é passar em um concurso na minha área, e como atleta eu queria muito ganhar um troféu de jogador destaque da minha posição", comenta. Além disso, ele reforça a importância de quem atua com educação física: "A educação física nos dá a possibilidade de buscarmos a melhor versão de nós mesmos. Trabalhar com isso é prazeroso demais, dentro de ambiente escolar ou fora. É uma área muito gostosa de se trabalhar e ter como profissão. Eu amo ser professor e me orgulho de fazer parte disso".