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Hudson inicia trajetória no fisiculturismo e projeta competir em nível nacional

da redação - 22 de jul de 2025 às 15:38 68 Views 0 Comentários
Hudson inicia trajetória no fisiculturismo e projeta competir em nível nacional Da Redação

Em 2019, Hudson Augusto de Souza e Silva, de 37 anos, ainda era apenas um admirador do fisiculturismo. Foi naquele ano, ao acompanhar um amigo em uma competição em Balneário Camboriú (SC), que teve o primeiro contato mais próximo com a modalidade. A partir dali, começaria uma mudança significativa em sua rotina, objetivos e estilo de vida do três-lagoense.

 

O amigo era conhecido no meio esportivo como Tampinha, já atuava como atleta há muitos anos e sempre incentivava Hudson a experimentar o que ele chamava de “palco do fisiculturismo”. Segundo ele, “quando se experimenta o palco do fisiculturismo e o estilo de vida, nunca mais você abandona”.

 

A estreia oficial como atleta veio em 2022, em uma competição para iniciantes realizada em Paranaíba, promovida pela Federação de Fisiculturismo de Mato Grosso do Sul (IFBB-MS), sob o comando do então presidente Amado Moura. O incentivo de Tampinha, aliado ao apoio de Moura, foi fundamental para que Hudson decidisse competir.

 

“Essa competição foi organizada pela IFBB-MS, sob o comando do presidente Amado Moura. Então, sob os cuidados de Tampinha e incentivo de Amado, resolvi fazer minha primeira preparação e competir”, relata Hudson. Segundo ele, o objetivo era entender se conseguiria mesmo seguir uma preparação completa, principalmente no modelo “old school”, caracterizado por métodos mais tradicionais e rigorosos de treino e alimentação.

 

Apesar de ser a primeira experiência como competidor, Hudson afirma que o processo foi marcante. “Aprendi muito sobre meu corpo nesse campeonato e, pós-campeonato, comecei a focar nos pontos que o físico precisava melhorar”.

 

Como para a maioria dos atletas amadores, o desafio de conciliar a rotina intensa de treinos e dieta com as obrigações diárias é constante. Hudson aponta que o trabalho e a vida social muitas vezes impactam diretamente na preparação. “Conciliar com a correria do dia a dia, trabalho etc... Algumas pessoas também não compreendem e sempre estão fazendo comentários negativos, até você apresentar o resultado final”, comenta.

 

Apesar disso, ele destaca a importância do foco mental. “Para manter tudo alinhado, cabeça focada, o corpo acompanha onde a mente almeja”. Essa disciplina é o que o motiva a seguir firme, mesmo diante das limitações e sacrifícios comuns nesse tipo de preparação. “O que me mantém firme no propósito é a satisfação que a transformação do físico nos traz”, resume.

 

Hoje, Hudson vive o que os atletas da modalidade chamam de “fase off”, um período longe das competições em que o foco está no ganho de massa e na construção muscular. Nessa fase, sua rotina é menos restritiva, mas ainda bastante disciplinada. “Estou numa fase chamada OFF, então treino cerca de uma hora e faço em média 30 minutos de cardio. Minha alimentação fica sob os cuidados do meu coach Hugo Ito, esse que vem se destacando muito na atualidade”, conta.

 

Em preparação para competir, o ritmo se intensifica. A dieta é ainda mais controlada, e os exercícios aeróbicos aumentam. “Em fase de CONTEST, além de diminuir e controlar mais a alimentação, aumenta o cardio respiratório, chegando a uma hora ou mais de cardio, de acordo com a resposta do corpo”, explica.

 

Do ponto de vista emocional, ele afirma não sofrer com privações alimentares. “Não sou emocionalmente dependente de comida, então podem comer à vontade perto de mim que eu mantenho minha dieta sem problemas”. No entanto, reconhece que o isolamento social é uma consequência inevitável. “Você acaba diminuindo um pouco a vida social em algumas fases da preparação”.

 

No ano de 2024, Hudson obteve um dos resultados mais significativos de sua breve carreira no fisiculturismo: o título de Top 1 na categoria Classic Physique da Copa Mutante, realizada em Bonito (MS). O momento teve ainda mais peso simbólico por ter sido premiado por Amado Moura, figura histórica da modalidade no estado. “Realizei o que todo atleta campeão almeja, o troféu entregue pelas mãos do nosso presidente e campeão mundial, Amado Moura”, relembra.

 

A morte de Moura, ocorrida nesta semana, deixou um vácuo no fisiculturismo sul-mato-grossense. Para Hudson, além do legado como atleta e dirigente, ele também deixa uma marca na formação de novos nomes. “Três Lagoas tem um campeão mundial que nos deixou essa semana, o grande Amado Moura. Temos também Tampinha, que já figurou entre os melhores do Brasil na sua categoria, e agora, no momento, temos mais nomes de jovens promessas”, destaca.

 

O fortalecimento da cena local do fisiculturismo também é perceptível, segundo ele. “Aqui em Três Lagoas, o fisiculturismo está cada dia mais forte, tanto pelo campeonato anual Amado Classic quanto pela influência das mídias”.

 

Hudson observa que, a partir do momento em que atletas locais passam a ser vistos como referência, também cresce a responsabilidade sobre o tipo de conteúdo que produzem. “A partir do momento que viramos referência, policiamos um pouco mais o tipo de conteúdo que produzimos. Então, sempre que posso, produzo dicas de treino, alimentação, etc.”

 

Por fim, ele deixa um conselho aos jovens que desejam ingressar na modalidade. “Aos jovens que querem começar carreira no fisiculturismo, procurem profissionais que já vivenciaram o fisiculturismo, tenham um acompanhamento médico e não negligenciem sua saúde”.

 

Com foco nos próximos passos da carreira, Hudson pretende participar ainda de uma competição estadual em 2024 e, em seguida, voltar suas atenções para o calendário nacional. “Vou competir mais um evento estadual até o fim do ano e trabalhar mais duro para que, no ano que vem, eu consiga competir em nível nacional”.

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