Gabriel Luciano Fernandes de Oliveira tem 15 anos e já carrega no currículo experiências que muitos atletas da base ainda sonham alcançar. Nascido em 1º de abril de 2010, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ele iniciou sua trajetória no futebol muito cedo e hoje defende o Araçatuba na categoria sub-15, disputando o Campeonato Paulista – considerado o mais competitivo do Brasil na base.

“Meus primeiros passos no futebol foi na escolinha Gol de Placa aos cinco anos de idade”, relembra. Desde então, o esporte passou a fazer parte de sua rotina diária. No início da carreira, atuava como atacante no campo e ala direita no futsal, mas aos poucos foi desenvolvendo características que o levariam a outras funções em campo. Hoje, alterna entre as funções de meia-atacante e centroavante, funções que exigem visão de jogo, movimentação e capacidade técnica apurada.

Para Gabriel, vestir a camisa do Araçatuba representa a realização de uma etapa importante. “Significa mais um sonho alcançado, disputando em alto rendimento o maior e mais difícil campeonato do país”, destaca. O jovem tem noção clara do nível de exigência de onde está e da importância do momento para a construção do que pretende a longo prazo.

Seu foco é perceptível na rotina intensa que leva, conciliando escola e treinamentos. “Só não treino o dia que tem jogo. Acordo cedo, vou para escola, à tarde temos treino com bola e academia, chegou a noite e faço as tarefas da escola”, conta. Apesar do esforço para manter os dois compromissos, Gabriel admite que o tempo apertado dificulta os estudos: “Difícil conciliar os dois por conta de pouco tempo para estudar”.

Dentro de campo, define suas principais qualidades como a boa condução de bola e precisão no passe. “Tenho um bom domínio de bola bem como um bom passe, o que é fundamental para ter um diferencial competitivo com os demais garotos da minha idade”, afirma. Esse desempenho já rendeu frutos. Em uma das partidas mais importantes até agora, contra o Assisense, pôde começar como titular pela primeira vez. “Comecei como titular e pude ajudar o time jogando em casa numa partida difícil”, recorda.

Além do treinamento físico e técnico, o mental também tem sido essencial para Gabriel. Ele teve que lidar com mudanças bruscas durante a transição entre categorias. Após ser destaque na artilharia de quase todos os campeonatos que disputou em Campo Grande até os 13 anos, enfrentou um período de dificuldade aos 14, quando notou a diferença física entre os jogadores da nova categoria. “Já não conseguia marcar tantos gols por conta do tamanho e força física dos adversários e aí foi o momento mais complicado”, revela.

A saída foi mudar de posição. Por sugestão do professor Júlio César Ramos, do Náutico, passou a jogar como meia e assumiu a camisa 10. A decisão foi decisiva. “Voltei a me destacar e dessa forma consegui a indicação para disputar o Paulista pelo Araçatuba”, conta. A mudança de função em campo também exigiu adaptação tática e técnica, além de reforçar a importância da resiliência em sua trajetória.

Entre seus ídolos, destaca Cristiano Ronaldo como referência. “Pelo foco e dedicação aos treinos”, resume. A escolha revela não apenas uma admiração por conquistas ou fama, mas por valores que Gabriel tenta aplicar no dia a dia: disciplina, esforço e consistência.

A trajetória no futebol, segundo ele, não seria possível sem o suporte da família. “Minha família tem papel fundamental porque tenho o apoio incondicional para me tornar um jogador profissional”, reconhece. O incentivo vem de perto, nas decisões do cotidiano, nos treinos e nos desafios enfrentados longe de casa.

Seus objetivos já estão traçados, tanto no curto quanto no longo prazo. “No curto prazo é continuar a treinar forte para jogar o Paulista Sub-17 e disputar a Copinha em 2027. Já no longo prazo, me tornar um jogador profissional e disputar a Série A do Brasileirão”, planeja. A ambição é clara, mas vem acompanhada de uma consciência de que o caminho é longo e exige mais do que talento.

Aos outros jovens que também sonham com uma carreira no futebol, Gabriel faz questão de deixar uma mensagem direta: “Eu acredito que devemos colocar Deus na frente de tudo, em segundo lugar dedicar ao treinos e acreditar que o sonho é possível e se superar dia após dia. Para outros atletas deixo a mensagem: foco e fé! Não desistam!”