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Futsal e futebol: caminho de desenvolvimento e superação de Paulina

da redação - 30 de mai de 2025 às 15:03 109 Views 0 Comentários
Futsal e futebol: caminho de desenvolvimento e superação de Paulina Da Redação

Paulina Eslilini Gomes de Sena, nascida em 22 de fevereiro de 2005, em Campo Grande, encontrou no esporte um caminho de desenvolvimento e superação. Hoje, aos 20 anos, ela atua simultaneamente no futsal e no futebol de campo, representando equipes e participando de competições em nível estadual e nacional. Sua trajetória começou cedo, aos 10 anos, em um projeto social no bairro onde cresceu.

“Comecei a jogar futebol de campo com 10 anos em um projeto de escolinha do vereador Coringa, que tinha no bairro Jardim Carioca. Nessa mesma época, eu entrei no time de mini futsal da escola, que até hoje participa dos jogos da Reme”, lembra Paulina. A vivência precoce nas duas modalidades moldou sua relação com o esporte e ampliou suas possibilidades como atleta.

Paulina percebe e vivencia as diferenças entre o futsal e o futebol de campo. Para ela, além das dimensões do espaço de jogo, as duas modalidades exigem habilidades distintas. “No futebol de campo temos um pouco mais de tempo pra pensar, no futsal é tudo muito rápido, cada erro pode gerar um gol. O futsal exige dribles mais curtos e rápidos”, explica.

Apesar de ter alcançado conquistas expressivas nas duas modalidades — como os títulos estaduais pelo Operário —, ela revela sua preferência pelo futebol de campo. “Com certeza o futebol de campo tem meu coração. Gosto de jogar e acompanhar todos os campeonatos que posso, seja amador ou profissional, onde tem um futebolzinho, eu estou lá.”

Entre as diversas experiências acumuladas, Paulina destaca uma em especial. “Me marcou muito a primeira vez que fui jogar fora do estado, sendo atleta do Operário. Foi a primeira vez que viajei de avião também. Disputamos um campeonato grande, que é o Brasileirão Feminino A3. Conquistamos essa vaga depois de sermos campeãs estaduais. Fomos para Curitiba jogar contra o Coxa, foi uma experiência incrível.”

Além das conquistas esportivas, a atleta também teve que lidar com as dificuldades e preconceitos enfrentados pelas mulheres no futebol. “Acho que toda mulher que joga já enfrentou algum preconceito. Já ouvi ‘toda mulher que joga futebol é sapatão’, ou ‘essa daí joga igual homem’, e outras infinidades de frases. São estereótipos que a sociedade aplica, puro preconceito”, afirma. Ela também denuncia os entraves estruturais que marcam a prática do futebol feminino no país. “A dificuldade que temos aqui é a mesma que todas as atletas do país têm: falta de recurso, de valorização e de visibilidade. O futebol feminino teve alguns avanços, mas ainda é pouco, tem muito a melhorar. Merecemos muito mais e vamos lutar por isso.”

Atualmente, Paulina se prepara para disputar a Copa Brasil de Futsal Sub-20, defendendo o time de Douradina, o DEC. “Treinamos três vezes na semana juntas. Nesse período eu não jogo muito outros campeonatos, pois valorizo a minha preparação. Corro, faço exercícios, dá pra conciliar tudo certinho.” A rotina entre treinos e competições exige disciplina e planejamento, mas não afeta sua dedicação a cada modalidade.

O futuro para Paulina é orientado por sonhos que alimentam sua motivação diária. “O sonho de todo atleta é jogar pelo seu time de coração e um dia chegar na seleção brasileira, inclusive o meu. Mas o caminho é difícil e árduo, ainda mais para nós que não moramos nas grandes capitais do Brasil, onde gira o esporte. Mas sonhar não custa nada”, afirma, com convicção. “Meu objetivo é trabalhar, dar meu melhor e, um dia, se Deus quiser, eu chegarei lá. Tudo na hora Dele.”

A trajetória de outras atletas serve como referência e inspiração. No cenário local, Paulina destaca Amandinha, jogadora de Dourados que conseguiu atuar no futebol europeu. “Minha inspiração aqui do MS é a Amandinha, que conseguiu jogar na Turquia por um time gigante do futebol, que é o Galatasaray.” No plano internacional, a referência é unânime. “Acho que a Marta é a inspiração real de todas as atletas: seis bolas de ouro, campeã da Copa América, vice-campeã olímpica. Uma carreira admirável por todos.”

Sobre o cenário atual do esporte em Mato Grosso do Sul, Paulina é direta ao apontar os desafios. “Os esportes aqui no MS, em geral, não são valorizados, seja qual for a modalidade. A falta de apoio, falta de recurso, de organizações de campeonatos deixa tudo mais difícil pra nós. As empresas deveriam apoiar e investir mais. O esporte transforma a vida das pessoas. Precisamos de visibilidade, recursos e mais espaço no cenário esportivo.”

A mensagem que Paulina transmite às meninas que sonham em seguir carreira no esporte é de perseverança e coragem. “Acredite nos seus sonhos mesmo quando ninguém mais acreditar. Tudo é possível àquele que crê. Trabalhe duro, não tenha medo e vai pra cima.”

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