Aos 21 anos, Felipe Ortiz de Abreu segue dividindo seu tempo entre duas modalidades que moldaram sua trajetória esportiva: o futsal e o futebol de campo. Natural de Aral Moreira, cidade sul-mato-grossense que faz fronteira com o Paraguai, Felipe começou a praticar esportes ainda criança, com o futsal sendo a sua primeira experiência mais estruturada.

“Comecei a jogar futebol ainda muito novo, em escolinhas de bairro. Na verdade, meu primeiro contato foi com o futsal aos 7 anos de idade, que me ajudou bastante a desenvolver a técnica e a agilidade”, relembra. O caminho, que começou nas quadras, logo se expandiu para os gramados. “Depois de algum tempo, fui migrando para o campo, onde percebi que podia crescer ainda mais e me destacar como jogador pelas minhas características.”

Hoje, Felipe se divide entre as duas modalidades, mas com um foco mais direcionado. “Gosto das duas, mas hoje minha preferência é o futsal. O que mais me atrai nele é a intensidade do jogo e a necessidade de tomar decisões rápidas em espaços reduzidos.” Segundo ele, essa dinâmica exige contato físico constante, além de muita força e agilidade. No entanto, o futebol de campo continua sendo uma escola importante. “O futebol de campo me atrai pelo lado estratégico e coletivo, exige mais visão de jogo, planejamento e condicionamento físico.”

Essa combinação entre as duas modalidades é, segundo Felipe, um desafio constante, mas que também oferece vantagens. “Conciliar o futsal e o futebol de campo é um desafio, mas também muito bom. No futsal, o jogo é mais rápido e exige mais controle de bola e agilidade. Já no campo, o espaço é maior e a gente precisa trabalhar muito a parte física, como corridas longas e resistência. Eu sinto que o futsal me ajudou muito a melhorar minha força física e a pensar mais rápido. Então, mesmo com as diferenças, um acaba ajudando o outro.”

Ao longo da sua trajetória, Felipe já acumulou conquistas importantes, tanto nas quadras quanto nos campos. Ele destaca dois momentos que considera essenciais até aqui. “Uma das mais importantes no futebol de campo foi representar o nosso estado sendo vice-campeão Mercosul Sub-17, onde joguei contra times da elite do futebol brasileiro. Uma das mais importantes do futsal é ser o atual campeão e melhor jogador da competição neste ano em minha cidade natal, aonde estou morando.” Além disso, o atleta também celebra as oportunidades recentes. “Estou tendo a chance de participar dos maiores campeonatos do estado, como a Liga Sul-Mato-Grossense de Futsal.”

Felipe fala com orgulho sobre o que significa representar Mato Grosso do Sul no esporte. Para ele, vestir a camisa vai além da atuação esportiva. “Representar o Mato Grosso do Sul é uma honra muito grande pra mim. Não é só vestir a camisa, é carregar o nome do nosso estado, a nossa cultura, o nosso jeito de jogar. É também uma forma de inspirar nossos atletas da região, mostrar que com dedicação é possível chegar longe, mesmo vindo de um estado que às vezes é menos visto no cenário nacional e futebolístico.”

O atleta reconhece que, ao lado das vitórias, também há desafios importantes, especialmente quando se trata de equilibrar todas as responsabilidades. “Os maiores desafios pra mim são manter o foco e o ritmo durante o jogo, mesmo quando as coisas ficam difíceis. Fora das quadras, o mais difícil é equilibrar os treinos com a vida pessoal, tipo estudos, trabalho e família. Mas sei que isso é importante pra crescer como atleta e pessoa.”

Para lidar com a exigência física e técnica das duas modalidades, Felipe organiza uma rotina de treinos dividida. “Treino técnicas e tática do futsal e do futebol em dias diferentes, pra pegar o melhor dos dois. Também faço preparação física pra agilidade e resistência. Além disso, tento manter uma boa alimentação e descansar bem pra render mais.”

O futsal, atualmente, é onde ele mais concentra seus esforços. “Meu sonho é crescer cada vez mais no esporte, jogar em alto nível e continuar representando bem meu estado. Um dos meus objetivos agora é disputar e me destacar no Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futsal. Por enquanto, tô jogando as duas modalidades, porque uma ajuda na outra, mas hoje estou mais focado no futsal, que é onde quero me destacar e sempre estar evoluindo e adquirindo experiências.”

Mesmo jovem, Felipe tem consciência do seu papel como exemplo para outros atletas que, assim como ele, nasceram e cresceram no interior do estado, longe dos grandes centros esportivos. Ele acredita que a persistência é fundamental para quem deseja seguir carreira no esporte. “Meu conselho é não desistir, mesmo quando parecer difícil. Seguir em qualquer esporte exige foco, esforço e paciência. Treina firme, acredita em você e agarra cada chance que aparecer. Mesmo que nosso estado ainda não seja tão reconhecido no esporte, dá pra chegar longe sim, só não pode parar no meio do caminho. Com dedicação a gente pode chegar onde quiser.”