Desde muito cedo, o campo e a quadra se tornaram extensões naturais da vida de Felipe Emanuel Santos Nogueira. Nascido em 06 de maio de 2008, em Campo Grande, ele descobriu na bola mais do que um passatempo — encontrou um propósito. “Desde pequeno, eu sempre gostei de bola. Lembro que passava horas no quintal chutando e correndo. Meu pai sempre me acompanhava e percebia o quanto eu amava aquilo. Aos 4 anos, ele decidiu me colocar em uma escolinha de futsal. Comecei na Arena Premier”, conta o atleta.
Foi ali que tudo começou a ganhar forma. O menino, que até então brincava com a bola no quintal, passou a compreender que o esporte exigia mais do que talento. “Desde esse momento, tudo começou de verdade. Ali aprendi muito mais do que apenas jogar bola. Aprendi sobre trabalho em equipe, disciplina e dedicação. O futsal se tornou parte da minha vida, e cada treino e partida são oportunidades de evoluir e seguir sonhando cada vez mais alto”, diz.
A primeira competição de Felipe foi a Copa Status, um torneio que ficou marcado em sua memória. “Meu primeiro campeonato foi a Copa Status, e lembro que foi bem complicado pra mim. Eu fiquei com muita vergonha porque tinha bastante gente assistindo. Mesmo assim, foi uma experiência marcante. Desde aquele dia percebi que era isso que eu queria pra minha vida.”
Hoje, aos 17 anos, ele divide sua rotina entre a escola e os treinos diários, buscando manter o equilíbrio entre os estudos e o esporte. “Eu treino todos os dias. Vou pra escola de manhã e treino à tarde, mas amo fazer isso. O equilíbrio entre o esporte e o estudo é fundamental pra mim. É uma exigência de dentro de casa. Meus pais sempre me apoiam no futebol, mas sempre pegando no pé em questão do estudo. Levo isso comigo porque é muito importante no futuro.”
O jovem atleta destaca que tanto o futebol quanto o futsal ocupam papéis essenciais em sua formação esportiva. “Ambos são fundamentais pra minha vida. Pratico há muito tempo, mas a principal diferença que eu sinto é a intensidade. No campo, tem alguns momentos que o jogo esfria e você pode dar uma acalmada. Já no futsal é tudo em um espaço menor e um tempo menor, e a intensidade não cai. O jogo pode mudar o placar em segundos”, explica.
Entre as conquistas que mais marcaram sua trajetória até agora, Felipe cita as experiências que o colocaram frente a frente com o alto nível da competição. “Representar o estado de onde eu vim em uma Taça Brasil e disputar o Campeonato Estadual foram momentos muito especiais. É uma honra poder vestir a camisa de Mato Grosso do Sul.”
Mesmo ainda no início de sua trajetória, ele tem metas bem definidas. “O meu desejo é jogar um Brasileirão Série A, e o clube que eu estiver irei honrar por ter chegado lá. Tenho fé que um dia irei conseguir isso”, afirma com convicção.
Felipe reconhece as dificuldades que os atletas sul-mato-grossenses enfrentam para seguir no esporte. “Mato Grosso do Sul oferece muito poucas oportunidades em comparação a outros estados. Ser um jogador daqui é muito difícil. Mesmo assim, continuo sonhando e trabalhando pra acontecer.”
A força para seguir treinando e buscando evolução vem, segundo ele, de dentro de casa. “O que mais me motiva a continuar treinando e buscando evoluir todos os dias são meus pais. Eles lutam diariamente para que eu possa estar onde estou hoje, me apoiando em cada treino, em cada jogo e em cada sonho que eu tenho. Ver o esforço deles me faz querer dar o meu máximo sempre. Eu treino com o coração, pensando em tudo que eles fazem por mim. Acredito de verdade que um dia vou conseguir mudar tudo isso, retribuir cada sacrifício e fazer valer todo o esforço deles.”
Entre os ídolos que o inspiram, um nome se destaca: Cafu, o ex-capitão da Seleção Brasileira. “Um jogador que me inspira muito é o Cafu. Dentro de campo, ele sempre foi sinônimo de garra, liderança e determinação. Um capitão que nunca desistia, mesmo nas situações difíceis. Fora de campo, é um exemplo de humildade e superação. Saiu de uma realidade simples, trabalhou duro e conquistou o mundo, levantando a taça da Copa do Mundo como capitão do Brasil. A história do Cafu mostra que com esforço, disciplina e fé, nada é impossível. Cafu é minha inspiração.”
Com maturidade e consciência do caminho que escolheu, Felipe acredita que a persistência é o que separa quem sonha de quem realiza. “Eu diria para nunca desistirem. O caminho nem sempre é fácil. Vai ter cansaço, dificuldades e momentos em que parece que nada dá certo. Mas é nesses momentos que a gente mostra quem realmente quer vencer. Acreditem em vocês, treinem com vontade e tenham paciência, porque tudo acontece na hora certa. E, acima de tudo, valorizem quem está do seu lado, como a família, que acredita em você mesmo quando o mundo duvida. Sonhar é o primeiro passo, mas continuar acreditando é o que faz o sonho virar realidade.”