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Estréia no Brasil faz jovens atletas encararem sombra de campeões

uol - 31 de mai de 2007 às 15:17 177 Views 0 Comentários
Estréia no Brasil faz jovens atletas encararem sombra de campeões

Rio de Janeiro (RJ) - A seleção brasileira masculina de vôlei já sabe. A cada jogada errada contra a Finlândia pela segunda rodada da Liga Mundial, nesta sexta-feira em Cuiabá, gritos como "Ei, cadê o Ricardinho?" ou "Coloca o Giba!" vão pipocar pela arquibancada.

Esse é o peso, segundo o técnico Bernardinho, de jogar em casa sem os jogadores que personificam o vôlei brasileiro atual. No lugar de Giba estão os jovens Samuel e Roberto Minuzzi. Na vaga de Ricardinho, Bruno Rezende, que além de estar substituindo o capitão da seleção ainda sofre por ser filho do técnico.

"Essa é uma pressão que esses garotos não precisavam estar sentindo. Muita gente que nunca jogou pela seleção está substituindo campeões. Se o Bruno não vai bem, a torcida vai pedir pelo Ricardinho, o que é natural. Esses jovens não tinham de passar por isso. Eles tinham é de jogar, ganhar rodagem", reclama Bernardinho.

A preocupação do treinador é natural. Do grupo de 12 jogadores que vão jogar em Cuiabá, na sexta e no sábado, quatro estão fazendo sua primeira competição importante pela seleção. Dos atletas relacionados, quatro têm 23 anos ou menos.

A média de idade, aliás, só é alta, 26,7 anos, porque Bernardinho está usando quatro jogadores com mais de 30 anos, um deles Nalbert, que está voltando às quadras após dois anos na praia. Além disso, Alan, em sua primeira competição importante pela seleção, já tem 27 anos.

Bruno Rezende, de 20 anos, admite que existe pressão sobre os mais novos. "No Brasil, a pressão vai ser maior do que jogar na Coréia. Muitos estão esperando o tropeço de um ou outro para pedir os titulares. Torcida é assim. Todos querem ver os ídolos, que ganharam dois Mundiais e uma Olimpíada. Mas no momento, nós, mais jovens, estamos tendo a oportunidade e somos nós que temos de chegar às finais", explica o levantador.

A inexperiência do time faz de atletas como o jovem Samuel, de apenas 23 anos, mas com o título do Mundial do Japão na bagagem, quase um veterano. "Eu estou em um grupo intermediário. Nesse time tem Rodrigão, Nalbert, Marcelinho e ainda gente mais nova do que eu. Então acho que sou um pouco experiente", diverte-se. "Essa fase é importante para que a gente possa ganhar um pouco de rodagem. Aproveitar que os titulares não estão para mostrar trabalho", completa o oposto, que está sendo testado por Bernardinho também como ponta.

Para tentar amenizar isso, Bernardinho acabou convocando mais um veterano para os jogos em Cuiabá: Gustavo, de 31 anos. "O conselho que eu dou é tentar ficar tranqüilo e fazer o seu jogo. Porque, realmente, a torcida ajuda o tempo todo, mas está lá fazendo pressão", avisa o campeão olímpico e mundial.

A presença de jogadores como ele, para o treinador, é fundamental. Quem diz isso é Samuel. "O Bernardinho sempre fala para os mais velhos conversarem com a gente, porque é claro que os mais novos têm um nervosismo a mais. Os veteranos são mais velhos, já estão rodados e precisamos falar com eles pra saber como fazer", analisa.

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