O maior escândalo de corrupção da história do futebol de Mato Grosso do Sul chegou às principais casas legislativas do Estado. Nesta semana, a Assembleia e a Câmara Municipal de Campo Grande se reúnem para debater a situação vergonhosa que chegou a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), entidade que viu seu ex-presidente, Francisco Cezário, ser preso, e que agora está sob intervenção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A Assembleia, por meio da Comissão Permanente de Educação, Cultura e Desporto, realiza, nesta terça-feira (4), reunião para discutir a situação do futebol sul-mato-grossense. De acordo com o deputado Professor Rinaldo Modesto (Podemos), presidente da Comissão, os parlamentares irão ouvir as demandas dos dirigentes e representantes dos clubes para buscar soluções conjuntas aos problemas do futebol estadual.
“Precisamos encontrar saídas para o nosso futebol. Mato Grosso do Sul já figurou entre os maiores do futebol nacional. Atualmente, ocupamos a terceira pior posição, atrás de Rondônia e Amapá”, afirmou o o parlamentar.
Já na sexta-feira, é a vez da Câmara Municipal discutir o assunto em Campo Grande. Com o tema “Os rumos do futebol profissional”, a audiência pública foi convocada pela Comissão Permanente de Educação e Desporto. O debate acontece a partir das 9h no Plenário Oliva Enciso, na sede da Casa de Leis, com transmissão ao vivo pelo canal aberto da TV Câmara (canal 7.3) e pelas redes sociais (Facebook e Youtube).
Escândalo - A operação “Cartão Vermelho” foi desencadeada no dia 21 de maio e investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS. A entidade recebe recursos do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e há 28 anos era chefiada por Cezário, que acabou preso.
Segundo o MPE, durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou na entidade uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação, em benefício próprio e de terceiros.
Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da FFMS, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.
Nessa modalidade, ainda conforme o Gaeco, verificou-se que os integrantes da suposta organização criminosa realizaram mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.
Os investigados também possuiriam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.
Ainda segundo o MPE, esse esquema estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações, seja de serviços ou de produtos.