Da Redação
“Eu danço desde meus 5 anos”, afirma Sophia Laura Longui de Carvalho ao relembrar o início da trajetória que, décadas depois, a colocaria dividindo a rotina entre o ballet clássico e o beach tennis. Nascida em Campo Grande, em 22 de dezembro de 1999, ela cresceu em salas de dança e, segundo relata, nunca teve muita identificação com práticas esportivas durante a infância e adolescência. “O esporte nunca me chamou muita atenção, sempre preferi dançar”, explica. A relação com a dança foi tão determinante que a levou à graduação em Educação Física. “Dentre todas as matérias ofertadas no curso, a dança era a que mais me chamava atenção. Vivo o ballet clássico desde criança e, na vida adulta, não mudou. Cresci com o sonho de ser professora”, conta.
A abertura do próprio estúdio de dança surgiu como consequência natural desse caminho. Com o passar dos anos, a trajetória no ballet, antes como bailarina e depois como professora, se consolidou. A dança, até então presente de forma exclusiva em sua rotina, foi também o ponto de partida para a disciplina que hoje divide espaço com as sapatilhas de ponta: o beach tennis.
A entrada no esporte aconteceu de forma inesperada, quando Sophia recebeu a proposta de assumir a gestão de uma arena que oferece diversas modalidades, entre elas o beach tennis. “Depois de muitos meses, me rendi ao esporte”, diz. Ela relata que começou a fazer aulas com os professores da arena e, progressivamente, percebeu que o interesse pela modalidade crescia. “Assisto aos atletas competindo, evoluindo e comemorando as vitórias. Isso despertou mais vontade de viver esse esporte. Em cinco meses de aulas, já estava participando da minha primeira competição.”
A falta de experiência prévia em qualquer esporte tornou o início um desafio. “Nunca pratiquei nenhum esporte. Minha infância foi marcada pela dança. Nunca tive uma consciência do que é ser atleta, então no início foi bem difícil entender a movimentação em quadra e as posições de jogo”, afirma. Apesar disso, Sophia mantém regularidade nos treinos e acredita que a combinação das duas atividades traz ganhos significativos. Ela intercala as aulas de ballet e beach tennis duas vezes por semana e costuma jogar também nos fins de semana. “Na dança desenvolvo consciência corporal, flexibilidade e fortalecimento. No beach ganho resistência física e perco algumas calorias. A junção dos dois proporciona um ‘a mais’ na performance”, explica.
O interesse pela docência permanece tão forte quanto o desejo de continuar evoluindo como atleta. O sonho de ensinar, segundo ela, não é recente. “Existe desde a infância. Cresci aguardando essa oportunidade surgir”, afirma. Com o estúdio consolidado, o próximo passo está nos planos: “A meta é abrir mais uma unidade para atender mais bailarinas apaixonadas pela dança, assim como eu.”
No esporte, embora iniciante, ela projeta ampliar sua vivência competitiva. “Pretendo participar de mais competições, estimulando minha evolução.” Por enquanto, o maior histórico competitivo ainda está ligado ao ballet. Em 2018, Sophia participou do festival Onça Pintada, experiência que considera marcante. “Eu tinha recém retornado às aulas. Foi desafiador, na vida adulta, resgatar o que vi na infância e colocar em movimentos mais fluídos. Me cobrei bastante e ensaiei quase todos os dias para entregar o meu melhor no palco”, lembra.
A rotina cujo equilíbrio depende de horários ajustados e disciplina é sustentada, segundo ela, por uma motivação simples. “O amor pelas duas modalidades. Não preciso me dividir para fazer um pouco de cada aula. A dedicação é igual, o amor é igual e a vontade de aprender mais também.” A fala traduz a maneira como Sophia lida com duas áreas distintas que hoje se completam em sua trajetória. Se a dança a formou para o movimento, o beach tennis a colocou diante de um universo esportivo até então desconhecido, mas que ela passou a incorporar com naturalidade. Entre o estúdio de ballet e as quadras de areia, ela constrói, dia após dia, uma carreira que encontrou equilíbrio entre a arte e o esporte.