Em menos de dois anos, Eduardo Vilela, de 18 anos, natural de Campo Grande (MS), saiu dos treinos escolares para disputar competições nacionais no vôlei. A trajetória rápida e determinada do jovem atleta mostra como o esporte pode transformar caminhos mesmo com poucos recursos disponíveis.
Tudo começou em 2023, quando um amigo o convidou para treinar vôlei na escola. "Depois de uns meses, a técnica do time me chamou para começar a treinar na Unigran, onde tinha um time sub-17, e foi ali que comecei a participar das competições", relembra. Foi na quadra que ele deu os primeiros saques, e a modalidade segue sendo sua principal escolha: "Tenho preferência no vôlei de quadra por mais tempo de experiência."
A experiência na areia, no entanto, também faz parte da rotina. Eduardo treina vôlei de praia duas vezes por semana no CT Bell e Lilian e complementa os treinos de quadra com três sessões semanais, divididas entre as equipes sub e adulto. A dedicação em ambas as modalidades é visível, mas ele reconhece as diferenças: "O estilo de jogo é diferente. No vôlei de praia, é um jogo menos explosivo e não é acelerado. Já no vôlei de quadra é bem acelerado", observa. Além da dinâmica de jogo, o ambiente também impõe particularidades: "No vôlei de praia, o clima com muito vento pode mudar a direção da bola. Já no vôlei de quadra, é ginásio, não tem vento e também é um ambiente fechado."
Mesmo em um cenário de pouco tempo no esporte, Eduardo já soma conquistas importantes. No seu primeiro Estadual Sub-17, ficou em terceiro lugar. Também alcançou o vice-campeonato nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) das Atléticas, sua primeira experiência em uma competição nacional. Ele também foi campeão do Jogos Abertos de vôlei de praia e 3⁰ lugar da Copa Pantanal Sub-19. Mais recentemente, conquistou o terceiro lugar nos Jogos Regionais de São Paulo, categoria sub-21. "Essa competição foi muito importante por envolver equipes fortes e uma faixa etária acima da minha", comenta.
Apesar das vitórias, Eduardo é direto ao falar sobre as dificuldades para se manter no esporte em Mato Grosso do Sul. "Temos ótimos jogadores, mas uma coisa que afeta muito aqui é o baixo investimento no esporte, não somente no vôlei, como nos outros esportes", afirma. Segundo ele, a falta de apoio faz com que os atletas precisem buscar seus próprios caminhos. "Aqui no estado não tem apoio suficiente para os atletas, tanto que a maioria tem que ir atrás de parcerias e patrocínios."
Essa realidade o acompanha desde o início da sua caminhada no vôlei, mas não diminui sua motivação. Agora, o próximo passo é uma possível convocação para o Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI). "Estou na lista dos pré-selecionados e meu objetivo é fazer parte da seleção", diz, com foco.
Aos 18 anos, Eduardo Vilela representa uma nova geração de atletas sul-mato-grossenses que, mesmo diante da falta de estrutura e incentivo, não deixam de perseguir seus sonhos. Seu crescimento rápido dentro do esporte mostra que, com oportunidade e esforço, é possível alcançar grandes metas. "Comecei em 2023 e hoje já consegui disputar competições nacionais. Quero seguir evoluindo."