Campo Grande (MS) - "Essa luta apareceu por Deus mesmo". Assim, o lutador Eduardo Maiorino define seu próximo desafio, que será realizado no próximo dia 07, em Macao, no Vietnã. A luta, contra o russo e campeão mundial pela WPMF (World Professional Muaythai Federation) Ramazan Ramazanov, vale o título Intercontinental de Muay Thai pela WBC (World Boxing Council), principal organização de boxe do mundo e que tinha o ex-pugilista Mike Tyson como grande campeão na década de 90, que acabou criando uma "ramificação" para o muay thai.
"Eu só tinha feito uma luta no ranking. Hoje, eu vou lutar por um título e se eu for campeão, posso disputar o título Mundial da WBC", conta o atleta, nascido em São Paulo mas criado em Campo Grande.
Maiorino, que luta na categoria Super-pesado (acima de 91kg), está lutando agora contra a balança. A luta contra Ramazanov será na categoria Cruzador (até 86kg).
A preparação do atleta começou no início do ano, quando disputou o The Challenger GP, também em Macao. Quatro dias depois, lutou no Planet Battle, em Hong Kong. Após os torneios, ficou três meses na Tailândia e ganhou outro torneio na Nova Zelândia.
"Voltei com duas costelas quebradas, tornozelo quebrado. Mas é a profissão", brinca. "Hoje, graças a Deus, sou bicampeão Mundial com muito orgulho. Coisa que nossos governantes nem procuram saber sobre isso", critica.
"Perdemos um grande campeão Mundial, que foi o Robertinho 'Cyborg', que mora agora nos Estados Unidos. E nesta minha luta, eu vou entrar com camiseta do São Paulo e bandeira do estado São Paulo, pois aqui ninguém reconhece. Nunca recebi nada desse FIE e FAE", lamenta o atleta, que além dos títulos mundiais, é tetra-campeão brasileiro de muay thai e campeão sul-americano.
Sobre o combate contra o russo, Maiorino acredita que não terá vida fácil. "Eu espero uma luta dura. Sei o que vou pegar pela frente", afirma Maiorino, que não pode disputar o título europeu de MMA no final de outubro por falta de patrocínio.