A fisioterapeuta Aline Naiara Cassiano Vivaldini nasceu em Tupã (SP), no dia 5 de abril de 1986, mas foi em Campo Grande (MS) que consolidou sua trajetória esportiva. Hoje, ela se divide entre os treinos de crossfit e a corrida, modalidades que se tornaram parte fundamental de sua rotina e de sua recuperação física e mental.
A história de Aline com o esporte começou ainda na infância. “Minha jornada no esporte teve início na infância, com o futebol, que me acompanhou dos meus 9 aos 20 anos, com muitas conquistas e alegrias. Mas, infelizmente, devido a uma lesão no joelho, abandonei o esporte em 2004”, lembra. A cirurgia veio apenas em 2010, e o retorno aos treinos aconteceu com cautela. Ela até retomou o futebol em 2015, mas uma nova lesão, dessa vez no joelho esquerdo, a fez tomar uma decisão definitiva: “Desde então, decidi abandonar o futebol, ou como dizem, pendurei as chuteiras”.
Mesmo afastada do futebol, a atividade física nunca deixou de fazer parte da sua vida. Frequentava academias, mas sem entusiasmo. “Sempre pratiquei atividade física, mas frequentava a academia na base da força do ódio, pois nunca gostei de musculação”, brinca. Foi durante a pandemia que conheceu o crossfit, modalidade que mudou sua relação com o esporte. “Foi amor ao primeiro treino. O cross não só mostrou que o espírito competitivo ainda estava comigo, como também me ensinou a me cuidar mais”, afirma.
Aline começou no crossfit em junho de 2020. A corrida entrou em sua vida três anos depois, por incentivo de uma amiga. “A corrida veio no início de 2023, por conta de uma amiga que queria começar a correr. Eu já gostava de atividades de cárdio e, após os treinos de cross, começamos a fazer corridas curtas. Isso foi se tornando um hobby. Mal sabia eu o que viria pela frente”, conta.
O espírito competitivo, que marcou sua infância e juventude no futebol, voltou a aparecer com força no crossfit e nas corridas. “Na verdade, desde pequena pratiquei esportes de forma competitiva. Posso dizer que o espírito de competitividade sempre esteve guardado aqui dentro”, explica.
Se por um lado a paixão pelo esporte sempre esteve presente, por outro, os desafios também fizeram parte de sua caminhada. As lesões nos joelhos foram apenas o início de uma série de obstáculos. Em 2022, Aline viveu um dos momentos mais difíceis da vida. “Os maiores desafios enfrentados foram duas lesões nos joelhos e, sem dúvidas, a lesão mais grave que quase me deixou tetraplégica em 2022. Encarei uma lesão severa na coluna cervical que quase me tirou todo o prazer de viver”, relembra.
A gravidade da situação exigiu cirurgia. Ela precisou implantar duas próteses discais (cage) na região da coluna cervical em outubro de 2022. Apesar da complexidade do procedimento e do risco de não voltar a treinar, Aline não desistiu. “Retornar aos treinos após a lesão foi uma das minhas maiores conquistas, superando muitas coisas e desafiando médicos que desacreditaram que esse tipo de recuperação seria possível”, afirma.
O retorno trouxe também novas experiências. Além de campeonatos internos no box de crossfit, Aline começou a participar de provas de corrida em trilha. “Comecei a participar de provas de trail run, uma experiência que tem sido extremamente gratificante. Tenho conquistado alguns troféus, tanto na minha categoria quanto no geral”, diz. Uma de suas principais conquistas foi na Trail Run Serra da Bodoquena. “Completei 30 km e garanti o 2º lugar no feminino geral. Essas conquistas se tornaram um símbolo da minha paixão pelo esporte”, destaca.
Para ela, tanto o crossfit quanto a corrida representam mais do que modalidades esportivas. São ferramentas de recuperação e equilíbrio. “O crossfit e a corrida têm sido essenciais para a minha saúde física e mental. Fisicamente, me ajudaram a recuperar a força e a mobilidade, principalmente após as lesões graves, e me mostraram que é possível superar os desafios do corpo. Mentalmente, o esporte me deu um senso de propósito e disciplina, me ajudando a encarar a vida de uma forma mais leve e positiva”, afirma.
Esse equilíbrio também envolve aprendizado dentro da comunidade esportiva. “O ambiente do crossfit fortaleceu meu espírito competitivo, mas de uma maneira saudável, onde eu estou sempre buscando ser a minha melhor versão”, explica.
Aline também faz questão de incentivar quem deseja começar a praticar. Seu conselho é simples e direto: “Comece devagar e não se compare com ninguém. Cada jornada é única. O mais importante é encontrar uma modalidade que você realmente goste. Não tenha medo de recomeçar, mesmo que tenha sofrido lesões ou tido pausas. O segredo é ter consistência e escutar o seu corpo”.
Com relação ao futuro, ela busca equilíbrio entre conquistas e bem-estar. “Meus próximos objetivos são continuar aprimorando meu desempenho no crossfit e na corrida, sempre com foco na saúde e no bem-estar. Após a lesão na coluna, meu maior objetivo é me manter ativa e saudável, mostrando que a recuperação e a superação são possíveis”, explica.
Entre os planos está a possibilidade de voltar a competir em eventos de crossfit e, quem sabe, encarar distâncias maiores nas corridas. “A médio prazo, quero voltar a competir em campeonatos de crossfit e, quem sabe, participar de alguma maratona ou ultramaratona. Quero inspirar outras pessoas a não desistirem de suas paixões, mesmo diante dos desafios”, finaliza.