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De sedentário a atleta profissional: a transformação de Alisson Fernandes através das artes marciais

da redação - 9 de jun de 2025 às 14:33 51 Views 0 Comentários
De sedentário a atleta profissional: a transformação de Alisson Fernandes através das artes marciais Da Redação

Nascido em 15 de maio de 1991, em Amambai, Alisson Júnior Fernandes Costa encontrou nas artes marciais muito mais do que um esporte. Ele encontrou um novo propósito de vida.

A trajetória começou em 2017, em meio a um período conturbado. “Estava acima do peso, com crises de ansiedade cada vez mais intensas, desmotivado, sedentário. Tinha vergonha da minha aparência, então procurei algo mais reservado. Foi quando conheci meu atual professor, que havia iniciado uma turma de muay thai havia pouco tempo. Aceitei o convite para treinar e me testar. Foi o primeiro passo da minha virada”, relembra.

O começo, no entanto, não foi fácil. Morador de Caarapó, Alisson enfrentou o preconceito e a falta de apoio da cidade aos esportes de combate. “Era comum tirar do próprio bolso para disputar competições. Muitas vezes fui ridicularizado, inclusive por familiares. Me chamavam de maluco por querer ‘apanhar à toa’. Mas mantive firme o sonho”, conta.

Com o tempo, o treino de muay thai se expandiu para o kickboxing, por meio da equipe Fênix Team – comandada pelo mestre Fabiano Melo em São Paulo e com filial em Dourados, com o treinador Luan Dalmaso. Mais tarde, o jiu-jitsu também entrou na rotina. “Aceitei o convite de amigos para fazer um treino e acabei me apaixonando pela ‘arte suave’. Cada modalidade ajuda a complementar a outra, e divido meus treinos entre corrida, musculação, corda e os treinos técnicos. Mas hoje foco mais no kickboxing, onde atuo como atleta profissional”, destaca.

Entre as experiências marcantes na carreira, duas são especiais. A primeira foi em 2018, no Campeonato Estadual de Muay Thai, onde conquistou duas vitórias em sua estreia. “Ali foi a virada de chave. Foi quando decidi que queria mesmo ser lutador”. A segunda veio em março de 2024, quando fez sua estreia como profissional de kickboxing. “Estava voltando de lesão, tive apenas 20 dias para me condicionar, mas fui para o ringue. Mesmo com a derrota, saí orgulhoso. Foi o início da minha jornada profissional”.

Em 2023, Alisson também assumiu um novo papel: o de professor. Começou atendendo de forma personalizada e hoje mantém uma rotina cheia, com alunos de todas as idades. “Tenho muitos alunos infantis, mulheres e homens. Minha missão é passar adiante tudo que aprendi: os valores, a disciplina e o autocuidado. Não é só lutar, é aprender a se amar de novo, a cuidar da mente e do corpo”.

Entre os destaques de sua atuação como professor, está o incentivo à superação. Recentemente, um amigo de infância aceitou seu desafio e participou do Campeonato Estadual de Kickboxing. “Ele foi campeão contra um adversário experiente do karatê. Ver a confiança dele crescer, a autoestima melhorar, foi mais gratificante do que qualquer vitória minha”, relata emocionado.

A maioria dos alunos de Alisson o procura buscando emagrecimento, saúde e bem-estar mental. “Hoje em dia há muito preconceito com o corpo. Nem todos se sentem à vontade numa academia cheia. No tatame, eles encontram um espaço de acolhimento e evolução pessoal”, diz.

Para ele, as artes marciais salvam vidas. “Eu estava a um passo de cair numa depressão. O esporte me salvou. Conheço muitos outros casos parecidos. O esporte muda vidas. E todo jovem merece essa oportunidade”, defende. Alisson acredita que o poder transformador das lutas vai além dos ringues. “É sobre superar limites, se reinventar e descobrir o que há de melhor dentro de si mesmo”.

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